terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Na Assis Chateaubriand - Dona Maria!

*Por Pedro Ferreira

Dona Maria se arrasta por entre os carros, oferecendo panos de prato para comprar o pão de cada dia em baixo do sol escaldante de Goiânia. Lá esta ela todos os dias, faça sol ou chuva. A idade avançada e um problema na perna fazem com que ela não se locomova rapidamente, assim quando o sinal fecha, ela se arrasta por entre os carros que na sua maioria nem o vidro abaixa! Dona Maria por sua vez nada diz, apenas estende o braço.

O seu olhar é como se pedisse desculpa por existir, por está ali, por ter que se sujeitar aquele papel. O seu olhar trás uma tristeza profunda que os motoristas que passam rapidamente por aquela via em um dos setores mais nobres de nossa capital, fazem questão de ignorar. Nos seus carros do ano, com o vidro fechado, segue suas vidas.

Dona Maria segue a sua vida também, provavelmente até o momento que sua saúde não permitir mais, morrerá quem sabe em uma fila de espera do SUS, sem atendimento. Aqueles que passam todos os dias a ignorando nos seus carros do ano, provavelmente não sentiram falta, até por que outras tantas Marias apareceram nos seus caminhos pedindo desculpa por existir e uma ajuda para sobreviver.

Já eu não posso deixar de não notá-la e me indignar todos os dias quando passo de ônibus indo para o trabalho e vê-la no seu martírio, vendo o seu olhar, o seu olhar tão triste. Quando não há vejo fico imaginando o que aconteceu, se haverei de novo. Doe muito vê-la e outras tantas Marias. Não posso fazer muita coisa, concretamente para mudar a realidade delas cause nada.

No entanto procuro transformar a indignação de ver essa realidade em força para continuar lutando pela transformação dessa sociedade. Assim dona Maria, não lhe prometo um futuro sem opressão, sem injustiças, sem exploração. Mas lhe prometo nunca deixar de lutar, de dedicar e sacrificar até a minha ultima gota de sangue a luta pela construção de uma nova sociedade - Uma sociedade solidaria, a sociedade socialista!

*Pedro Ferreira – Educador Popular e marxista revolucionário.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Para Oscar Niemeyer


E se vai mais um comunista.
Oscar Niemeyer
Daqueles imprescindíveis,
Como diria Brecht.
Todos lamentam,
Mesmo aqueles que
não concordam com suas idéias.
E assim se vai mais um comunista,
Exemplo de coerência,
de vontade de viver.
A classe trabalhadora,
não deve lamentar,
Não devemos chorar.
E a nossa maior homenagem a Niemeyer,
É cantar neste triste dia,
A Internacional comunista!

*Pedro Ferreira

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Reforma Agrária quando...? Ou radicalizamos a luta por uma reforma agrária de fato ou abandonamos de vez essa bandeira!


"Quero ver do Sul ao Norte
O nosso caboclo forte
Trocar a casa de palha
Por confortável guarida
Quero a terra dividida
Para quem nela trabalha." 
                                             (Patativa do Assaré)


*Por Pedro Ferreira

Terminaremos 2012 novamente como um dos piores anos das ultimas décadas no processo da política de assentamento de novas famílias por parte do governo federal. Por outro lado vemos um crescimento do agronegócio não apenas através do apoio econômico do governo federal como também através de leis que flexibilizam as leis trabalhista no campo, que afrouxou na punição de crimes ambientais, que possibilita a usurpação dos territórios indígenas entre outros. Pois foi nesse sentido que foi aprovado o novo código florestal e a portaria 303 que permite a remarcação das terras indígenas e outras tantas derrotas que sofremos no congresso nacional por parte da bancada ruralista e do governo Dilma. Militantes dos movimentos de luta pela terra afirmam que vivemos em um período de reformas de base em favorecimento ao agronegócio.

Nos últimos anos tenho participado ativamente de ocupações, marchas entre outras mobilizações dos movimentos campesinos de luta pela terra em Goiás e no Brasil, bem como participando dos espaços de articulação política. Há alguns anos temos feito a analise do abandono por parte do PT e dos governos liderado por esse partido, do abandono da reforma agrária. Nesse sentido construímos varias ações conjuntas no sentido de fortalecer a luta pela terra, ou no mínimo manter a chama acesa.

O fato da maioria dos movimentos camponeses terem uma relação histórica com o PT fez com que nos últimos anos suas direções (cooptadas) recuassem nas ocupações e pressões mais aguda ao governo federal. Por outro lado sem vitórias concretas, formação e trabalho de base os movimentos perderam boa parte de suas bases que preferiram irem para as cidades atraídas pelo crescimento da oferta de trabalho (precarizado), políticas compensatórias e o mercado de consumo (endividamento).

O encontro unitário dos povos do campo realizado no mês de agosto em Brasília foi um avanço no processo de construção de unidade das organizações que atuam no campo, não só camponesa, como também os indígenas, quilombolas e ribeirinhos. E um exemplo do potencial revolucionário que a questão agrária tem no país. No entanto também mostrou as vacilações por parte das direções dos movimentos em relação a ações mais radicais de ruptura com o governo (o discurso do mal menor acaba definindo nossas ações).

Já o governo federal profundamente aliado com a burguesia agrária não vacila um instante em coordenar um processo de anti-reforma agrária profundo, de ataques ao que a luta camponesa conquistou sob o sangue de muitos camaradas que tombaram ao longo do caminho.

Os movimentos de luta pela terra encontram se numa encruzilhada - radicalizar ou não a luta por reforma agrária no Brasil. Romper ou não com o governo petista (o mal menor para muitos). Um dilema que pode ser facilmente resolvido, precisamos apenas resgatar o papel do movimento popular combativo. Ora não devemos nos aliar com nenhum governo que não defende e nem representa os nossos interesses. O papel do movimento popular é pressionar através da luta os nossos direitos negados e usurpados.

É inegável a necessidade de uma reforma agrária de fato no Brasil, bem como das organizações de luta da classe trabalhadora assumir e tocar essa luta nunca de forma isolada, mas conjunta com as lutas por uma transformação econômica e social no país.

Se as ações de articulação e mobilização desencadeadas, sobretudo depois do encontro unitário dos povos do campo não se tornarem em ações concretas como ocupações conjuntas de latifúndios e órgãos públicos, paralisação de rodovias, marchas e o acampamento permanente em Brasília. Devemos decretar o fim da luta pela reforma agrária no Brasil, sobretudo para ás milhares de famílias que ainda resistem nas margens das rodovias em baixo de barracas de lona em situação degradante na esperança de um dia ter um pedacinho de terra para produzir e sobreviver.

Mas se a opção é continuar levando adiante essa bandeira devemos parar de fazer discursos e lamentos sobre a traição do governo do PT. Façamos de fato de 2013 um ano de luta camponesa incessante no campo e na cidade, juntamente com o conjunto das organizações de luta da classe trabalhadora. Pois afinal de conta a nossa luta não é apenas por reforma agrária e sim pela superação do sistema capitalista e construção do socialismo.

*Pedro Ferreira é educador e militante dos movimentos populares de Goiás e do Bloco de Resistência Socialista. 

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Poema para o Comandante Camilo Cienfuegos


Camilo Vive!

Por Pedro Ferreira

Sorriso encantador,
Alegria de viver,
De si entregar pelo outro,
Coragem de combater!
Quem diria que aquele jovem,
Jeito de brincalhão,
Ao longo da caminhada,
 Se tornasse comandante da revolução!
No alto da sierra maestra,
 Demonstrou o seu valor,
Mesmo com todas as dificuldades,
Camilo já mais vacilou.
Guerrilheiro brilhante,
 Segundo o comandante Che,
Tinha a capacidade de poucos,
 Lutar até vencer.
Camilo foi se jovem,
Mal pode ver florescer a revolução,
Mas seu exemplo continua vivo,
Dentro do nosso coração!
Viva o guerrilheiro heróico,
Nosso camarada irmão,
Comandante Camilo vive,
Viva a revolução!

*Para o comandante Camilo Cienfuegos

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Lembranças

Tinha esquecido teu olhar
Do quanto me fazia bem,
Quando estava com você,
Não lembrava mais de ninguém.

Tinha esquecido teu sorriso,
Doce feito o luar,
Das nossas juras de amor eterno,
De sempre nos amar.

Não sei do por que dessas lembranças
Já faz tanto tempo,
Será que por que no fundo,
Continuo ti querendo? 

Não! São apenas lembranças
De um tempo que se perdeu,
O nosso amor na verdade,
Há muito que morreu.

*Pedro Ferreira

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Uma poesia


Gostaria de escrever uma poesia,
Que não falasse de tristeza somente de alegria.
De fazer uma poesia que falasse de amor,
Que não trouxe em suas estrofes nem um verso de dor.
Mas como fazer essa poesia,
Se o no mundo que eu vivo só me traz melancolia?
Mesmo assim eu gostaria de escrever uma poesia,
Pode até ser mesmo simples, mas que fale de alegria.

*Pedro Ferreira

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Marcharei sempre ao teu lado



Madrugada Camponesa
faz escuro (já nem tanto)
vale a pena trabalhar
faz escuro, mas eu canto
porque a manhã vai chegar.

Thiago de Mello
*Por Pedro Ferreira

(Dedicado a Dona Fátima da direção do Movimento Terra Livre e todos aqueles que dedicam sua vida a luta pela reforma agrária)

Descíamos em marcha pelas ruas da capital federal na luta camponesa por terra, território e dignidade. Era um dia lindo, acordamos ao som das belas canções da luta como também dos gritos de ordem! Organizados em filas nossas bandeiras tremulavam sob um lindo céu azul, em um impressionante contraste de cores.

Éramos de vários cantos desse imenso Brasil – Crianças, mulheres e homens trazendo consigo a luta de tantos outros que não podiam esta ali, mas que de longe mandavam suas energias para que nossa jornada fosse vitoriosa.

A nossa marcha de gigantes tomou as ruas, parou o transito e seguiu triunfante, apoios e solidariedade de todos os cantos, energia para continuarmos a nossa caminhada. Após um longo percurso entramos nas praças dos três poderes - Não existe coisa mais bela que o povo organizado marchando unificadamente com o mesmo objetivo.

Paramos em frente o palácio da alvorada, e fomos recebidos pelo exercito, pela guarda palaciana, pelo choque e pela PM distrital. Não era para tanto, só queríamos como cidadãos protestar pelos nossos direitos. Sobrou para nós apenas gás de pimenta no rosto e cassetetes.

Intimidar-nos já mais, quanto mais agredidos somos mais nos indignamos e lutamos! Assim deixamos nossa marca (ou sai reforma agrária ou paramos o Brasil). Seguimos nossa marcha encerrando triunfalmente em frente o congresso nacional.

Talvez muitos ali não sabiam, e nem tantos outros espalhados Brasil afora, mas estávamos fazendo história – Sim era o segundo congresso camponês da história. Os povos do campo, das águas e das florestas despertaram e não cessaram sua marcha enquanto não derrotamos a burguesia agrária desse país e distribuir a terra para quem nela trabalha.

Não foi a primeira marcha que participei, já tinha participado de importantes lutas camponesas e dês da primeira vez eu tive certeza de que lado eu sempre estaria, mas ali mais do que nunca tive certeza da minha escolha. Dedicarei todos os meus modestos esforços organizado, formando e lutando ao lado do setor mais pauperizado da classe trabalhadora - o campesinato sem terra.

*Pedro Ferreira – Educador Popular

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

A dor virou resistência

*A todas as mães que tiraram da dor de perder os seus filhos a resistência para lutar por justiça.


Da dor de perder seus filhos
A resistência para lutar,
O estado até que tenta,
Mas a elas não vão calar.
Vitimas de um estado genocida
Á serviço do capital.
Política de extermínio da pobreza,
Violência policial!
Brasil sem miséria?
Com o extermínio da pobreza.
Realidade maquiada,
Como o corpo da globeleza.
Vidas perdidas
Em uma abordagem suspeita,
Corpos desaparecidos,
Jogados em qualquer valeta.
Justiça?
Não para classe trabalhadora.
Para o povo pobre, a justiça é inquisidora.
Da dor de perder seus filhos
A resistência para lutar,
O estado até que tenta,
Mas a elas não vão calar.

*Pedro Ferreira

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Poema que uma camarada fez dedicado a mim


                                                                Rosto de menino

*Por Ivi

(Dedicado a Pedro Ferreira)

Olho o seu rosto iluminado pelo sol, sorrindo a me olhar.
Rosto faceiro de menino, sorriso fácil, basta sorrir também.
Uma criança adulterada pelo tempo dos homens, com os ideais marcados na pele.
Um simples camponês com olhar revolucionário.
 Amor e amizade como prioridades de um ser complexo.
Mas os outros seres querem privá-lo disto!
 Destroem o amor, deturpam a liberdade e banalizam a revolução.
 Isto entristece o menino de tal forma, que o faz transformar raiva em vontade consciente de mudança ...
 Que se exploda então a rima! Que se parta em mil então a métrica!
Quando vem o sorriso de um certo menino. Que só quer ver raiar o sol da liberdade. Para que também possam sorrir os meninos que não conseguem em toda essa desigual sociedade.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Para menina que acordou achando esse mundo uma droga


O que falar para não ver sumir do teu rosto esse sorriso que para todos abrem as portas do paraíso.
O que falar para não ver teus olhos que nos faz viajar por caminhos incertos envoltos em lagrimas.
Haverá alguma palavra que possa acalentar esse coração que muitos desejam, mas poucos conseguem alcançar?
Direi eu – A vida é assim, o ser humano é imperfeito, perdoai - vos, pois eles não sabem o que fazem.
Também poderia dizer – há de passar, não se preocupe, pois tudo vai está bem amanhã.
Dirás-me tu – A vida é uma droga, nada adianta amanhã tudo será pior.
Será?
Lembrai-vos dos momentos simples que de fato valem a pena nesta vida,
De um domingo onde você deitada nos braços da pessoa amada,
Alisando teus lindos cabelos põem ti contigo a sonhar.
Dos filhos que terão, os sonhos que realizaram,
Do quanto vão se amar.
Da vida é isso que de fato vale à pena,
O que não for para ti fazer feliz não pode ti incomodar.
Mas se tudo isso que lhe falei
Não servir para ti alegrar,
Quero que saiba que também estou sofrendo,
Por sentir no meu coração que você está a chorar.

*Pedro Ferreira

sexta-feira, 5 de outubro de 2012


“E se se nos dissessem que somos quase uns românticos, que somos uns idealistas inveterados, que estamos a pensar em coisas impossíveis, e que não se pode atingir da massa de um povo que seja quase um arquétipo humano, nós temos de contestar, uma e mil vezes, que sim, que sim se pode... Tem de ser assim, deve ser assim, e assim é que será, companheiros...” 

Che Guevara  

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Monopólio das empresas de ônibus em Goiás: Livre concorrência?


*Por Pedro Ferreira

Uma coisa que tenho observado nas minhas andanças pelo interior de Goiás contribuindo na organização da luta do movimento popular é o monopólio das empresas de ônibus em algumas rotas e linhas e no que isso acarreta a população que utiliza essas linhas.

Por exemplo, para o nordeste goiano apenas uma empresa faz a rota (Expresso São José do Tocantins), resultado disso – Passagens caras e ônibus lotados. A mesma coisa é para o sudoeste de Goiás rota feita apenas por duas empresas (Expresso e Viação São Luiz), onde também verificamos a mesma realidade.

Esses dois exemplos não são exceções e sim uma realidade que vemos por todo o estado de Goiás. Podemos dizer que há uma divisão feita entre as empresas de ônibus para que cada uma monopolize uma linha ou região para que possam explorar ainda mais os usuários desses serviços. Vemos claramente a mão invisível do mercado funcionando e claramente não é para o bem comum.

Rota/Linha
Empresa
Valor
Goiânia – Campos Belos
598 Km
Expresso São José do Tocantins
R$ 94,00
Goiânia – Palmas/TO
831 Km
Varias empresas
Média R$ 75,00

Um dos absurdos desse monopólio é o exemplo que vemos no quadro acima onde uma viagem para Campos Belos no nordeste Goiano é mais cara que para Palmas no Tocantins, como explicar isso sendo que a capital tocantinense é mais distante, seria por que há mais empresas fazendo essa rota?

Infelizmente o exemplo dado acima não é uma exceção, qualquer estudo um pouco mais aprofundado por parte dos órgãos de defesa dos direitos do consumidor poderá verificar mais absurdos como esse.  Processo semelhante acontece com as operadoras de telefonia celular (Mais isso é assunto para outro artigo).

Vale ressaltar nesse processo a ausência total do estado em cumprir o seu papel de regulador do mercado, que por sua vez não está preocupado com nada mais além do que lucrar. Os partidários do sistema capitalista defendem a livre iniciativa assim como a livre concorrência, discursos muitas vezes reproduzidos pela maioria da população, mas na prática não é o que vemos. Na pratica o que vemos são patrões e governos mancomunados para explorar cada vez mais o trabalhador.

*Pedro Ferreira – Educador Popular e militante do Bloco de Resistência Socialista 

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Ensaio literário


Despedida

*Por Pedro Ferreira

Chegara à hora, ela o abraçou tão forte como que sentisse que seria a ultima vez, não queria solta-lo nem um instante, mais teve que fazê-lo, suas mãos que pousavam sobre o corpo dele foram recuando levemente, no rosto um sorriso triste que transparecia a dor de uma despedida. Virou-se e entrou no ônibus.

Ele por sua vez saiu dali rapidamente, como sempre tentando esconder seu lado humano, demasiado humano. Caminhava rapidamente como se precisasse fugir dali, no entanto parou por um momento e ficou observando o ônibus partir – Talvez esperasse que ela desistisse e voltasse correndo para os seus braços.

Naqueles segundos ali, veio tudo a sua cabeça – nos momentos que passaram juntos, de tudo que tinha acontecido. Conheciam – se já há algum tempo. Por caminhos diferentes se encontraram no mesmo ideal, lutar por uma sociedade justa e igualitária, e desde o primeiro momento se apaixonou pelo sorriso e pelo olhar dela.

Com o tempo sua paixão por ela só aumentava, queria tê-la, no entanto esse sonho cada vez parecia mais distante. Era um sonho vê-la, tocá-la, tê-la, o sonho tornou se realidade, mesmo que por apenas alguns dias, algumas noites, mais que noites foram aquelas.

Os dias que passaram juntos foram de uma felicidade imensa – Ele que vivia com a cabeça voltada pra militância política construindo a luta da classe trabalhadora. Pela primeira vez pensou em casar, ter filhos, morar no interior, claro com ela.

Agora naquela fria rodoviária ele observava todos os seus sonhos irem embora naquele ônibus. Não era o ônibus em si, mas sim quem ele levava. Não era para tanto, ela não iria para tão longe assim. Mais ao ver o ônibus partindo da rodoviária e perde-lo de vista nas curvas do caminho, era como se ele adivinhasse no seu intimo – Nunca mais haverei.

Ao chegar à solidão do seu quarto, onde ainda podia sentir o perfume dela impregnado no ar, onde há poucos dias pela primeira vez se entregaram a mais intensa paixão. Leu a carta que ela lhe deixará que apenas confirmava o que ele já sentia.

“...Se lembra quando a gente chegou um dia acreditar, que tudo era pra sempre, sem saber que o pra sempre, sempre acaba.” Renato Russo

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Reflexões sobre o processo eleitoral: ‘Ser ético com a coisa pública virou qualidade quando deveria ser obrigação. ’


*Por Pedro Ferreira

Milhares de candidatos Brasil afora se orgulham e estufam o peito ao se apresentar para o leitorado brasileiro dizendo que é ficha limpa. Aliás, essa tem sido a principal bandeira de muitos deles, ou melhor, a única.

Dês de que a lei de iniciativa popular conhecida como lei da ‘ficha limpa’ foi aprovada pelo supremo tribunal federal. Políticos de diferentes partidos (direita, esquerda, centro, cima, baixo) se orgulham e estufam o peito para dizer que é ficha limpa, e não se esquecem de recomendar – Vote em político ficha limpa.

Muitos se que sabem qual o papel deve desempenhar um parlamentar ou um gestor público, confundem executivo com legislativo e até mesmo com o judiciário. Exemplo disso são os discursos, sobretudo dos candidatos a vereadores prometendo construir praças, postos de saúde, creches, escolas além de asfaltar ruas entre muitas outras promessas mirabolantes.

Não que eu seja contra a lei da ficha limpa, ao contrario – No entanto ser ético não devia ser qualidade de alguém que se propõe a administrar serviços públicos ou representar a população, ser ético com a coisa pública é obrigação.

Por tanto não votemos em um sujeito simplesmente por que ele tem a ficha limpa. Muitos a ficha é tão limpa que não tem uma contribuição se quer na construção da luta da classe trabalhadora, são criaturas que representam apenas a si mesmo ou os interesses da classe dominante.

Votemos em candidatos frutos de processos coletivos, que representam o desejo de um coletivo. Mais não de qualquer coletivo. Coletivos que lutam e defendem com intransigência os direitos da classe trabalhadora, que não se venderam e nem se corromperão.

Mais não tenhamos ilusão, as mudanças necessárias por qual tanto lutamos, será obra da classe trabalhadora como disse Marx há tanto tempo atrás. E a classe trabalhadora não é um individuo mais sim um conjunto de indivíduos organizados, caminhando na mesma direção com o mesmo objetivo.

*Pedro Ferreira – Educador Popular e militante do Bloco de Resistência Socialista.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Movimentos Populares do Nordeste Goiano: Organização, Formação e Luta.



Vídeo - documentário de nossa viajem ao nordeste goiano para articular e fortalecer a luta do movimento popular contra o modelo hegemônico na região. Além de imagens da região e da roda de conversa, apresentamos também entrevistas com os educadores Josivaldo e Pedro dês do monumento em homenagem a Coluna Prestes como também fazendo uma avaliação das articulações feitas na região.

sábado, 1 de setembro de 2012

Comunistas: A marcha Continua



*A todos os mártires da luta pelo comunismo

Enquanto houver injustiças e as desigualdades sociais continuar reinando
Continuaremos marchando!
Enquanto o trabalhador for explorado e a burguesia continuar lucrando
Continuaremos marchando!
Enquanto houver latifúndios e o camponês sem terra penando
Continuaremos marchando!
Enquanto nossas lutas a burguesia continuar criminalizando
Continuaremos marchado!
Enquanto o sangue dos nossos mártires continuarem derramando
Continuaremos marchado!
Enquanto nossa juventude a policia continuar exterminando
Continuaremos marchando!
Enquanto a mais valia nas mãos de poucos continuar ficando
Continuaremos marchando!
Enquanto o sistema capitalista a classe trabalhadora continuar explorando
Continuaremos marchado!

*Pedro Ferreira – Educador popular e militante socialista