quinta-feira, 19 de maio de 2016

PSOL-TO: O triste retrato de um partido de “esquerda” no Tocantins

“...Se não pode se vestir com nossos sonhos,
não fale em nosso nome...”.
Mauro Iasi
Enquanto ás organizações populares e sindicais, além é claro de partidos de esquerda realizavam em vários cantos do país manifestações no dia 1º de maio – contra o ajuste fiscal de Dilma/Temer e em defesa dos direitos dos trabalhadores. Em Palmas o Partido Socialismo e Liberdade estava realizando um encontro para definir as pré-candidaturas da legenda para as eleições municipais na capital tocantinense.

Tal fato mostra de forma latente a logica de funcionamento do PSOL no Tocantins. Um partido de esquerda que se move pela logica eleitoral. Tanto é verdade que desde as eleições de 2014 o partido estava completamente sumido do cenário politico tocantinense. Nesse meio tempo não vimos uma nota se quer do partido ou de membros de sua direção a cerca dos ataques do governo Marcelo Miranda (PMDB) e do prefeito Amastha (PSB) contra os trabalhadores.

A omissão tem sido a principal característica do PSOL frente às diversas manifestações e mobilizações da classe trabalhadora no Tocantins. Um partido que é referencia a nível nacional na defesa intransigente dos direitos dos trabalhadores e no combate a corrupção. No Tocantins não tem a capacidade se quer de fazer uma notinha em apoio aos que estão nas trincheiras da luta de classes.

E olha que não foram poucas as lutas que tivemos no ultimo período no Tocantins, por exemplo, a greve na educação na rede estadual e na rede municipal de Palmas. Dos servidores da saúde, na segurança pública, no quadro geral de servidores públicos estaduais, na UFT, contra o aumento da passagem do transporte coletivo, contra o auxilio moradia para deputados e o poder judiciário, contra a PEC 215 nos jogos mundiais indígenas, contra o MATOPIBA, contra o ajuste fiscal do governo Marcelo Miranda e dos ataques à educação pelo prefeito Amastha. Além é claro da luta continua do movimento sem terra e dos trabalhadores sem teto.

Não dá para negar o papel importante que o PSOL desempenha a nível nacional articulando e participando ativamente nas principais lutas em defesa do povo trabalhador. Com uma militância aguerrida e figuras públicas de referencia como Chico Alencar, Glauber Braga, Marcelo Freixo, Renato Roseno entre outros. Mas no Tocantins, graças a uma direção degenerada, o partido nada se diferencia dos demais. Aparece apenas no período eleitoral para depois desaparecer do mapa. Aliás, podemos dizer o mesmo do PCB e do PSTU.

Diante disso não é de se admirar que no dia do trabalhador, que deveria ser um dia de luta. O PSOL-TO estivesse fazendo uma espécie de convenção eleitoral. Não precisa de argumento maior para provar que por essas bandas o partido das lutas e da rua foi convertido em partido das urnas. Como também a indicação de Cassius Assunção (presidente regional da legenda, antes era a sua esposa) como pré-candidato do partido a prefeitura municipal de Palmas mostra que não existe democracia no interior do PSOL-TO, mas sim uma espécie de ditadura do clã Assunção.

Esse é infelizmente o triste retrato de um partido de esquerda no Tocantins. Ou melhor dizendo dos partidos de esquerda. E como reflexo disso vemos a pífia votação que o partido teve nas últimas eleições. O numero de votos nulo foi bem superior aos votos dos candidatos do PSOL e PCB juntos. Um fato que se repetirá nas eleições municipais desse ano.

E a responsabilidade maior por esse quadro catastrófico é da direção nacional do PSOL que entregou o partido a nível regional nas mãos de figuras oportunistas. Se essa direção não for sacada o quanto antes o PSOL-TO continuará na lata de lixo – servindo apenas para barganhas politicas daqueles que o dirigem regionalmente.

Pedro Ferreira Nunes é educador popular e militante do Coletivo José Porfírio

Nenhum comentário:

Postar um comentário