Vivemos um momento intenso de articulações para composição das Coligações que disputaram as eleições para o governo estadual, senado, câmara dos deputados e a assembleia legislativa em outubro. E quem acompanha pela imprensa as noticias sobre as possíveis alianças percebe que esse período é marcado por muita especulação e pouca coisa de concreto.
É nesse cenário que percebemos o papel da imprensa intervindo diretamente no processo. Mas como que se dá essa interferência? É simples. Por exemplo, determinado site noticia que o grupo político A está negociando uma aliança com o grupo B. Para tanto não apresenta nenhum fato concreto a não ser a justificativa de que tal informação partiu de uma fonte fidedigna. Obvio, essa fonte é mantida em sigilo como pressupõem a constituição federal. Mas de repente contrariando a informação o grupo político A anuncia aliança com o grupo C.
Diante desse episódio é possível levantar a seguinte questão: Será que o grupo A estava realmente negociando com o grupo B? Ou essa especulação de uma possível negociação foi implantada apenas para que o grupo A conseguisse mais espaço na aliança com o grupo C?
Por trás de um discurso aparente de neutralidade e de manter o leitor informado – blogs e sites de noticias repercutem especulações que quase nunca se confirmam, mas conseguem o objetivo almejado. Que é fortalecer determinados grupos na hora de barganhar mais vantagens no momento de fazer aliança.
Para compreendermos melhor como isso tem ocorrido no Tocantins vejamos a aliança entre o PSB de Carlos Amastha e PSDB do senador Ataídes Oliveira. Até o anuncio oficial dessa coligação o que se especulava na imprensa era a quase certa aliança entre o tucanato e o PHS do governador Mauro Carlesse. Mas de repente vem o anuncio oficial da aliança entre o PSB e o PSDB garantido não só uma vaga para disputar o senado aos tucanos como também à vaga de vice. Como se vê os tucanos souberam aproveitar muito bem as especulações. O mesmo não se pode dizer do PT que acabou sendo descartado sem nenhum puder por Amastha.
Outra especulação que tem ganhado muito espaço nesses sites e blogs de noticias é sobre os rumos do grupo da senadora Kátia Abreu e de uma possível candidatura do deputado federal Irajá Abreu ao senado. Quem acompanha as movimentações percebe que a tática utilizada é a mesma. E quem tem o mínimo de censo critico percebe a jogada.
Mas nem sempre a imprensa se contenta com essa tática e se posiciona mais explicitamente como no episodio em que um jornalista questiona as pretensões do deputado federal Irajá Abreu de se candidatar ao senado afirmando que sua candidatura seria “derruba palanque”.
O fato é que nesse contexto em que há pouca vaga para muito candidato o terreno fica bastante propicio para especulação. E ao se pautar por especulações e não por fatos a imprensa tocantinense mostra a sua verdadeira face deixando cair por terra a sua suposta neutralidade.
Pedro Ferreira Nunes – Educador Popular e Militante do Coletivo José Porfírio.
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