terça-feira, 23 de outubro de 2012

Marcharei sempre ao teu lado



Madrugada Camponesa
faz escuro (já nem tanto)
vale a pena trabalhar
faz escuro, mas eu canto
porque a manhã vai chegar.

Thiago de Mello
*Por Pedro Ferreira

(Dedicado a Dona Fátima da direção do Movimento Terra Livre e todos aqueles que dedicam sua vida a luta pela reforma agrária)

Descíamos em marcha pelas ruas da capital federal na luta camponesa por terra, território e dignidade. Era um dia lindo, acordamos ao som das belas canções da luta como também dos gritos de ordem! Organizados em filas nossas bandeiras tremulavam sob um lindo céu azul, em um impressionante contraste de cores.

Éramos de vários cantos desse imenso Brasil – Crianças, mulheres e homens trazendo consigo a luta de tantos outros que não podiam esta ali, mas que de longe mandavam suas energias para que nossa jornada fosse vitoriosa.

A nossa marcha de gigantes tomou as ruas, parou o transito e seguiu triunfante, apoios e solidariedade de todos os cantos, energia para continuarmos a nossa caminhada. Após um longo percurso entramos nas praças dos três poderes - Não existe coisa mais bela que o povo organizado marchando unificadamente com o mesmo objetivo.

Paramos em frente o palácio da alvorada, e fomos recebidos pelo exercito, pela guarda palaciana, pelo choque e pela PM distrital. Não era para tanto, só queríamos como cidadãos protestar pelos nossos direitos. Sobrou para nós apenas gás de pimenta no rosto e cassetetes.

Intimidar-nos já mais, quanto mais agredidos somos mais nos indignamos e lutamos! Assim deixamos nossa marca (ou sai reforma agrária ou paramos o Brasil). Seguimos nossa marcha encerrando triunfalmente em frente o congresso nacional.

Talvez muitos ali não sabiam, e nem tantos outros espalhados Brasil afora, mas estávamos fazendo história – Sim era o segundo congresso camponês da história. Os povos do campo, das águas e das florestas despertaram e não cessaram sua marcha enquanto não derrotamos a burguesia agrária desse país e distribuir a terra para quem nela trabalha.

Não foi a primeira marcha que participei, já tinha participado de importantes lutas camponesas e dês da primeira vez eu tive certeza de que lado eu sempre estaria, mas ali mais do que nunca tive certeza da minha escolha. Dedicarei todos os meus modestos esforços organizado, formando e lutando ao lado do setor mais pauperizado da classe trabalhadora - o campesinato sem terra.

*Pedro Ferreira – Educador Popular

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

A dor virou resistência

*A todas as mães que tiraram da dor de perder os seus filhos a resistência para lutar por justiça.


Da dor de perder seus filhos
A resistência para lutar,
O estado até que tenta,
Mas a elas não vão calar.
Vitimas de um estado genocida
Á serviço do capital.
Política de extermínio da pobreza,
Violência policial!
Brasil sem miséria?
Com o extermínio da pobreza.
Realidade maquiada,
Como o corpo da globeleza.
Vidas perdidas
Em uma abordagem suspeita,
Corpos desaparecidos,
Jogados em qualquer valeta.
Justiça?
Não para classe trabalhadora.
Para o povo pobre, a justiça é inquisidora.
Da dor de perder seus filhos
A resistência para lutar,
O estado até que tenta,
Mas a elas não vão calar.

*Pedro Ferreira

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Poema que uma camarada fez dedicado a mim


                                                                Rosto de menino

*Por Ivi

(Dedicado a Pedro Ferreira)

Olho o seu rosto iluminado pelo sol, sorrindo a me olhar.
Rosto faceiro de menino, sorriso fácil, basta sorrir também.
Uma criança adulterada pelo tempo dos homens, com os ideais marcados na pele.
Um simples camponês com olhar revolucionário.
 Amor e amizade como prioridades de um ser complexo.
Mas os outros seres querem privá-lo disto!
 Destroem o amor, deturpam a liberdade e banalizam a revolução.
 Isto entristece o menino de tal forma, que o faz transformar raiva em vontade consciente de mudança ...
 Que se exploda então a rima! Que se parta em mil então a métrica!
Quando vem o sorriso de um certo menino. Que só quer ver raiar o sol da liberdade. Para que também possam sorrir os meninos que não conseguem em toda essa desigual sociedade.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Para menina que acordou achando esse mundo uma droga


O que falar para não ver sumir do teu rosto esse sorriso que para todos abrem as portas do paraíso.
O que falar para não ver teus olhos que nos faz viajar por caminhos incertos envoltos em lagrimas.
Haverá alguma palavra que possa acalentar esse coração que muitos desejam, mas poucos conseguem alcançar?
Direi eu – A vida é assim, o ser humano é imperfeito, perdoai - vos, pois eles não sabem o que fazem.
Também poderia dizer – há de passar, não se preocupe, pois tudo vai está bem amanhã.
Dirás-me tu – A vida é uma droga, nada adianta amanhã tudo será pior.
Será?
Lembrai-vos dos momentos simples que de fato valem a pena nesta vida,
De um domingo onde você deitada nos braços da pessoa amada,
Alisando teus lindos cabelos põem ti contigo a sonhar.
Dos filhos que terão, os sonhos que realizaram,
Do quanto vão se amar.
Da vida é isso que de fato vale à pena,
O que não for para ti fazer feliz não pode ti incomodar.
Mas se tudo isso que lhe falei
Não servir para ti alegrar,
Quero que saiba que também estou sofrendo,
Por sentir no meu coração que você está a chorar.

*Pedro Ferreira

sexta-feira, 5 de outubro de 2012


“E se se nos dissessem que somos quase uns românticos, que somos uns idealistas inveterados, que estamos a pensar em coisas impossíveis, e que não se pode atingir da massa de um povo que seja quase um arquétipo humano, nós temos de contestar, uma e mil vezes, que sim, que sim se pode... Tem de ser assim, deve ser assim, e assim é que será, companheiros...” 

Che Guevara  

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Monopólio das empresas de ônibus em Goiás: Livre concorrência?


*Por Pedro Ferreira

Uma coisa que tenho observado nas minhas andanças pelo interior de Goiás contribuindo na organização da luta do movimento popular é o monopólio das empresas de ônibus em algumas rotas e linhas e no que isso acarreta a população que utiliza essas linhas.

Por exemplo, para o nordeste goiano apenas uma empresa faz a rota (Expresso São José do Tocantins), resultado disso – Passagens caras e ônibus lotados. A mesma coisa é para o sudoeste de Goiás rota feita apenas por duas empresas (Expresso e Viação São Luiz), onde também verificamos a mesma realidade.

Esses dois exemplos não são exceções e sim uma realidade que vemos por todo o estado de Goiás. Podemos dizer que há uma divisão feita entre as empresas de ônibus para que cada uma monopolize uma linha ou região para que possam explorar ainda mais os usuários desses serviços. Vemos claramente a mão invisível do mercado funcionando e claramente não é para o bem comum.

Rota/Linha
Empresa
Valor
Goiânia – Campos Belos
598 Km
Expresso São José do Tocantins
R$ 94,00
Goiânia – Palmas/TO
831 Km
Varias empresas
Média R$ 75,00

Um dos absurdos desse monopólio é o exemplo que vemos no quadro acima onde uma viagem para Campos Belos no nordeste Goiano é mais cara que para Palmas no Tocantins, como explicar isso sendo que a capital tocantinense é mais distante, seria por que há mais empresas fazendo essa rota?

Infelizmente o exemplo dado acima não é uma exceção, qualquer estudo um pouco mais aprofundado por parte dos órgãos de defesa dos direitos do consumidor poderá verificar mais absurdos como esse.  Processo semelhante acontece com as operadoras de telefonia celular (Mais isso é assunto para outro artigo).

Vale ressaltar nesse processo a ausência total do estado em cumprir o seu papel de regulador do mercado, que por sua vez não está preocupado com nada mais além do que lucrar. Os partidários do sistema capitalista defendem a livre iniciativa assim como a livre concorrência, discursos muitas vezes reproduzidos pela maioria da população, mas na prática não é o que vemos. Na pratica o que vemos são patrões e governos mancomunados para explorar cada vez mais o trabalhador.

*Pedro Ferreira – Educador Popular e militante do Bloco de Resistência Socialista