*Por Pedro
Ferreira
Uma coisa que tenho observado nas minhas
andanças pelo interior de Goiás contribuindo na organização da luta do
movimento popular é o monopólio das empresas de ônibus em algumas rotas e linhas
e no que isso acarreta a população que utiliza essas linhas.
Por exemplo, para o nordeste goiano apenas
uma empresa faz a rota (Expresso São José do Tocantins), resultado disso –
Passagens caras e ônibus lotados. A mesma coisa é para o sudoeste de Goiás rota
feita apenas por duas empresas (Expresso e Viação São Luiz), onde também
verificamos a mesma realidade.
Esses dois exemplos não são exceções e sim
uma realidade que vemos por todo o estado de Goiás. Podemos dizer que há uma
divisão feita entre as empresas de ônibus para que cada uma monopolize uma
linha ou região para que possam explorar ainda mais os usuários desses
serviços. Vemos claramente a mão invisível do mercado funcionando e claramente
não é para o bem comum.
Rota/Linha
|
Empresa
|
Valor
|
Goiânia –
Campos Belos
598 Km
|
Expresso
São José do Tocantins
|
R$ 94,00
|
Goiânia –
Palmas/TO
831 Km
|
Varias
empresas
|
Média R$
75,00
|
Um dos absurdos desse monopólio é o exemplo
que vemos no quadro acima onde uma viagem para Campos Belos no nordeste Goiano
é mais cara que para Palmas no Tocantins, como explicar isso sendo que a
capital tocantinense é mais distante, seria por que há mais empresas fazendo
essa rota?
Infelizmente o exemplo dado acima não é uma
exceção, qualquer estudo um pouco mais aprofundado por parte dos órgãos de
defesa dos direitos do consumidor poderá verificar mais absurdos como
esse. Processo semelhante acontece com
as operadoras de telefonia celular (Mais isso é assunto para outro artigo).
Vale ressaltar nesse processo a ausência
total do estado em cumprir o seu papel de regulador do mercado, que por sua vez
não está preocupado com nada mais além do que lucrar. Os partidários do sistema
capitalista defendem a livre iniciativa assim como a livre concorrência, discursos
muitas vezes reproduzidos pela maioria da população, mas na prática não é o que
vemos. Na pratica o que vemos são patrões e governos mancomunados para explorar
cada vez mais o trabalhador.
*Pedro
Ferreira – Educador Popular e militante do Bloco de Resistência Socialista
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