Oh Miracema, ando por tuas ruas a procurar
Lembranças da
minha infância.
Lá está o estádio Castanheirão onde íamos ver o TEC e o
MEC duelar aos domingos.
A baixa preta e o futebol de rua.
Os pomares de manga.
A velha draga onde íamos banhar, pescar e caçar preá.
As quintas onde íamos pegar esterco de vaca para por nos
canteiros.
Lavar roupa na fonte para tirar o pão de cada dia,
Ir para chácara de meus avós passando pelo córrego lava
cara,
Morrendo de medo das historias de fantasmas.
Muitas ruas continuam como antes,
A praça Deroci Morais, o ponto de apoio.
O velho hospital geral hoje desativado.
A barraquinha vendendo banana, macaúba, milho assado.
A travessia da balsa ligando Miracema a Tocantinia,
Com a construção da ponte esta quase abandonada.
E o mercado central, o que fizeram?
Em nome da modernidade transformaram em um shopping.
Ah não combina contigo.
Melhor seria o cheiro da comida caseira vindo de tuas
conzinhas,
Aquele chambarizinho que só no norte se sabe fazer.
O fumo de corda, farinha de puba.
E tantas gostosuras que o campesinato da região produz.
Miracema, oh Miracema, Cidade que eu nasci,
Cidade da minha infância que me trás boas lembranças.
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