Por Pedro Ferreira Nunes
- E ai Kátia quer dá um pega?!
Vai lá.
- Eita João, você sabe que o
Zé não gosta que você fuma maconha aqui, por causa dos meninos pequeno.
- Eu sei, mais ele tá para o trabalho
e não vai chegar agora. Vai meu dá um pega. Só um peguinha.
- Hum eu não. Isso vai me
deixar doida. Mais do que eu já sou. E o Zé não deve demorar muito não.
Kátia era discípula da
esbornia. Gostava de tomar cachaça como poucos. Quanto mais, melhor.
Dificilmente encontrava alguém que disputava com ela na cachaça. No entanto
esse era o seu único vicio, além de um porronca (fumo de palha), mas outro tipo
de entorpecentes não usava, sobretudo a tal da maconha que era comum por ali.
Ela não era contra, ao
contrario, tinha muito amigos que gostavam da erva. Ouvia varias historias a
cerca do efeito da maria joana, no entanto nunca havia visto nenhum
comportamento condenável por parte dos seus amigos que fumavam maconha. Mesmo
assim ela nunca sentiu vontade de dar um ‘tapinha’ num baseado. Porém naquele
dia diante da insistência de João, Kátia sentiu-se tentada a experimentar.
- Só um tapinha meu. É de boa.
- Então tá.
- Puxa, prende e solta viu.
Kátia fez como João havia lhe
orientado. Deu uns pega no baseado e ficou de boa. Pensou consigo:
- Isso não é o veneno que todo
mundo fala não. Eu tô de boa. Tô de booooooa.
Mas de repente. Algo estranho
começou a acontecer. Kátia virou a cabeça para o lado e escutou treck, virou
para o outro treck.
- Meu Deus. Que diabos é isso?
O que esta acontecendo comigo?
Todas as vezes que Kátia
movimentava a cabeça ouvia um barulho no seu pescoço – treck, treck. Ela
começou a desesperar.
- João, João você tá ouvindo,
olha esse barulho no meu pescoço.
Kátia mexia o pescoço para que
João ouvisse o barulho. Para ela todos podiam ouvir o Treck, treck. João
percebeu que era a ‘viagem’ da erva e começou a sorrir da amiga. Kátia cada vez
mais desesperada imaginava:
- Será que vou viver a vida
inteira com esse barulho? Treck, treck.
Ao ver o desespero de Kátia
que só aumentava João orientou-a a tomar um copo de leite para cortar o efeito
da erva. Após tomar o copo de leite em alguns minutos aliviada Kátia percebeu
que o treck, treck havia desaparecido.
Desse dia em diante Kátia que
nunca sentiu-se atraída pela erva sagrada dos rastas. Nunca mais iria colocar
um baseado na boca. Já pensou se o treck, treck voltasse?
- Não, isso não é para mim.
Prefiro cachaça mesmo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário