Tem
momentos das nossas vidas que sentimos que o tempo passa tão depressa,
sobretudo quando estas são horas prazerosas – é como se o tempo voasse. Por
exemplo, quando estamos ao lado da pessoa amada ou em um momento de diversão
com nossos amigos.
Mas
também a momentos de angustias onde as horas passam como se fossem minutos –
por exemplo, quando o nosso time de futebol esta perdendo o jogo, ou quando
precisamos chegar a um determinado lugar em certo horário e estamos atrasados,
e foi uma experiência dessas que me fez querer escrever este artigo.
Estes
dias precisei fazer uma prova de um concurso público em Palmas. Era um domingo
e estava no Lajeado, para tanto precisava me deslocar 53 km ainda por cima
dependendo de transporte público. Como sei que não é fácil conseguir um
transporte em um dia de domingo para qualquer lugar do nosso estado, como
também que não há muita solidariedade por parte dos motoristas que cortam
nossas rodovias, decidi ir bem cedo para que não corresse qualquer risco de
perder a prova.
No
entanto ao chegar ao ponto de ônibus o tempo foi passando e nada do tão
esperado transporte surgir na curva do Morro do Segredo. Cada minuto ali
parecia uma eternidade, sobretudo por que eu não havia levado relógio ou
celular e por tanto acabei perdendo a noção das horas. O ônibus não vinha e a
certeza de que perderia a prova já era real. Comecei a sentir um grande ódio por
perder todo o tempo que perdi estudando conteúdos insignificantes ou a grana da
inscrição que daria para mim tomar muita cerveja.
Quase
em total desespero pensei em me jogar no meio da rodovia, quem sabe um
caminhoneiro não pararia para me dar uma carona ou qualquer outra alma
caridosa. Mas não tive tanta coragem assim. Continuava na minha espera pelo
ônibus que não vinha. Lembrava-me da máxima que diz – quando mais queremos uma
coisa, mais ela demora de vir. Assim procurava pensar em outras coisas,
cantarolar uns rocks, mas não tinha jeito.
Por
tanto era melhor rezar para o tempo parar, olhava para o céu tentando decifrar
que horas seriam. Mas infelizmente não herdei o dom do meu avô Chô que tem a
capacidade de saber as horas apenas olhando para o sol.
Quando
o meu desespero já estava no limite chegou uma menina que também iria pegar o
ônibus para Palmas. Animei-me, sobretudo quando perguntei-a que horas eram.
-
São 12h35.
- O
que? 14h35? Por um momento achei que tudo havia se acabado. Como eu havia
passado tantas horas ali? Eu achava que o tempo havia passado de pressa, mas o
tempo havia passado mais de pressa do que eu imaginava.
-
Não. São 12h35.
Que
alivio. Afinal não havia muito tempo que eu estava ali, mesmo que o ônibus
demorasse mais de uma hora ainda eu conseguiria chegar a tempo de fazer a
prova. O alivio maior foi quando ela falou – é de agora em diante que os ônibus
começam a passar e de fato dez minutos depois da chegada dela ali – o ônibus
que esperei tão desesperadamente surgiu enfim na curva do Morro do Segredo. –
Que minutos foram aqueles, pareciam horas.
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