terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Cronica: O Tempero de vovó

Por Pedro Ferreira Nunes

Fazia quase três anos que não ia à chácara dos meus avós. Não por morar distante ou falta de oportunidade, ao contrario, hoje moro a meia hora de carro, quase no terreiro da casa deles. Há dois anos tinha até a justificativa de que morava em outro estado, mas agora não.

O fato é que pra mim tem sido sempre muito emocionante reencontrar lembranças da minha infância. Lembro-me da ultima vez que estive com meus avós, na hora de me despedir chorei, chorei tão caudalosamente, tal como uma criança que foi preciso que meu avô viesse me consolar. Mesmo assim segui chorando por boa parte do caminho.

Carrego comigo o desejo que as coisas da minha infância se conservem tal como eram. No entanto para minha tristeza, a vida não é como á musica do Roberto Carlos ‘o portão’ que sai pelo mundo e quando volta encontra tudo como deixou. Para minha tristeza vejo que muita coisa se perdeu, outras como é natural envelheceu.

Mas enfim após três anos sem pisar o pé na chácara dos meus avós decidi ir lá, é claro, não sem muita insistência de minha mãe. Como passo muito tempo sem ir aos lugares qualquer mudança já mexe comigo, assim quando desci do ônibus já fui me incomodando pelo fato de terem construído outra estrada.

Quando cheguei à chácara fui recebido com muita alegria pelos meus avós. Mas não podia deixar de ficar incomodado com tantas mudanças que ocorreram por ali. As mudanças me teletransportavam para minha infância, ai eu reconstituía na memoria a velha chácara. Mas de repente eu voltava para realidade e via o quanto eu havia envelhecido, como as coisas haviam mudado tanto por ali. Menos o carinho dos meus avós.

O que também não havia mudado era o tempero da comida de vovó. Quando fui almoçar fiquei surpreso. Minha avó havia feito uma curimatá cozida. Quando experimentei, lembrei-me da minha infância. Dai imaginei comigo – o tempero da minha avó tem gosto de infância.

Comi como há muito não comia peixe cozido, quem me conhece sabe que sou amante de frituras. Mas o tempero de minha vó é tão gostoso e me faz lembrar momentos tão especiais de minha infância – das férias escolares, das brincadeiras e aventuras que vivíamos ali quando se reunia toda a primaiada, que é impossível resistir.

Muita coisa mudou, eu mesmo tornei-me bem diferente da criança tímida que era (a timidez continua). E a criança que fui ainda mora dentro de mim. Talvez por isso que a camarada Maria Clara diz que tenho um olhar de menino.

As mudanças geralmente me incomodam, sobretudo por que nem sempre as coisas mudam para melhor. Ao contrario, o que é ruim geralmente se conserva e o que é bom vai se perdendo. No entanto o tempero de minha avó me fez recordar do meu tempo de criança. E que tempos foram aqueles. Tempos de muitas felicidades, onde não tínhamos preocupações, tempos que nos deixaram muitas saudades. Mas que lamentavelmente não voltaram, não voltaram.

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Decisão judicial com base em informações mentirosas deferiu pela suspensão do fornecimento de água e energia para uma família de posseiros de uma área devoluta no município de Lajeado do Tocantins.


Nota de repudio

“Os poderosos podem matar uma, duas, ou três rosas, mas já mais conseguirão deter a primavera inteira.”

Ernesto Che Guevara

Causou-nos indignação à decisão do excelentíssimo senhor juiz de direito Luiz Astolfo de Deus Amorim que deferiu, no dia 25 de novembro de 2014 (Autos nº: 0023085-61.2014.827.2729). Ação em favor do Senhor João Antônio dos Santos para que fosse suspensa a prestação de serviços de água e energia a uma área pública no município de Lajeado a qual o senhor João Antônio dos Santos diz lhe pertencer. No entanto a tal área é ocupada há vários anos por uma família de posseiros daquela cidade.

A justificativa para suspensão do fornecimento de água e energia seria por que a família que ocupa a área não tem efetuado corretamente o pagamento das faturas dos serviços prestados, o que segundo o senhor João Antônio e a decisão do juiz Luiz Astolfo têm causado prejuízo ao dito proprietário, sendo que inclusive o seu nome tem ido parar em cadastros de proteção ao credito.Com isso o juiz estabeleceu que tanto a CELTINS como a SANEATINS suspendesse no prazo de 48 horas o fornecimento de água e energia da área localizada no setor Aeroporto no Município de Lajeado. O corte do fornecimento de energia aconteceu no sábado (29 de novembro) pela manhã e a suspensão do fornecimento de água ocorreu na quarta-feira no dia 03 de dezembro.

Decisão judicial tomada com base em justificativas mentirosas

Tanto as informações como as tais provas apresentadas pelo senhor João Antônio dos Santos a justiça são mentirosas. A família que ocupa a área desde 2005 tem em mãos todos os documentos que comprovam que os serviços de água e energia vêm sendo pago regulamente. O que também pode ser facilmente confirmado através de uma declaração da CELTINS e da ATS. Por tanto é mentirosa a informação de que o nome do senhor João Antônio dos Santos tem indo para o serviço de proteção ao credito devido ao não pagamento dessas faturas. O mais absurdo ainda é que a conta de energia esta no nome da família que atualmente ocupa a área o que contraria totalmente os argumentos do senhor Juiz de direito Luiz Astolfo de Deus Amorim.

Outro caso que nos causou bastante estranheza foi o fato da decisão ter sido deferida por um juiz de uma comarca diferente da que o município de Lajeado esta localizada. O documento também não tem a assinatura do juiz e nem a vara civil ao qual o juiz de direito presta serviço. Diante disso a família que atualmente mora na área e tem efeituado corretamente o pagamento das faturas de água e energia procurou a defensoria pública para que esta entre com liminar para suspender tal ação judicial absurda.

Não é a primeira vez que o senhor João Antônio dos Santos tenta de forma arbitraria suspender a energia da tal área em Lajeado. Ainda no mês de setembro sem comunicar à família que mora na área, o senhor João Antônio foi até a CELTINS transferiu a conta de energia para seu nome e em seguida solicitou o seu desligamento. Causando um grande transtorno para família que lá vive inclusive com criança pequena.

O objetivo do senhor João Antônio está claro – é expulsar a família que lá vive e que reivindicam a posse definitiva da área legitimamente. Área esta que o senhor João Antônio diz lhe pertencer. No entanto a prefeitura de Lajeado e cartório local afirmam que a tal área em questão esta em processo de legalização, não há registro da mesma, é uma área devoluta do município, que, portanto pertence a quem lá vive aproximadamente a 10 anos. Como não tem nenhum documento que comprava que o senhor João Antônio é o proprietário legitimo da área, o mesmo tem se utilizado de ações criminosas, falsificando documento e apresentando provas mentirosas com o objetivo de se apropriar de um terreno que não lhe pertence. Bem como aterrorizando a família que lá esta legitimamente.

Diante disso, nós do Coletivo José Porfírio vemos a publico mostrar nossa indignação perante tal acontecimento. Exigimos que tal decisão judicial pautada em informações mentirosas seja suspensa imediatamente, e que o fornecimento de água e energia sejam garantidoà família que lá vive e que tem cumprido o seu papel pagando as faturas em dia. Conclamamos também as autoridades municipais e estaduais a punirem os responsáveis por tais crimes que vem sendo praticado contra a família de posseiros da área devoluta no setor aeroporto pertencente ao município de Lajeado.Não duvidamos que aqueles que se apropriaram de documentos falsos, que prestam informações mentirosas para justiça, o que pode ser comprovado facilmente, tentem ações mais ousada contra os ocupantes da área. Assim é de responsabilidade única e exclusiva das autoridades municipais e estaduais qualquer ação mais grave que venha acontecer com a família de posseiros da área devoluta no setor Aeroporto no município de Lajeado.

Por fim fazemos um chamado a todas as organizações da classe trabalhadora do campo e da cidade, de norte a sul do Brasil, a fazerem moções em apoio à luta dessa família de posseiros que legitimamente lutam pela posse definitiva dessa área devoluta, enviando-as para as autoridades municipais. Como também moções de repudio as ações criminosas que vem sendo cometido contra a família de posseiros com a anuência da justiça e omissão do poder público municipal.Nós do Coletivo José Porfírio damos nosso incondicional apoio à luta da família de posseiros, bem como afirmamos o compromisso de continuar acompanhando este caso e denunciando os abusos que por ventura venham a ser cometido por quem quer que seja.

Lajeado-TO, 09 de Dezembro de 2014.

Coletivo José Porfírio – Construindo a luta do povo trabalhador do campo e da cidade.
Endereço: Rua Paulino, Marques, S/nº, Qd-23, Lt-23, Setor Aeroporto, Lajeado-TO.

Contatos: 63-84946840. E-mail: pedro-ferreira2000@hotmail.com

Coletivo José Porfírio participa do II Fórum de Educação Popular na UNIFESP da Baixada Santista

A atividade ocorreu nos dias 05 e 06 de dezembro de 2014. Promovido pelo PET (Programa de Educação Tutorial). O tema deste ano foi – Para que (m) serve o teu conhecimento?Rodas de conversas, troca de experiências entre os diversos grupos e organizações populares do campo e da cidade, além de intervenções culturais marcaram o evento.

Nós do Coletivo José Porfírio compartilhamos nossas experiência com educação popular no Tocantins, em especial na zona rural, junto à juventude.Apesar de ter menos de um ano, o Coletivo José Porfírio (CJP) já se consolida como a única organização voltada para o trabalho de base com a educação popular no Tocantins, com o objetivo de fortalecer os movimentos populares da cidade e do campo bem como todo o conjunto da classe trabalhadora tocantinense para que se organize e lute contra o modelo hegemônico de apoio ao agronegócio e a especulação imobiliária.

Curso de formação politica, oficinas de formação, cursinho popular além de participar e assessorar outras organizações populares foram algumas ações realizada pelo Coletivo José Porfírio neste ano de 2014 no Tocantins.  A participação na Escola de formação politica Padre Josimo organizada pela Rede de Educação Cidadã do Tocantins foi também uma experiência enriquecedora e que fortaleceu todas as organizações que dela participaram. Outra ação importante do CJP tem sido a sistematização das experiências realizadas. Além da denuncia de ataques à classe trabalhadora tocantinense, em especial no interior.

Nesse sentido o II Fórum de Educação Popular foi um espaço importante para troca de experiências e afirmação da importância da educação popular como ferramenta para construção do movimento popular e fortalecimento de suas lutas. A atividade ganha importância por ser uma das poucas experiências que pauta a educação popular no espaço acadêmico. As organizações que participaram da atividade saem com certeza, fortalecidas para as ações que desencadearam no próximo período.

Coletivo José Porfírio - CJP


segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

José Porfírio: Símbolo da luta por reforma agrária no norte do Brasil.

...temos a certeza de as pessoas honestas de Goiás, quando tomarem conhecimento da verdadeira situação de Formoso, irão concluir que os bandidos e invasores não somos nós, posseiros, que há tantos anos desbravamos essas terras e que as custas de um trabalho duro e muitas vezes heroico a valorizamos. Invasores são os grileiros, que agora tentam outra vez nos expulsar de nossas posses... e que só não nos assassinaram ainda porque temos as nossas carabinas e com elas defendemos as nossas vidas.”
José Porfírio
Por Pedro Ferreira Nunes

Era a década de 50. O camponês José Porfírio vivia com sua família no norte do estado de Goiás, o município de Pedro Afonso (hoje estado do Tocantins). A vida por ali não era fácil, José Porfírio trabalhava para sustentar sua família em terras alheias, no entanto o seu sonho era ter o seu próprio pedaço de chão para produzir e viver dignamente.

Foi então que ele ficou sabendo de um tal programa do governo federal que estava dando terras para os camponeses sem terra. Era o governo Vargas e o programa era a tal marcha para o oeste. José Porfírio decidiu partir com sua família e outros tantos camaradas em busca do tão sonhado pedaço de terra.

No lombo de animais de carga José Porfírio partiu em busca do seu sonho. Foi então que chegou a Uruaçu em uma região que era conhecida como Formoso das trombas. Nessa região havia uma grande área de terras devolutas que pertenciam ao governo federal, foi essa área que fora ocupada por José Porfírio e outras centenas de camponeses pobres de diversas regiões de Goiás e do Brasil.

Com o projeto de construção da BR153 (Belém/Brasília) as terras ocupadas pelos camponeses pobres começaram a supervalorizar, a burguesia agrária da região logo cresceu o olho nas terras ocupadas pelos camponeses, e assim montaram um grande golpe com o objetivo de se apropriar da área e expulsar os camponeses que legitimamente ocupavam aquelas terras.

Os poderosos da região conseguiram por seu plano em prática, grilaram documentos, isto é, forjaram e falsificaram documentos que falsamente lhes dava a posse daquela área, que na verdade eram terras devolutas que pertenciam ao governo federal.

Com isso os falsos donos da área começaram a pressionar os camponeses pobres que ocupavam aquelas terras a dar parte do que eles produziam para os falsos proprietários, os que não aceitavam sofriam violência e eram expulsos por jagunços de suas parcelas.

José Porfírio desde o inicio se negou a cair na chantagem dos grileiros, desempenhando um importante papel na organização dos camponeses pobres bem como se colocando na linha de frente da luta pela posse daquelas terras. Com isso tornou-se uma das figuras mais perseguidas, teve sua casa queimada e sua primeira esposa fora assassinada, quando de uma viajem que ele fizera buscando solucionar o problema que eles enfrentavam, isto é, conseguir a posse verdadeira daquelas terras.

Mesmo com esse golpe brutal José Porfírio não desistiu da luta, ao contrario, foi a partir desse duro golpe e de perceber a omissão do estado em buscar solucionar aquela questão, o que não é novidade, pois ao longo da historia do nosso país vemos o estado brasileiro, independente de qual governo de plantão sempre se colocando ao lado dos mais poderosos, da burguesia, do capital.

Diante desse quadro José Porfírio e seus companheiros perceberam que só havia uma alternativa lutar com armas nas mãos pelo que pertencia a eles de fato. A terra que eles cultivaram e o alimento que eles produziam com muita dificuldade não seriam dados de mãos beijadas para aquela corja de bandidos que queriam roubar suas terras.

Como também eles não mais aceitariam ver seus companheiros sendo assassinados, suas mulheres e filhos sendo violentados e eles de braços cruzados. Aqueles camponeses pobres até poderiam ser expulsos daquela área, mas para tanto teriam que mata-los, pois eles estavam dispostos a resistir lutando com armas nas mãos.

E foi assim, com arma nas mãos que os camponeses pobres liderados por José Porfírio e outros valorosos camaradas resistiram à tentativa da burguesia agrária da região de formoso das trombas de tomar suas terras. Defensor da necessidade de organização e da luta coletiva José Porfírio juntamente com seus companheiros criaram uma associação dos camponeses pobres para continuarem lutando pela posse de fato daquela área como também por melhorias para região.

Devido a seu importante papel como defensor ferrenho da causa camponesa foi que José Porfírio foi eleito deputado estadual por Goiás, o primeiro camponês a ser eleito deputado na historia do Brasil. E José Porfírio ao contrario do que muita gente faz, que depois que é eleita vira as costas para quem o elegeu e esquece das causas por que sempre lutou, ele não.

Ele passou a ser uma das figuras mais conhecidas no cenário nacional, desempenhando um papel importantíssimo na organização do campesinato goiano e brasileiro, bem como fazendo da sua cadeira no parlamento uma trincheira em defesa da reforma agrária. José Porfírio que sabia da importância da terra para o campesinato pobre, para sua subsistência, para se viver com dignidade, ele que sofrera na pele juntamente com seus companheiros a violência por parte da burguesia agrária goiana, não iria agora virar as costas para o povo que o elegeu e a causa pela qual tantos camaradas seus incluindo sua esposa perdera a vida.

Com o golpe militar em 1964 e a perseguição a todos aqueles que acreditavam e lutavam por um país justo e igualitário aumentou. José Porfírio que estava na trincheira dos que lutavam por um país melhor, não teve destino diferente. Seu mandato de parlamentar foi cassado. Por quê? Porque defendia uma causa justa? Por que defendia o campesinato? Por que defendia a reforma agrária? Que crime a nisso? Mas os militares o viam como criminoso, tanto que ele foi preso.

Mesmo perdendo o mandato de deputado, José Porfírio não desistiria da luta e passou a defender com veemência assim como Carlos Marighela, o Capitão Lamarca, os guerrilheiros do Araguaia e outros tantos valorosos camaradas a necessidade de resistir através da luta armada a ditadura militar. Mas infelizmente teve pouco tempo para lutar.

A história oficial aponta que ele desapareceu no ano de 1972, quando voltava para casa após sair da prisão em Brasília, o ultimo lugar onde foi visto foi à rodoviária da capital federal. No entanto sabemos que ninguém desaparece do nada, sem deixar nenhum rastro. Os arquivos militares que na sua maioria ainda não veio à luz, com certeza mostraram que fim levou José Porfírio.

No dia que desapareceram com José Porfírio da rodoviária de Brasília, os militares que o assassinaram e jogaram o seu corpo em um lugar onde não podia ser encontrado. Pensaram que o mataram, mas José Porfírio não morreu. Pois aqueles que lutam por um ideal justo, que se dedicam e sacrificam por uma causa não morrem. Os mártires do povo, da classe trabalhadora da cidade e do campo não podem ser mortos, eles ‘são sementes que quando jogados no seio da terra dão frutos’. Já dizia o poeta.

E José Porfírio deu muitos frutos que continuam sua luta, em especial nas margens das rodovias do nosso país na luta por reforma agrária e justiça no campo. São milhares de José Porfírio que resistem bravamente em barracas de lona nas margens das rodovias enfrentando sol, chuva, a fome, a falta de politicas públicas que atendam minimamente as necessidades da população campesina. São milhares de José Porfírio em marcha, ocupando latifúndios improdutivos, defendendo o meio ambiente e produzindo para alimentar a nação. São milhares de José Porfírio que resistem as balas genocidas dos latifúndios, a omissão do estado e a impunidade da justiça.

José Porfírio é um símbolo da luta por terra e justiça no campo no Tocantins, em Goiás, na região norte, em todo o nosso país. Ele continua vivo, seu exemplo, sua luta. E a maior homenagem que podemos prestar a este grande símbolo da nossa região, a esse grande mártir da luta camponesa do nosso país. – É continuarmos a luta por uma reforma agrária de fato no Brasil. Uma reforma agrária radical. Que acabe com o latifúndio, que destrua o agronegócio e de a terra ao camponês, a quem nela de fato trabalha.

- Viva o camarada José Porfírio!

- Viva a luta por reforma agrária!

Pedro Ferreira Nunes é educador popular e militante do Coletivo José Porfírio