terça-feira, 2 de outubro de 2018

Bernadete 50 Governadora: Uma candidatura necessária para enfrentar o modelo hegemônico de desenvolvimento no Tocantins.

“E você samba de que lado...
de que lado você samba?
Chico Science

Qual o modelo de desenvolvimento para o Tocantins você quer? O modelo de avanço do agronegócio e do hidronégocio? Que violenta e expulsa dos seus territórios índios, quilombolas e camponeses pobres? O modelo que entrega os bens públicos para a iniciativa privada através de privatizações recebendo em contrapartida um serviço caro e de péssima qualidade? Um modelo de caos permanente na saúde e de descaso com a educação? Em que o desemprego é a realidade para maioria dos indivíduos e o interior só é lembrado no período de campanha eleitoral? Em que as mulheres, os negros e a juventude não têm voz e nem vez? Pelo contrário, tem os seus direitos negados e engrossam as estatísticas de vitimas do status cos? Um modelo de desenvolvimento comandado por uma elite ruralista e especuladores imobiliários?

Se é esse o modelo de desenvolvimento que você quer para o Tocantins – não ti faltará opções nessas eleições. Não são poucos os candidatos que não só defendem esse modelo como propõem aprofunda-lo através da “desburocratização” que impedem o “desenvolvimento” do Tocantins. E o que seria essa “desburocratização” se não a flexibilização de leis, sobretudo ambientais, que minimamente criam barreiras para o avanço devastador do agronegócio e do hidronegocio. Essa flexibilização é fundamental para que o projeto de expansão da mineração no Estado – proposto por determinado candidato e que já mostrou seus efeitos nefastos em Mariana (MG) e Barcarena (PA) – se concretize. A partir dai as expressões da questão social que surgiram – como o aumento da desigualdade e a violência – serão apenas detalhes.

Mas se você acredita que não é só possível como necessário outro modelo de desenvolvimento – um modelo alternativo que aponte para “além do capital” como nos diria Mészáros. Você também tem opção, mas neste caso apenas uma. E essa opção é a candidatura ao governo do Tocantins da camarada Bernadete Aparecida Ferreira pelo Partido Socialismo e Liberdade – PSOL. Bernadete é educadora popular e militante feminista – fundadora da Casa 08 de Março – organização com mais de 20 anos de história na defesa das mulheres trabalhadoras tocantinenses vitimas de violência.

Bernadete tem uma trajetória de luta inquestionável na defesa dos interesses do povo pobre e trabalhador – seja do campo ou da cidade. Organizando cursos de formação, promovendo a economia solidária, fazendo mobilização, realizando marchas e manifestações. Construindo no dia a dia a resistência contra esse modelo de desenvolvimento hegemônico – mostrando que é possível vislumbrarmos uma alternativa anticapitalista para o Tocantins. E a sua candidatura ao governo do Tocantins segue essa linha. 

De modo que ao assumir essa tarefa, sobretudo num estado com fortes raízes conservadoras. Bernadete evidencia mais ainda sua coragem em enfrentar a ordem vigente – apresentando um projeto popular para esse estado que sempre esteve nas mãos de elites oligarcas. E é por isso que sua candidatura é uma candidatura necessária – a única que legitimamente tem dado voz a pauta feminista, aos sem terra, aos sem teto. A todas e todos aqueles que estão à margem dessa sociedade.

Uma das fundadoras do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) no Tocantins a candidatura de Bernadete também significa um resgate do partido para a linha aguerrida da agremiação a nível nacional. O que não ocorreu em 2014. Com isso o PSOL se souber trabalhar bem a relação com os simpatizantes que estão se aproximando do partido por causa da campanha da Bernadete, pode ter um ótimo saldo organizativo. E a partir dai se tornar uma referência há médio prazo para classe trabalhadora tocantinense – tão carente de uma referência à esquerda.

A candidatura da camarada Bernadete tem cumprido um papel importante, mesmo diante dos limites do ponto de vista estrutural e a disparidade de condições entre os candidatos – o que só evidencia mais ainda de que lado eles estão. 

A candidatura da camarada Bernadete é uma semente que está sendo plantada e se soubermos cultiva-la colheremos bons frutos amanhã. Para tanto precisamos de coragem e tenacidade como nos ensinou o querido Plínio – que num celebre discurso disse – “não acreditem no impossível, o impossível torna se possível se você quiser, ele vira possível. É preciso é coragem, é preciso é tenacidade, é preciso é força. E é preciso não esconder a realidade, não ter medo dela. É preciso falar as coisas como elas são...”. E nessa campanha eleitoral no Tocantins a única candidata que fala as coisas como elas são, é a Bernadete – sem medo da onda conservadora que tenta nos engolir.

Não temos ilusão quanto ao resultado das eleições. Isso pouco importa na verdade. Até por que não será pelas vias eleitorais burguesas que conseguiremos frear o modelo de desenvolvimento hegemônico de avanço do capitalismo. O que significa que não tenhamos de participar do processo, sobretudo para denunciar essa farsa. E é ai mais uma vez que se afirma a necessidade da candidatura ao governo da camarada Bernadete como também do senador e deputados da legenda. 

Diante disso se você acredita e defende a necessidade de outro modelo de desenvolvimento para o Tocantins – um modelo que rompa com a lógica do capital –precisa mostrar de que lado você samba – se ao lado da burguesia ou do proletariado, dos latifundiários ou do campesinato pobre, do opressor ou do oprimido. Se o seu lado é o dos oprimidos, do campesinato pobre e do proletariado então vamos juntos com Bernadete governadora.

Pedro Ferreira Nunes
Pelo Coletivo José Porfírio

Casa da Maria Lúcia. Lajeado-TO, Lua Cheia – Primavera de 2018.

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