domingo, 16 de dezembro de 2018

Obviedades: Sobre a situação do DCE UFT.

O Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal do Tocantins encontra-se em vacância mais uma vez (se não me engano desde outubro – quando finalizou o mandato da ultima gestão eleita). Desde então várias tentativas de realização de um CEB (Conselho das Entidades de Base) não vingaram. Por que não vingaram? Eis a questão que pretendemos responder.

As justificativas que vieram a público até o momento são diversas. Entre elas, duas me chamaram atenção. A primeira foi acerca de quem teria legitimidade para convocar um Conselho de Base. E a segunda foi por questões estruturais. O que me chamou atenção é que para mim essas justificativas revelam uma pequenez política do movimento estudantil na UFT. Não, não me apedrejem. Explico por que. Antes compreendamos o que é pequenez política.

Pequenez política é quando agimos de forma mesquinha – pensando mais nos nossos interesses pessoais do que na coletividade. Para conseguir os nossos objetivos não pensamos duas vezes em agir com baixeza e utilizando de artifícios intelectualmente e moralmente condenáveis. Ousaria dizer que quem age com pequenez na política não faz política e sim politicagem.

Voltemos à questão. Em relação a legitimidade para convocar o Conselho de Base ficou notório a tentativa de falsificar o estatuto da entidade para dar legitimidade para quem já não tinha. Já em relação à falta de estrutura um movimento estudantil que não tem a capacidade de se autofinanciar para realizar um encontro anualmente não sei nem o que dizer. Não há justificativa. Mas o pior é que quem conhece os bastidores sabe bem que não é isso. Tanto a legitimidade para convocar o CEB como a questão estrutural seria facilmente superada se houvesse disposição para o diálogo e os interesses coletivos fossem colocados acima dos interesses particulares.

Mas não, preferem ficar perdendo tempo numa disputa mesquinha para ver quem consegue convocar o CEB que dará quórum. E por que isso? Por que acreditam que assim conseguiram vantagens na disputa futura. Por isso boicotam-se mutuamente (O problema é que sem CEBE não há disputa). E quem perde com isso? Todas e todos os estudantes da Universidade Federal do Tocantins que estão sem o seu órgão máximo de representatividade. E a perspectiva é que entremos em 2019, um ano nebuloso com a ascensão de um governo de extrema direita na presidência da república, sem uma nova gestão. E isso, por pequenez política do movimento estudantil na UFT.

Ora, antes do inicio de qualquer campeonato esportivo os dirigentes precisam se reunir para deliberar acerca do regimento que irá regular as disputas, como também quem serão os responsáveis por garantir que esse regimento seja respeitado. Sem isso não há jogo. De modo que os envolvidos tem que deixar a rivalidade de lado e sentarem na mesma mesa para construir se não um consenso, pelo menos algo aprovado pela maioria.

As eleições para um Diretório Central dos Estudantes (DCE) não é uma disputa esportiva. Mas o processo não é muito diferente. Para que aja eleição é preciso elaborar um regimento eleitoral e eleger uma Comissão que ficará responsável por garantir o respeito a esse regimento. Sem isso não há eleição. De modo que as entidades de base (Diretórios Acadêmicos e Centros Acadêmicos) precisam sentar na mesma mesa para deliberar sobre o regimento das eleições bem como quem será a Comissão Eleitoral. E isso se dá através da realização do CEB.

Bom, o que acabo de dizer é bastante óbvio. Todos que estão envolvidos no processo têm plena consciência disso. Mas por que agem de forma diferente? Isso evidência mais ainda as suas pequenez politica.

Pedro Ferreira Nunes – Cursa Filosofia na Universidade Federal do Tocantins.

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