quinta-feira, 6 de junho de 2013

Poema: E os guerrilheiros do Araguaia, onde estão?

Filhos da subversão

Semeadores da esperança,

Em tempos de trevas tirânicas

Lutar com armas nas mãos.

 
Gritos por liberdade

Pela libertação do povo,

Arquitetos de um tempo novo

Construtores da revolução.



Guerrilheiros do Araguaia

Onde estão seus corpos?

Condenados a morte

Nas belas terras do norte.



E os guerrilheiros do Araguaia

Onde estão?

Que crimes cometeram?

Sonhar com o fim da opressão?

 
 
Guerrilheiros do Araguaia

Esquecidos,

Traídos,

Pelos próprios companheiros.

 
 
Que agora de mãos dadas

Andam com a burguesia,

Socialismo só na teoria

Traidores da revolução.

 
Guerrilheiros fuzilados

Na guerrilha do Araguaia,

Onde estão?

Haveremos de vinga-lós

Esquecidos já mais serão.
 
*Por Pedro Ferreira

Poema: Baixa Preta

Crianças brincando de golzinho na rua,

cachorros latindo.
Estádio Castanheirão

Ruas de cascalho,

quando chovia a lama era geral.

Mulheres descendo para a fonte,

com uma trouxa de roupa para lavar.

No domingo tem o TEC X MEC no Castanheirão.

Ao anoitecer a criançada fazia a festa,

não tinha cerca que os segurava.

Caju, manga, laranja

no quintal do vizinho é mais gostoso.

Cai no poço, quem ti tira? Meu bem...

E assim muitos deram o primeiro beijo.

Baixa preta,

 sempre esquecida pelo poder público.

Será por que?

Pela cor dos que lá moravam?

Baixa preta, ah baixa preta

Dizem que continua como antes.

Esquecida pelo poder público,

mas cheia de vida.

(Baixa Preta é um bairro da periferia de Miracema - TO, onde cresci).
*Por Pedro Ferreira

Moção de repudio as declarações do deputado estadual José Bonifácio que chamou os trabalhadores e trabalhadoras tocantinenses de babacas e bandidos.

Deputado Estadual José Bonifácio (PR/TO)
Viemos por meio desta repudiar com veemência as declarações feita pelo deputado estadual José Bonifácio (PR) feitas em decorrência da ação dos movimentos sociais do Tocantins, sobretudo os sem teto e sem terra na assembleia legislativa no dia 30 de abril.
O nobre deputado não ofendeu apenas as centenas de famílias que participaram da manifestação por reforma urbana, agrária, políticas públicas que atendem a necessidade da população e contra o auxilio moradia para os deputados e outras autoridades tocantinenses. Quando chamou os mesmos de babacas e bandidos, ofendeu a toda a classe trabalhadora, que não estava presente na mobilização, mas com certeza estão indignadas com a desordem politica estabelecida no Tocantins.
Se os deputados tocantinenses, governo estadual e demais autoridades públicas estivessem fazendo sua obrigação que é de atender as necessidades básicas da população. Essas famílias não estariam protestando. Pois ninguém vive de baixo de barraca de lona em condições precárias, fazendo marchas, ocupando órgãos públicos, em suma, lutando pelos seus direitos, se esses fossem atendidos.
Se o nobre deputado que foi eleito graças ao voto de centenas de trabalhadores não ganhasse um salario de mais de 20 mil mensais, auxilio moradia entre outros privilégios, com certeza não teria essa opinião. O povo tocantinense deputado Jose Bonifácio não é babaca, nem mesmo aqueles que votaram em ti, e as vaias que escutaste pode ter certeza que vem de todos os lares das trabalhadoras e trabalhadores tocantinenses. Vaias que haverão de ecoar por todos os cantos do nosso estado e que culminarão com a exclusão desses falsos representantes do povo dos espaços públicos do nosso estado.
O povo tocantinense que se organiza e luta pelos seus direitos também não são bandidos deputados tocantinenses e demais autoridades. Bandidos são aqueles que se apoderam dos espaços públicos para interesses privados. Desviando recursos que deveriam ser destinada para educação, saúde, habitação, geração de trabalho entre outros para seus bolsos.
Por fim declaramos nosso apoio incondicional à luta da classe trabalhadora tocantinense em marcha pelos seus direitos e contra a política hegemônica no estado de favorecimento aos grandes proprietários de terra, empresários e especuladores. Bem como repudiamos as declarações e práticas desses falsos representantes do povo, que deverão ser extirpados dos espaços públicos do Tocantins.



“Se o presente é de luta, o futuro nos pertence.”

Ernesto Che Guevara

 

Palmas, 28 de Maio de 2013.

MTST – TOCANTINS

BLOCO DE RESISTÊNCIA SOCIALISTA

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Manifesto a classe trabalhadora Tocantinense

Povo do Tocantins - levante, resista, lute!

Povo do Tocantins é hora de acordar,
De não aceitar o “possível”,


Essa realidade deve mudar.

Chega de ficar acomodado,

Pois ficar de braços cruzados,

É aceitar ser explorado.

Não nos iludamos

Com Siqueiras, Abreus e Mirandas,

O poder estas com vós,

Acredite, é o povo que manda.

Levantai meu camarada tocantinense,

Resista, vamos lutar,

Com a unidade da classe trabalhadora,

Nossa luta revolucionaria triunfará.
 
*Pedro Ferreira - Milítante Socialista Revolucionário.

quinta-feira, 2 de maio de 2013

A marcha unificada foi um marco histórico para a classe trabalhadora tocantinense

*Por Pedro Ferreira
 
A marcha unificada dos trabalhadores tocantinenses que foi realizada na ultima terça-feira (29/04) contou com a presença de cerca de 350 manifestantes. Os mesmos saíram em marcha pela Av. JK  e seguiram rumo a assembleia legislativa -TO. Durante o percurso os manifestantes denunciaram as promessas do governador Siqueira Campos (PSDB) de construir 70 mil casas e até o momento nenhuma foi entregue. Também foi lembrado a criação da secretaria de desenvolvimento agrário e regularização fundiária e a nomeação do deputado Irajá Abreu (PSD) para gerir a pasta, o que representa um ataque aos movimentos campesinos de luta pela terra e políticas públicas para agricultura familiar e camponesa.
 
As organizações presentes também denunciaram a aprovação do auxilio moradia para deputados estaduais, Conselheiros do TCE e do MPE como uma imoralidade em um estado onde há um grande déficit habitacional não enfrentando pelo poder público, bem como as articulações para aprovação do auxilio saúde para os deputados estaduais. Os manifestantes também lembraram a luta das mulheres, da juventude e dos servidores públicos, em especial os professores.
 
A marcha foi encerrada na assembleia legislativa onde os manifestantes reivindicaram uma reunião com os deputados estaduais para apresentarem suas pautas de reivindicações. Após uma tentativa de barrar a entrada do povo na assembleia legislativa os deputados recuaram e permitiram que todos entrassem e assistisse a sessão, bem como também aceitou receber uma comissão das organizações presentes para negociar. No entanto o povo teve que assistir a sessão de um local onde os deputados ficam protegidos por um vidro, uma espécie de proteção dos deputados do povo que o elege, um espetáculo curioso e revoltante ao mesmo tempo.
 
Poucas vezes a casa do povo (Assembleia Legislativa) pelo menos na teoria. Por algumas horas, teve em seu seio o povo. Crianças, jovens, mulheres e homens que na sua maioria nunca tinham pisado naquele local estavam ali pela primeira vez mostrando ao parlamento tocantinense bem como para o conjunto da sociedade que não aceitaremos passivamente o caos político estabelecido no nosso estado.
 
Após uma longa espera a comissão das organizações dos trabalhadores que estavam na marcha foram
recebidos pelos deputados, ao fim foi encaminhada uma audiência pública para o dia 16/05 na ALE-TO com a presença do governo estadual e municipal de Palmas, dos parlamentares e dos movimentos sociais para continuarem de forma profunda as reivindicações apresentadas na mobilização.
 
Ao final foi feito uma plenária onde foi dado informe sobre os encaminhamento da reunião com os deputados bem como uma avaliação positiva da marcha unificada. O objetivo da mobilização foi conseguido em partes, a marcha teve uma ampla cobertura na imprensa local e mesmo em alguns veículos nacionais. No entanto os movimentos deixaram claro que as mobilizações não deixaram de acontecer.
 
Na nossa intervenção colocamos a importância de fazermos em outro momento uma avaliação mais aprofundada dessa ação e planejarmos as futuras, bem como sendo fundamental atrairmos mais organizações dos trabalhadores para essa frente de luta. A marcha unificada dos trabalhadores foi um marco histórico para a classe trabalhadora tocantinense. Mas precisamos fortalecer e consolidar essa luta.
 
Participaram da marcha as seguintes organizações: MTST, MST, MAB, FETAET, MNLM, SINTET, CUT, ANDES, DCE/UFT, OPM, Casa 8 de Março e o Partido Socialismo e Liberdade - PSOL/TO.
 
*Pedro Ferreira - Educador e Assessor de Movimentos Populares, Militante do Bloco de Resistencia Socialista e do PSOL-TO.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

O eterno clássico do futebol miracemense

*Por Pedro Ferreira

O futebol no Tocantins ainda não é desenvolvido profissionalmente como nos grandes centros do país. Por isso o time do coração dos tocantinenses geralmente são times do eixo Rio-São Paulo. No entanto na minha infância em Miracema, nas margens do rio Tocantins, o que nos encantava e nos movia não era time do Rio e muito menos de São Paulo. Era o clássico local. De um lado o TEC (Tocantins Esporte Clube) do outro o MEC (Miracema Esporte Clube).

Todos os domingos era sagrado irmos ao estádio Castanheirão vermos os times de Miracema duelar pelo campeonato tocantinense de futebol. O estádio estava sempre lotado com uma torcida animada. Alguns com o radinho de pilha ao pé do ouvido ligado na transmissão da rádio Miracema e as reportagem do Jair de Oliveira.

Alguns duelos eram inesquecíveis como contra o Caburé de Colinas que tinha o perigoso atacante Nego Bala. Ou mesmo contra o Intercap de Paraíso, o Araguaína e o Tocantinópolis. Eram jogos pegados que não muito raramente acabava com briga levando à torcida a loucura. A torcida por sua vez jogava com o time, um dos setores mais conhecido era do grupo que ficava próximo ao gramado xingando o juiz e os jogadores do time adversário, claro sempre com muito humor.

No entanto nada se comparava quando o jogo era entre os dois times da cidade, durante a semana os boleiros da cidade não falavam de outra coisa. Uma coisa era certa. Seguindo a tradição de todo clássico do futebol mundial, independente da fase que qualquer time estava o jogo seria pegado, decidido nos detalhes e como era de praxe com certeza teria briga.

De um lado o Azul e Branco do Tecão de aço, do outro o tricolor do Mecão. Arquibancada lotada. No campo o desfile de atletas impagáveis. O goleiro Deinha, Codô e mangueira na zaga, Paulão na lateral, no meio de campo Rainel quebrando tudo, walber na armação e o Nego Bil no ataque, sem esquecer também do talentosíssimo Belmiram.

Foram domingos inesquecíveis que mexiam com toda a cidade. O time vitorioso saia em carreata. Durante a semana a torcida perdedora tinha que aguentar a gozação. O futebol era diversão, alegria e não exploração e violência.

Hoje o MEC X TEC fazem parte do passado, foram abandonados assim como o estádio Castanheirão – Palco desse clássico impagável. Miracema que tem um povo tão apaixonado pelo futebol e que outrora tinha dois times na primeira divisão do campeonato tocantinense agora não tem nenhum.

Quem sabe um dia não veremos novamente desfilar sobre o gramado do saudoso Castanheirão o TEC X MEC – O lendário clássico do futebol miracemense, um lendário clássico do futebol tocantinense.

*Pedro Ferreira- Escritor, Poeta e Educador Popular