Por Pedro Ferreira Nunes
O mês de junho, julho e agosto
é verão no Tocantins. As chuvas se vão, os rios secam e ao longo do seu leito
formam-se diversas praias onde turistas e tocantinenses buscam para se
refrescar do intenso calor que faz nessa região. Mas as belezas naturais do
Tocantins não se resumem as praias – o bioma cerrado que é predominante no
estado também tem seus encantos. Sua flora e fauna incrível, além das
cordilheiras de serras presente em quase todo o território. As festas populares
é também um grande atrativo para quem quer conhecer a alma da cultura
tocantinense.
E foi querendo conhecer este
povo e esta terra que Natalia, Debora e Jessica vieram passar férias por essas
paragens, no entanto elas nem imaginavam o que as esperavam.
As amigas se divertiram
bastante nas praias de Ipueiras, Brejinho de Nazaré, na histórica cidade de
Porto Nacional – Caíram nas rodas de sucia ao som dos tambores do Tocantins, si
deliciaram com a gostosa culinária em especial a caranha assada na moqueca.
Divertiram-se como nunca.
Ao chegarem ao Lajeado elas
cismaram em querer subir o Morro do Segredo. De fato o Morro do Segredo é
encantador - uma das belezas naturais mais encantadoras do Tocantins. É
impossível não vê-lo e se sentir atraído. Mais encantador ainda era a visão lá
de cima, o ar, o clima.
Além das historias que os
moradores locais contavam a cerca de luzes misteriosas no topo do morro, de
riquezas escondidas protegida por fantasmas.
- Mas isso é historia de
pescador. Dizia os incrédulos, entre eles as três amigas.
- O que nós vamos fazer lá em
cima? Deve ser impossível chegar lá.
Debora não era muito dada a
aventuras. Preferia sombra e água fresca. Quanto menos esforço melhor. Não
conseguia entender o que tanto Natalia e Jessica queria fazer lá. Já estava
ótimo ver o morro lá de baixo e tirar muitas fotos.
- Vamos, vai ser bacana. Dizem
que a vista lá de cima é ótima.
- É verdade. Imagina as fotos que vamos tirar de lá.
Mesmo com as ponderações de
Natalia e Jessica – Debora não se sentia encorajada a subir o imponente Morro
do Segredo. Porém ela era incapaz de deixar suas companheiras seguirem sozinha.
- Ok. A gente vai, mas não
iremos acampar lá.
- Tudo bem. Concordaram as
amigas.
Ao chegarem ao topo do Morro
às amigas ficaram encantadas. Não fora fácil a subida, ainda mais para elas que
não conheciam o local e nunca foram de aventuras, mas demostraram muita coragem
ao desafiar a subida do morro ainda mais sem guias.
- Que lindo!!! Nem mesmo
Debora conseguia esconder o encanto que sentia ao ver a bela visão do topo do
Morro do Segredo.
O tempo passou tão depressa
que as amigas nem perceberam. Logo em breve começaria a anoitecer era preciso
começar a descer, pois se anoitecesse seria impossível.
- Meus amigos vão pirar quando
virem essas fotos.
- É mesmo vão morrer de
inveja.
- Mas temos que começar a
descer se não escurece e não conseguimos achar o caminho certo. Ainda bem que o
celular pega aqui se acaso nós nos perdermos.
- Vira essa boca pra lá
Debora.
Quando as amigas começaram a
descer perceberam que não seria tão fácil, se a subida havia sido difícil, a
descida não seria menos.
- Vamos depressa, esta
começando a escurecer. Dizia Debora nervosa.
- Vamos com cuidado se não a
gente se perde.
Jessica e Natalia já não
conseguiam esconder o nervosismo e tal como Debora temiam o que poderia
acontecer. E para o desespero das amigas tudo escureceu rapidamente, era
impossível saber o caminho.
- Meu Deus o que vamos fazer?
E nem ligar para alguém tem como, pois a gente não conhece ninguém por aqui. Só
se for pra policia?
- Ai meu Deus, o celular tá
sem sinal.
- Vamos ter que acampar por
aqui, pois é impossível a gente achar o caminho. Amanhã sedo a gente continua a
viagem.
Jessica era a mais tranquila
das três. Já Debora e Natalia estavam desesperada e se não fosse a Jessica lhes
tranquilizando elas teriam entrado em pânico. Mas o pior estava por vir.
De repente as amigas começaram
a ouvir passos nas folhas secas.
- Quem estaria andando por ali
naquele horário. As amigas gritaram desesperadas, mas ninguém ás responderam.
Os passos continuaram e
pararam novamente. As amigas tiveram na hora uma lembrança que as deixaram
ainda mais nervosas – lembraram-se das historias dos pescadores sobre visagens
no morro.
- Será que são fantasmas?
Debora, Natalia e Jessica abraçaram-se e ficaram de joelhos rezando.
De repente uma luz gigante
surge do nada no céu e numa velocidade indescritível começa a se mover em
direção as amigas.
- O que seria aquilo? Que luz
era aquela? A aparência era de uma enorme bola de fogo. Seria um cometa, um
asteroide? Um disco voador com extra terrestres?
As amigas já imaginavam que
aquele seria o fim delas, não só delas, mas se aquela bola de fogo caísse ali,
com certeza tudo ia pelos ares. Naquele momento o que elas mais queriam era
esta ao lado de seus familiares, morrer ali tão longe de todos e tudo?
A bola de fogo aproxima delas
e de repente desaparece do nada. As amigas ficam boquiaberta. O que teria sido
aquilo? Elas se tocam para ver se estavam inteiras e estavam. Melhor ainda foi
encontrarem-se com dois caçadores que rondavam por ali e lhes mostrarem o
caminho. Mal o dia amanheceu e as amigas jogaram as mochilas nas costas e
troaram a caminho de casa.
Da janela do ônibus elas não
puderam deixar de olhar o belíssimo Morro do Segredo. No entanto elas esperavam
nunca mais voltarem ali. A noite anterior já mais sairia da mente daquelas
amigas, como também o questionamento – o que teria sido aquela visagem?