quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Mistério no Segredo

Por Pedro Ferreira Nunes

O mês de junho, julho e agosto é verão no Tocantins. As chuvas se vão, os rios secam e ao longo do seu leito formam-se diversas praias onde turistas e tocantinenses buscam para se refrescar do intenso calor que faz nessa região. Mas as belezas naturais do Tocantins não se resumem as praias – o bioma cerrado que é predominante no estado também tem seus encantos. Sua flora e fauna incrível, além das cordilheiras de serras presente em quase todo o território. As festas populares é também um grande atrativo para quem quer conhecer a alma da cultura tocantinense.

E foi querendo conhecer este povo e esta terra que Natalia, Debora e Jessica vieram passar férias por essas paragens, no entanto elas nem imaginavam o que as esperavam.

As amigas se divertiram bastante nas praias de Ipueiras, Brejinho de Nazaré, na histórica cidade de Porto Nacional – Caíram nas rodas de sucia ao som dos tambores do Tocantins, si deliciaram com a gostosa culinária em especial a caranha assada na moqueca. Divertiram-se como nunca.

Ao chegarem ao Lajeado elas cismaram em querer subir o Morro do Segredo. De fato o Morro do Segredo é encantador - uma das belezas naturais mais encantadoras do Tocantins. É impossível não vê-lo e se sentir atraído. Mais encantador ainda era a visão lá de cima, o ar, o clima.

Além das historias que os moradores locais contavam a cerca de luzes misteriosas no topo do morro, de riquezas escondidas protegida por fantasmas.

- Mas isso é historia de pescador. Dizia os incrédulos, entre eles as três amigas.

- O que nós vamos fazer lá em cima? Deve ser impossível chegar lá.

Debora não era muito dada a aventuras. Preferia sombra e água fresca. Quanto menos esforço melhor. Não conseguia entender o que tanto Natalia e Jessica queria fazer lá. Já estava ótimo ver o morro lá de baixo e tirar muitas fotos.

- Vamos, vai ser bacana. Dizem que a vista lá de cima é ótima.

- É verdade.  Imagina as fotos que vamos tirar de lá.

Mesmo com as ponderações de Natalia e Jessica – Debora não se sentia encorajada a subir o imponente Morro do Segredo. Porém ela era incapaz de deixar suas companheiras seguirem sozinha.

- Ok. A gente vai, mas não iremos acampar lá.

- Tudo bem. Concordaram as amigas.

Ao chegarem ao topo do Morro às amigas ficaram encantadas. Não fora fácil a subida, ainda mais para elas que não conheciam o local e nunca foram de aventuras, mas demostraram muita coragem ao desafiar a subida do morro ainda mais sem guias.

- Que lindo!!! Nem mesmo Debora conseguia esconder o encanto que sentia ao ver a bela visão do topo do Morro do Segredo.

O tempo passou tão depressa que as amigas nem perceberam. Logo em breve começaria a anoitecer era preciso começar a descer, pois se anoitecesse seria impossível.

- Meus amigos vão pirar quando virem essas fotos.

- É mesmo vão morrer de inveja.

- Mas temos que começar a descer se não escurece e não conseguimos achar o caminho certo. Ainda bem que o celular pega aqui se acaso nós nos perdermos.

- Vira essa boca pra lá Debora.

Quando as amigas começaram a descer perceberam que não seria tão fácil, se a subida havia sido difícil, a descida não seria menos.

- Vamos depressa, esta começando a escurecer. Dizia Debora nervosa.

- Vamos com cuidado se não a gente se perde.

Jessica e Natalia já não conseguiam esconder o nervosismo e tal como Debora temiam o que poderia acontecer. E para o desespero das amigas tudo escureceu rapidamente, era impossível saber o caminho.

- Meu Deus o que vamos fazer? E nem ligar para alguém tem como, pois a gente não conhece ninguém por aqui. Só se for pra policia?

- Ai meu Deus, o celular tá sem sinal.

- Vamos ter que acampar por aqui, pois é impossível a gente achar o caminho. Amanhã sedo a gente continua a viagem.

Jessica era a mais tranquila das três. Já Debora e Natalia estavam desesperada e se não fosse a Jessica lhes tranquilizando elas teriam entrado em pânico. Mas o pior estava por vir.

De repente as amigas começaram a ouvir passos nas folhas secas.

- Quem estaria andando por ali naquele horário. As amigas gritaram desesperadas, mas ninguém ás responderam.

Os passos continuaram e pararam novamente. As amigas tiveram na hora uma lembrança que as deixaram ainda mais nervosas – lembraram-se das historias dos pescadores sobre visagens no morro.

- Será que são fantasmas? Debora, Natalia e Jessica abraçaram-se e ficaram de joelhos rezando.

De repente uma luz gigante surge do nada no céu e numa velocidade indescritível começa a se mover em direção as amigas.

- O que seria aquilo? Que luz era aquela? A aparência era de uma enorme bola de fogo. Seria um cometa, um asteroide? Um disco voador com extra terrestres?

As amigas já imaginavam que aquele seria o fim delas, não só delas, mas se aquela bola de fogo caísse ali, com certeza tudo ia pelos ares. Naquele momento o que elas mais queriam era esta ao lado de seus familiares, morrer ali tão longe de todos e tudo?

A bola de fogo aproxima delas e de repente desaparece do nada. As amigas ficam boquiaberta. O que teria sido aquilo? Elas se tocam para ver se estavam inteiras e estavam. Melhor ainda foi encontrarem-se com dois caçadores que rondavam por ali e lhes mostrarem o caminho. Mal o dia amanheceu e as amigas jogaram as mochilas nas costas e troaram a caminho de casa.

Da janela do ônibus elas não puderam deixar de olhar o belíssimo Morro do Segredo. No entanto elas esperavam nunca mais voltarem ali. A noite anterior já mais sairia da mente daquelas amigas, como também o questionamento – o que teria sido aquela visagem?

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