Há poucas semanas o
governador Marcelo Miranda (PMDB) conseguiu aprovar sem maiores dificuldades um
pacote de medidas, que aumenta os pesados impostos que a população tocantinense
já paga, na assembleia legislativa. O chamado ajuste fiscal visa segundo o
governador aumentar a arrecadação do estado que esta em crise. Se já não
bastasse o ajuste fiscal do governo federal que retira direitos dos
trabalhadores e aumenta a carga tributaria em cima da população, agora os
tocantinenses terão ainda mais que arcar com o ajuste fiscal do governo
estadual.
Os deputados estaduais
aprovaram o aumento nas alíquotas de energia, IPVA de carros populares,
alíquotas de combustíveis, bebidas alcoólicas, perfumaria entre outros. Assim o
tocantinense que já paga uma das tarifas de energia mais cara do mundo, terá
mais um aumento. Sem falar da tarifa de água que quase dobrou este ano e a
tarifa do transporte coletivo. Enquanto isso os privilégios e regalias
continuam na assembleia legislativa do Tocantins, como por exemplo, o pagamento
do auxilio moradia. Levantamento do ‘Jornal do Tocantins’ aponta que o
parlamento tocantinense é um dos mais caros do Brasil. Que inclusive gasta mais
do que pode, mesmo assim não há nenhum projeto para reduzir os gastos com os
deputados ou os gastos do governo estadual.
Ao contrario do que
aconteceu no Rio Grande do Sul e no Paraná, o ajuste fiscal do governo Marcelo
Miranda foi aprovado sem maiores dificuldades na assembleia legislativa do
Tocantins. Não houve nenhuma mobilização ou manifestação por parte dos
servidores públicos estaduais e demais organizações da classe trabalhadora.
Nenhuma notinha de repudio por parte das organizações de esquerda tocantinense.
Aliás, a esquerda tocantinense esteve totalmente ausente neste debate. Como tem
estado ausente na luta do povo trabalhador no ultimo período no Tocantins –
seja na greve dos servidores públicos federais e estaduais, da educação
estadual e municipal, das universidades federais, da policia civil, do aumento
da tarifa do transporte coletivo e agora do ajuste fiscal do governo estadual.
Salvo a atuação de
alguns valorosos militantes, à esquerda enquanto organização tem estado por
fora das mobilizações e lutas travadas pelos trabalhadores no Tocantins. O
Fórum de luta que deveria desempenhar um papel na articulação das organizações
populares esta inoperante. Enquanto isso os ataques aos direitos da
trabalhadora e do trabalhador são desfechado de todos os lados.
É urgente a necessidade
de articulação das diversas organizações populares que atuam no Tocantins para
juntos se organizarem contra os ataques aos direitos dos trabalhadores –
partidos como PSOL, PCB e PSTU não podem conversar apenas para discutir tática
eleitoral. Juntamente com movimentos populares como o MTST e o MST e movimentos
sindicais como o ANDES e o SINTET devem criar um fórum de luta permanente de
fato para lutar contra os ataques dos governos de plantão aos direitos do povo
trabalhador. Tal tarefa é urgente, ou se não, o governo de plantão continuará
enfiando goela abaixo da população pacotes como o do ajuste fiscal aprovado
recentemente na assembleia legislativa sem maiores
dificuldades.
Pedro
Ferreira Nunes é educador popular e militante do Coletivo José Porfírio.