quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Campos Lindos: Celeiro do agronegócio é a pior cidade para se viver no Tocantins

Plantação de soja irrigada em Campos Lindos
É o que revela o levantamento do IPEA (Instituto de Pesquisas e Estatísticas Aplicadas) divulgado recentemente. A cidade que esta localizada na região do nordeste tocantinense, na divisa com o Maranhão, tem 9. 408 habitantes, e é uma das maiores produtoras de grãos do estado. No entanto as riquezas produzidas pelo agronegócio em vez de melhorar a condição de vida de quem vive em Campos Lindos e região, simplesmente gera mais desigualdade social.

Este não é o primeiro levantamento que mostra a desigualdade social e a miséria no meio rural tocantinense. Outros estudos já mostraram que o avanço do agronegócio no Tocantins tem gerado mais miséria do que desenvolvimento para população desses territórios. Isso se dá pelo fato de que o modelo de desenvolvimento no campo brasileiro busca o lucro e não a melhoria das condições de vida da população. Um modelo que gera riquezas apenas para burguesia agrária – para as multinacionais que atuam no campo e para os latifundiários.

Com a omissão do estado e a anuência da justiça – vários camponeses perderam suas terras em Campos Lindos para dar lugar à monocultura da soja. Tal politica foi responsável para que o município alcançasse o triste titulo de pior cidade do Tocantins para se viver.  Pois as riquezas produzidas pelo agronegócio bem como o desenvolvimento e o progresso prometido chega apenas para alguns, alguns poucos privilegiados que mantem suas riquezas graças à miséria de muitos.

Recentemente o ministério da agricultura comandado pela senadora Kátia Abreu (PMDB) lançou o programa ‘classe média no campo’, o objetivo segundo a ministra – é combater a desigualdade social no meio rural. O que não passa de marketing politico, um engodo a população campesina. Pois o programa não enfrenta a questão principal que gera a desigualdade e a miséria no campo – que é a grande concentração de terras na mão de poucos. Qualquer programa que não paute uma reforma agrária de fato neste país, não passa de enganação. Não resolve a questão da desigualdade, da violência e da miséria no meio rural.

O levantamento que revelou que Campos Lindos é a pior cidade para se viver no Tocantins. Não nos causa espanto, pois sabemos muito bem a que e a quem serve o agronegócio, e não é aos campesinos ou muito menos ao povo trabalhador das cidades. O que nos causa espanto é o fato de que esse modelo agrícola baseado na grande concentração de terras, na monocultura, na destruição ambiental, na contaminação de alimentos com uso de agrotóxico, no trabalho escravo e na violência contra camponeses, indígenas e quilombolas só tem avançado cada vez mais. Isso sim nos causa espanto.

Por isso gritamos: Para combater a desigualdade social, a miséria a violência no campo – reforma agrária já!

Pedro Ferreira Nunes
Militante do Coletivo José Porfírio

“Reforma agrária é uma luta de todos e aqui de novo viemos reafirmar – uma aliança entre o campo e a cidade, pois a verdade amanhã triunfará. Não adianta inventar outros caminhos,por que já mais vão conseguir nos convencer – capitalismo nunca foi de quem trabalha – nossos direitos só a luta faz valer.”

Zé Pinto

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