Plantação de soja irrigada em Campos Lindos |
É o que revela o
levantamento do IPEA (Instituto de Pesquisas e Estatísticas Aplicadas)
divulgado recentemente. A cidade que esta localizada na região do nordeste
tocantinense, na divisa com o Maranhão, tem 9. 408 habitantes, e é uma das
maiores produtoras de grãos do estado. No entanto as riquezas produzidas pelo agronegócio
em vez de melhorar a condição de vida de quem vive em Campos Lindos e região,
simplesmente gera mais desigualdade social.
Este não é o primeiro
levantamento que mostra a desigualdade social e a miséria no meio rural
tocantinense. Outros estudos já mostraram que o avanço do agronegócio no
Tocantins tem gerado mais miséria do que desenvolvimento para população desses
territórios. Isso se dá pelo fato de que o modelo de desenvolvimento no campo
brasileiro busca o lucro e não a melhoria das condições de vida da população.
Um modelo que gera riquezas apenas para burguesia agrária – para as
multinacionais que atuam no campo e para os latifundiários.
Com a omissão do estado
e a anuência da justiça – vários camponeses perderam suas terras em Campos
Lindos para dar lugar à monocultura da soja. Tal politica foi responsável para
que o município alcançasse o triste titulo de pior cidade do Tocantins para se
viver. Pois as riquezas produzidas pelo
agronegócio bem como o desenvolvimento e o progresso prometido chega apenas
para alguns, alguns poucos privilegiados que mantem suas riquezas graças à
miséria de muitos.
Recentemente o
ministério da agricultura comandado pela senadora Kátia Abreu (PMDB) lançou o
programa ‘classe média no campo’, o objetivo segundo a ministra – é combater a
desigualdade social no meio rural. O que não passa de marketing politico, um
engodo a população campesina. Pois o programa não enfrenta a questão principal
que gera a desigualdade e a miséria no campo – que é a grande concentração de
terras na mão de poucos. Qualquer programa que não paute uma reforma agrária de
fato neste país, não passa de enganação. Não resolve a questão da desigualdade,
da violência e da miséria no meio rural.
O levantamento que
revelou que Campos Lindos é a pior cidade para se viver no Tocantins. Não nos causa espanto,
pois sabemos muito bem a que e a quem serve o agronegócio, e não é aos campesinos
ou muito menos ao povo trabalhador das cidades. O que nos causa espanto é o
fato de que esse modelo agrícola baseado na grande concentração de terras, na
monocultura, na destruição ambiental, na contaminação de alimentos com uso de
agrotóxico, no trabalho escravo e na violência contra camponeses, indígenas e
quilombolas só tem avançado cada vez mais. Isso sim nos causa espanto.
Por isso gritamos: Para
combater a desigualdade social, a miséria a violência no campo – reforma
agrária já!
Pedro Ferreira Nunes
Militante do Coletivo
José Porfírio
“Reforma
agrária é uma luta de todos e aqui de novo viemos reafirmar – uma aliança entre
o campo e a cidade, pois a verdade amanhã triunfará. Não adianta inventar
outros caminhos,por que já mais vão conseguir nos convencer – capitalismo nunca
foi de quem trabalha – nossos direitos só a luta faz valer.”
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