quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Poema: Velha Chácara



Velha chácara
A dona Julia e seu Josias.
As casas já não existem,
o galinheiro,
o fogão caipira,
a roça de milho,
o quintal onde plantávamos mandioca,
a cacimba onde pegávamos água.


Já não existe a oficina onde fazíamos farinha,
o brejo de buriti, e o coqueiral também,
a Priscila, a pretinha, o hulk e o spike.


A chácara já não existe,
pacas, cotias, catingueiros.


A velha chácara onde cresci,
já não existe.


Existem apenas os pés de manga,
sob as crateras abertas
pela construção da usina hidrelétrica.


Os pés de manga sobreviveram,
mas muitos que ali viveram,
já não sobrevivem.

*Pedro Ferreira Nunes

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