UHE LAJEADO-TO |
*Por Pedro Ferreira Nunes
Um
dia desses conversando com minha mãe falávamos a cerca do desaparecimento de
algumas espécies de peixes e a diminuição de outras, no rio Tocantins após a
construção da usina hidrelétrica do Lajeado. Peixes que outrora havia em
abundância como, por exemplo, o mandi moela e o facão hoje em dia já não se vê
como também é raro pegar um jau, pirarara, dourado entre outros.
O
sumiço de algumas espécies de peixes após a construção da usina hidrelétrica é
percebido facilmente, isso apenas após 12 anos da conclusão da mesma. A
população ainda não percebeu esse grave problema, sobretudo por que ainda há
uma grande quantidade de peixes no rio, mas é fato que se não houver uma maior
preocupação por parte das autoridades responsáveis, órgãos de fiscalização
ambiental, mas, sobretudo da população de Lajeado, que tira do rio Tocantins a
sua principal fonte de sobrevivência o futuro do rio e da população que aqui
vive não é animador.
-
Será se teus filhos e netos terão a oportunidade de ver essa abundancia de
peixes? Acho difícil.
Esse
questionamento de minha mãe revela a preocupação com o futuro das novas
gerações. E vindo de alguém que nasceu e cresceu nas margens desse rio muito
antes da construção da usina hidrelétrica de fato torna essa possibilidade
real.
É
difícil convencer as pessoas que sempre viram abundancia de peixes no rio
Tocantins que no futuro não poderemos ter toda essa riqueza. Mas é fato que se
não preservarmos o meio ambiente, em um futuro não muito distante sofreremos as
consequências. Tanto que já podemos ver a diminuição da diversidade das
espécies de peixes que outrora eram abundantes por aqui.
Nesse
sentido uma das ações fundamentais que deve ser desenvolvida com a população da
cidade e com os turistas que frequentam o rio é relativo à educação ambiental
para que os mesmos saibam a importância de preservarmos as espécies de peixes
que nele vivem. Assim os órgãos ambientais e a colônia de pescadores tem um
papel fundamental neste processo.Infelizmente o que vemos por parte dos órgãos
ambientais de fiscalização é, sobretudo um processo de tentativa de
criminalização dos pescadores enquanto deveriam atuar fazendo formação e
conscientizando a população.
O
rio que dá nome ao estado do Tocantins vem sendo assassinado há vários anos
pelos governos de plantão com a construção de usinas hidrelétricas ao longo do
seu leito. Usina hidrelétrica de Lajeado, Peixe Angical, São Salvador, além do
projeto de construção de outras. Segundo os seus idealizadores o objetivo é
gerar energia para desenvolver o Tocantins economicamente e socialmente. Na
pratica o que vemos é a destruição ambiental do nosso bioma cerrado, da nossa
fauna e flora.
A
compensação financeira que é dada aos municípios pela construção de usinas hidrelétricas.
Não compensa o que a população perde com a destruição do meio ambiente. Recursos
financeiros estes que muitas vezes se esvai pelo ralo da corrupção. E também
não se justifica pela melhoria da qualidade do serviço, já que mesmo tendo uma
das maiores usinas hidrelétricas do país no município a qualidade e o valor
absurdo das contas de energia mostra o contrario.
Assassinar
o rio Tocantins é assassinar o povo que vive no seu leito e depende dele para
sobreviver. Precisamos parar este processo já – vamos juntos!
* Militante do Coletivo de Educação Popular José Porfiro -
* Militante do Coletivo de Educação Popular José Porfiro -
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