Há alguns anos me desafiei a subir o Morro do Segredo sozinho. E decidi gravar um vídeo daquela aventura e compartilhar posteriormente. Não era a primeira vez que subia o Morro do Segredo. Tinha ido lá em 1997 numa procissão. As outras foram com colegas, pelo prazer da aventura. Já sozinho seria a primeira vez. Assim que iniciei a caminhada uma coisa que me chamou atenção foi a ausência de uma trilha (as antigas estavam fechadas por falta de manutenção). E fiz essa crítica pública no vídeo (https://youtu.be/EAV78Jhm82o).
Como uma cidade que diz ter o fortalecimento do turismo como prioridade não dá se quer o mínimo de condição para que se tenha acesso a um dos principais pontos turístico do município?
Lembrei desse episódio de 08 anos atrás por que recentemente voltei ao Morro do Segredo e fiquei encantado com o que vi. Agora quem quer se aventurar na subida do Morro conta com uma estrutura de primeiro mundo. Com guias a disposição que orientam quanto aos cuidados que se deve ter, afinal de contas se está entrando num parque estadual, referente ao contanto com a flora e a fauna. Garantindo uma subida segura com o equipamento adequado. Em suma, está perfeito.
Muita gente de vários lugares tem aproveitado como podemos conferir em postagens na Internet. E muitos a medida que forem conhecendo a trilha do Segredo vão certamente querer se aventurar. É uma experiência revigorante, que agora pode ser feita com segurança, e o melhor, respeitando a natureza.
Na minha visão a trilha do Segredo vem para afirmar o potencial turístico da cidade de Lajeado. Quando há investimento esse potencial se torna realidade. Mas ainda falta muito, falta uma política municipal de Turismo. Pois sem essa política municipal ficamos dependente de algumas iniciativas particulares.
Uma politica municipal de Turismo teria o papel de articular as diversas iniciativas particulares, vê o que precisaria fazer para melhorar – tanto estruturalmente como na qualificação do pessoal – através de uma parceria quem sabe com a UFT, IFTO e UNITINS. Criar um roteiro turístico do município e um Centro de apoio ao turista.
Ora, é inadmissível que uma cidade que se diz turística não tem um Centro de Apoio ao turista – para recepcionar e orienta-los quanto às atrações turísticas que existem no município e como fazer para chegar até elas. Além de uma fiscalização para evitar o turismo predatório como ocorre no Rio Tocantins abaixo da Usina Hidrelétrica no Verão Tocantinense.
Quando chamamos atenção para a importância do fortalecimento do turismo através de uma política municipal. É pelo fato de que o turismo significa emprego e renda para muitas famílias. É o que aponta por exemplo autores como Camila Fagundes e Mary Sandra Guerra Ashton (2010), que salientam a necessidade de investimentos de todas as ordens, como por exemplo, nas condições estruturais e qualificação profissional, para que haja um retorno econômico satisfatório, propiciando o desenvolvimento regional.
Ainda de acordo com Fagundes e Ashton (2010) a atividade turística tem um efeito multiplicador, agregando diversas áreas, construindo uma rede que abrange a hotelaria, setor de alimentação, bares, restaurantes e similares, lojas e comércio em geral, agências de viagens e transporte, atrativos dos mais variados. É por isso, que para essas autoras “a atividade turística vem superando setores como o da indústria e o da agricultura.
Mas é preciso garantir que esse desenvolvimento se dê de forma sustentável. De modo que o trabalho de conscientização tanto da população local como dos turistas é fundamental. É fundamental também garantir o acesso a população local a esses espaços. Pois há uma tendência a elitizar demais determinados lugares. Sobretudo com a cobrança de taxas entre outros.
Por Pedro Ferreira Nunes – Educador Popular e Pós-Graduando em Filosofia e Direitos Humanos.
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