Olhar perdido no horizonte
sentado em um banco de madeira
em sua casinha de taipa
no velho Sussuapara
sentado em um banco de madeira
em sua casinha de taipa
no velho Sussuapara
Essa é a última lembrança que tenho dele.
Era negro como o Zumbi
Camponês como o João Pedro
Nordestino como o Marighela
Ferreira como o Lampião.
Homem de poucas palavras
Guardava consigo mistérios
Que já mais serão revelados.
Vovô Romualdo
Por muito tempo viveu como posseiro.
A idade obrigou-o a deixar o campo
Mudando então para cidade.
Onde morreu na miséria
Como tantos camponeses pobres
Como tantos camponeses pobres
Sem terra.
Era afamado no sertão miracemense
Bom no roçado
Na briga de facão
Habilidoso no bailado.
Casou três vezes
Teve um filho apenas
Mas que valeu por muitos
Lhe deu muitos netos.
Vovô Romualdo
Tinha um olhar triste
Seria saudades do seu nordeste querido?
Das lutas que lá travara?
Dos amores que lá deixara?
Tinha um olhar triste
Seria saudades do seu nordeste querido?
Das lutas que lá travara?
Dos amores que lá deixara?
Vovô Romualdo
Trago em minhas veias
Teu sangue libertário
O ódio pelo coronelismo
E o amor pelo sertão.
Convivemos muito pouco é verdade
Mas bastante o suficiente
Para que de ti
Já mais me esqueça.
Por Pedro Ferreira Nunes - Apenas um rapaz latino americano, que gosta de ler, escrever, correr e ouvir rock in roll.
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