quinta-feira, 22 de maio de 2014
terça-feira, 13 de maio de 2014
Nota do coletivo de Formação José Porfírio sobre a jornada de lutas contra a copa
“Se não tiver direitos
não vai ter copa.”
A conta para a
adequação das arenas do Mundial saltou de R$ 2,2 bilhões para R$ 8,005 bilhões,
um aumento de 263% - ainda com as contas abertas.
E você sabe quem pagará
esta conta? Infelizmente quem esta pagando esta conta é todos os brasileiros,
em especial os trabalhadores. Pois o dinheiro que deveria esta sendo investido
na Saúde, Educação, Cultura, Transporte público, combate ao déficit habitacional,
reforma agrária esta sendo desviado para construção de obras da copa do mundo
de futebol para encher os cofres das empreiteiras e os bolsos dos cartolas do
futebol.
Somos
todos um só?
A
propaganda na televisão e outros meios de comunicação tenta enfiar goela abaixo
de todo brasileiro um estado de espirito em que nada mais além da seleção
brasileira importa. O objetivo é fazer com que o povo
brasileiro se esqueça dos
profundos problemas econômicos e sociais por que passa o país.
O governo através da
propaganda oficial tenta mostrar as maravilhas que a copa do mundo trará para o
país. No entanto omite a realidade escondendo as graves denuncias de
superfaturamento e desvio de dinheiro público das obras da copa do mundo. Além
dos crimes que vem sendo cometido contra o povo trabalhador da periferia
através de remoções e despejos.
Não
querem que o povo lute pelos seus direitos
Através da lei geral da
copa aprovada no congresso nacional que mostra a submissão do governo
brasileiro ante as exigências da FIFA. Uma lei antidemocrática que criminaliza
aqueles que bravamente estão denunciando e lutando contra os crimes que vem
sendo cometido contra as trabalhadoras e os trabalhadores.
Mas se pensam que nos
intimidaram e nos calaram estão enganados. Milhares de trabalhadores de norte a
sul do país estão se organizando e se mobilizando contra os crimes absurdos que
estão sendo cometidos para construção de obras da copa do mundo de futebol. E
esta luta não é apenas nos estados sedes da copa do mundo, mas sim de todos nós
brasileiras e brasileiros.
Copa
para quem?
A maioria das
brasileiras e dos brasileiros assistirá a copa como sempre assistiram e
torcerão pela seleção brasileira de futebol como sempre torceram – Pela
televisão. Pois a maioria dos trabalhadores brasileiros não tem condição de
pagar ingresso para assistir aos jogos da copa. Por isso questionamos. Copa
para quem? Com certeza não é para classe trabalhadora. A nós cabe apenas pagar
a conta que não será nem um pouco baixa. Mas se pensam que ficaremos de braços
cruzados, estão enganados. Gritemos de punhos cerrados – Se não tiver direitos
não vai ter copa! Por tanto tomemos as ruas e praças do nosso país para lutar
pelos nossos direitos já.
No
Tocantins também vai ter luta contra a copa
Nesse sentindo chamamos
as organizações de luta da classe trabalhadora tocantinense a protestarem no
evento Tur da taça que passará por Palmas nesta quarta-feira (14/05), no capim
dourado shopping e também na quinta-feira (15/05) no ato unificado dos
movimentos populares tocantinenses na estação rodoviária do Aurini
III, ás 16h.
Palmas
– TO. 13 de Maio de 2014.
Coletivo de Formação
José Porfírio
segunda-feira, 12 de maio de 2014
Uma singela homenagem a Dom Tomás Balduíno
Dom Tomás Balduíno no Grito dos Excluídos em Goiânia |
a incansável voz da resistência calou-se
estou triste, profundamente triste.
O incansável guerreiro que dedicou toda a sua vida
em defesa dos povos do campo, das águas e das floresta nos deixou.
em defesa dos povos do campo, das águas e das floresta nos deixou.
Estou triste, profundamente triste.
não há palavras capazes de descrever o que estou sentindo.
estou triste, profundamente triste.
Das tantas derrotas que sofremos nos últimos anos
perder-ti é a pior.
E isso me deixa triste, extremamente triste.
Sinto como se algo fosse arrancado de mim
de todos nós que lutamos por um mundo justo e igualitário
de todos nós que gritamos mesmo em tempos sombrios por
liberdade.
Estou triste, profundamente triste.
Já mais esquecerei de tuas palavras
já mais esquecerei do teu exemplo
continuaremos tua luta velho guerreiro.
Não há palavras para louvar o teu exemplo
quem sou eu para querer ti homenagear com um poema
mas não poderia deixar de ao menos tentar
e falar o quanto estou triste, profundamente triste.
terça-feira, 29 de abril de 2014
Contos: Últimos suspiros
Por Pedro Ferreira Nunes
Seu corpo estava estendido no
chão do quarto, ainda tinha vida e dava os últimos suspiros. Sentia uma dor
imensa no peito e estava banhado de sangue do tiro que acabara de receber.
O gosto do whisky que tomava a
poucos minutos, já tinha sido substituído pelo gosto do sangue. Estava só, não
conseguia gritar e mesmo se conseguisse ninguém o escutaria. Estava morrendo e
era irreversível. A dor maior não era do tiro em si, mas de quem o dera.
Saiu do trabalho as 18h e foi
direto para casa, no caminho parou apenas para comprar um whisky. Os
telefonemas insistentes continuavam, mas ele mantinha a sua posição de não
atende - lo. Era preciso por um fim naquela historia, já estava cansado, não
via futuro naquilo que se tornara uma questão demasiadamente desgastante.
Ligou a TV, mas não achou nada
de interessante para assistir, desligou e em seguida ligou o som e preparou uma
dose de whisky. Queria esquecer-se de tudo aquilo, mas não conseguia parar de
pensar, sabia que por algum tempo sofreria e que até nunca estaria curado totalmente,
sempre haveria uma cicatriz. Mas com certeza não doeria tanto.
Desde o primeiro momento ele
sentiu que era algo arriscado, mas o desejo falou mais alto e ele não teve como
resistir, jogou-se totalmente, entregou-se de corpo e alma aquela historia.
Pobre diabo, como ele previa aquilo se tornava cada vez mais perigoso. Não
tinha mais jeito tinha que por um ponto final aquilo.
Sentiu que por mais que
quisesse se continuasse ali naquela cidade aquele problema sempre viria bater
na sua porta, era preciso sair dali, ir para outra cidade, quem sabe outro
estado, começar uma nova vida, sim era preciso fazer isso, era preciso fugir
dali. E foi isso que fez com que ele jogasse uma mochila nas costas e partisse
daquela cidade.
Passara-se dois meses, tudo ia
caminhando de forma tranquila, já estava em outra cidade, trabalhando e
estudando. Ainda não conseguira sair e não tinha amigos, gostava de fica só
ouvindo musica, trancado na quitinete que morava com uma garrafa de whisky na
mão.
Não sabia como cargas d’águas
conseguiram o telefone dele, mas nas ultimas duas semanas as ligações eram
frequentes, imaginava consigo - Será que descobriram onde estou morando?
Decidira não atender, não
queria ouvir a voz de ninguém, estava sofrendo por dentro, mas permaneceria firme
sem recuar no seu proposito de concretizar por ali uma nova vida.
Quando preparava mais uma dose
de whisky ouviu de repente as batidas de alguém o chamando na porta. Assustou –
se, imaginou quem seria, pois ninguém além de sua família sabia onde estava
morando. Nem mesmo os colegas do trabalho e do cursinho sabiam onde ele morava.
Hesitou em abrir, mas as
batidas continuaram, perguntou quem era, mas ninguém o respondeu. Decidiu não
abrir, mas as batidas continuavam, tentou ver quem estava lá fora, mas não
tinha como. De repente tudo se fez em silencio, decidiu então abrir a porta
para ver se via rastro de quem estivera por ali. Não havia ninguém.
Retornou então para dentro,
trancou a porta e foi preparar mais uma dose de whisky , era o ultimo da noite,
em seguida iria dormi, tinha que acordar cedo para ir até o cursinho e depois
seguiria para o trabalho. Com o copo de whisky na mão decidi abrir a janela
para observar o movimento na rua, era algo que não fazia com frequência.
Quando abriu a janela viu alguém
conhecido na rua, mas foi rápido, de repente um tiro acerta seu peito e ele cai
para trás, o copo de whisky voa longe, ele esta mortalmente ferido. Sim, não
tinha enganado, vira muito bem quem fizera aquilo com ele, como podia ter sido
tão cruel assim. Estava morrendo, já sentia o frio da morte percorrendo todo o
seu corpo.
Tudo se fez em silencio, no
seu quarto apenas a voz roca de Janis Joplin ecoava vindo do seu aparelho de
som, um vento frio entrava pela janela, lá fora também tudo era silencio. No
chão ao lado do copo de whisky que quebrara com o impacto da queda, ele acabava
de dar seus últimos suspiros.
quarta-feira, 23 de abril de 2014
Cronica: Seu Enoque: A Rua Paulino Marques não será mais a mesma.
Recebemos
com muita tristeza a noticia da morte de seu Enoque, já havia mais de um mês
que ele estava na UTI entre a vida e a morte. No entanto tal como a sua família
tínhamos esperança de que ele se recuperasse e retomasse a sua vida normalmente
ao lado de sua esposa, a querida dona Nelita e dos seus amigos aqui na Rua
Paulino Marques.
Tudo
aconteceu tão de repente, em um dia o vimos feliz, todo disposto, acabara de
fazer uma viagem a sua terra natal, onde pode rever seus familiares e matar a
saudade de amigos e parentes que não via há muito tempo. No outro dia já
ficamos sabendo que ele havia sido internado em um estado bastante preocupante.
Dai então passou mais de dois meses lutando bravamente pela vida, porém ao
final acabou sendo derrotado.
Seu
Enoque era um sujeito incrível, caboclo do Maranhã veio parar por essas bandas
devido à construção da usina hidrelétrica na qual ele trabalhou como operário.
Com o termino da construção da usina hidrelétrica apaixonou-se pelo local e
juntamente com dona Nelita decidiu continuar morando aqui. Carismático, não
havia ninguém que não o conhecesse que não simpatizasse com ele.
Estava
sempre com um cigarro aceso, alias fora com certeza esse vicio que contribuiu
para o agravamento do seu quadro de saúde e a sua morte tão repentina. Mas o
que era mais marcante em seu Enoque, claro além da amizade e da disposição de
ajudar a quem precisava, era sua gaitada, tinha uma gaitada estridente, de
longe podia se ouvir, era uma gaitada tão gostosa, que não havia como não se
contagiar com tão bela gaitada.
Ele
gostava de sentar na porta da sua residência, na rua Paulino Marques, para
bater um papo com os vizinhos bem como observar o movimento. Não raramente
entre uma piada e outra, entre um papo e outro soltava a sua gaitada, e que
bela era a sua gaitada.
Às
vezes quando estou no quintal de minha casa, escrevendo ou assistindo TV,
imagino que a qualquer momento ouvirei a gaitada do seu Enoque. É então que
volto à realidade e vejo que é só uma viagem minha. Que seu Enoque não esta
mais entre nós. Olho para rua e vejo que tudo é silencio. É então que percebo
que a rua Paulino Marques nunca mais será a mesma, não terá mais a alegria, o
carisma, e a amizade da figura incrível que era seu Enoque.
A
amizade de minha família com seu Enoque e dona Nelita, o carinho e respeito
pelo qual ele sempre me tratou me fez ver o quanto é bom morar no interior,
sobretudo após morar quase 8 anos em Goiânia.
É
triste saber que ele morreu em um quarto de hospital, entubado, cheio de
aparelhos. Sem poder ver a terra que ele tanto amou, a casa que a duras penas
construiu com dona Nelita, e as amizades que fizera por aqui. Talvez seria
melhor ter morrido aqui, sentado na cadeira de macarrão que ele tanto gostava,
olhando para rua e conversando com as pessoas que por aqui passavam.
Mas
não podemos adivinhar a hora que ela chegará, o fato é que ela chegará para
todos nós, sedo ou tarde ela chegará. Seu Enoque deixara muita saudades, em um
mundo onde as amizades sinceras são cada vez uma utopia, sua amizade fará muita
falta a todos nós que convivíamos com ele no dia a dia aqui na rua Paulino
Marques.
-
Descanse em paz seu Enoque. Descanse em paz velho guerreiro! Sentiremos muitas
saudades suas por aqui.
quarta-feira, 16 de abril de 2014
Poema: Mudar é preciso!
Mudar é preciso!
Se ti falta trabalho,
saúde e educação.
Não tens moradia,
nem mesmo o pão.
Mudar é preciso,
vamos juntos irmãos!
Si o dinheiro público
vai pro ralo da corrupção,
Destroem o meio ambiente
e nossos gritos são em vão.
Mudar é preciso,
vamos juntos irmãos!
Si criminalizam nossas lutas
e expulsa- nos do nosso chão.
E se quando protestamos
nos jogam num camburão.
Mudar é preciso,
Vamos juntos irmãos.
Por Pedro Ferreira Nunes
quarta-feira, 9 de abril de 2014
Poema
Caminho à noite pela cidade...
Na cabeça um objetivo
No coração um sonho
Na mochila subversão.
Caminho à noite pela cidade...
A plantar sementes
Que espero um dia
Darão belos frutos.
Caminho á noite pela cidade...
Todos estão dormindo
Quando despertaram?
Quando levantaram?
Caminho á noite pela cidade
Apenas os cães ladram,
Se me descobrirem estarei morto.
Mesmo assim vou seguindo!
Caminho á noite pela cidade
Plantando sementes,
Pois sei,
Amanhã elas nasceram.
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