Recebemos
com muita tristeza a noticia da morte de seu Enoque, já havia mais de um mês
que ele estava na UTI entre a vida e a morte. No entanto tal como a sua família
tínhamos esperança de que ele se recuperasse e retomasse a sua vida normalmente
ao lado de sua esposa, a querida dona Nelita e dos seus amigos aqui na Rua
Paulino Marques.
Tudo
aconteceu tão de repente, em um dia o vimos feliz, todo disposto, acabara de
fazer uma viagem a sua terra natal, onde pode rever seus familiares e matar a
saudade de amigos e parentes que não via há muito tempo. No outro dia já
ficamos sabendo que ele havia sido internado em um estado bastante preocupante.
Dai então passou mais de dois meses lutando bravamente pela vida, porém ao
final acabou sendo derrotado.
Seu
Enoque era um sujeito incrível, caboclo do Maranhã veio parar por essas bandas
devido à construção da usina hidrelétrica na qual ele trabalhou como operário.
Com o termino da construção da usina hidrelétrica apaixonou-se pelo local e
juntamente com dona Nelita decidiu continuar morando aqui. Carismático, não
havia ninguém que não o conhecesse que não simpatizasse com ele.
Estava
sempre com um cigarro aceso, alias fora com certeza esse vicio que contribuiu
para o agravamento do seu quadro de saúde e a sua morte tão repentina. Mas o
que era mais marcante em seu Enoque, claro além da amizade e da disposição de
ajudar a quem precisava, era sua gaitada, tinha uma gaitada estridente, de
longe podia se ouvir, era uma gaitada tão gostosa, que não havia como não se
contagiar com tão bela gaitada.
Ele
gostava de sentar na porta da sua residência, na rua Paulino Marques, para
bater um papo com os vizinhos bem como observar o movimento. Não raramente
entre uma piada e outra, entre um papo e outro soltava a sua gaitada, e que
bela era a sua gaitada.
Às
vezes quando estou no quintal de minha casa, escrevendo ou assistindo TV,
imagino que a qualquer momento ouvirei a gaitada do seu Enoque. É então que
volto à realidade e vejo que é só uma viagem minha. Que seu Enoque não esta
mais entre nós. Olho para rua e vejo que tudo é silencio. É então que percebo
que a rua Paulino Marques nunca mais será a mesma, não terá mais a alegria, o
carisma, e a amizade da figura incrível que era seu Enoque.
A
amizade de minha família com seu Enoque e dona Nelita, o carinho e respeito
pelo qual ele sempre me tratou me fez ver o quanto é bom morar no interior,
sobretudo após morar quase 8 anos em Goiânia.
É
triste saber que ele morreu em um quarto de hospital, entubado, cheio de
aparelhos. Sem poder ver a terra que ele tanto amou, a casa que a duras penas
construiu com dona Nelita, e as amizades que fizera por aqui. Talvez seria
melhor ter morrido aqui, sentado na cadeira de macarrão que ele tanto gostava,
olhando para rua e conversando com as pessoas que por aqui passavam.
Mas
não podemos adivinhar a hora que ela chegará, o fato é que ela chegará para
todos nós, sedo ou tarde ela chegará. Seu Enoque deixara muita saudades, em um
mundo onde as amizades sinceras são cada vez uma utopia, sua amizade fará muita
falta a todos nós que convivíamos com ele no dia a dia aqui na rua Paulino
Marques.
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Descanse em paz seu Enoque. Descanse em paz velho guerreiro! Sentiremos muitas
saudades suas por aqui.
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