Obra do Artista Eduardo Kobra |
ARTE
- Das muitas definições acerca do que é a Arte, opto pela da Maria Lúcia de Arruda Aranha, que diz se tratar de um conhecimento intuitivo do mundo. Que através do sentimento produz o seu objeto de conhecimento.
- É um dos conhecimentos mais antigos do mundo como percebemos ao estudar a história da música e das pinturas rupestres;
- Esse contexto de pandemia tem sido um terreno fértil para produção artística nos mais diversos campos. Para citar alguns exemplos, destacaria no campo literário a antologia Ruas Vazias – O Coranavírus em prosa e verso (Editora Veloso) que apresenta olhares diversos a partir da literatura acerca do momento que estamos vivendo. No campo musical um projeto que salta aos olhos é o do Sepulquarta, comandado pelos integrantes da banda Sepultura. E no campo das artes plásticas destacaria o trabalho do Eduardo Cobra e do Banksy;
- As obras de arte nos sensibilizam para os problemas que estamos enfrentando através dos sentimentos que elas nos transmitem. Como também nos ajuda a suportar as angústias e incertezas que o contexto atual nos trás. Como disse o ator Rodrigo Santoro numa entrevista recente – imagina como seria o isolamento social sem uma música, um livro, um filme. A partir desse exercício imaginativo você terá uma dimensão acerca da importância da Arte.
- As obras de arte que estão sendo produzidas nesse contexto serviram como objeto de conhecimento (Doc. Histórico) para que no futuro as pessoas possam estudar e refletir sobre como atravessamos esse momento histórico;
- Assim como as obras artísticas feita no passado nos ajuda a compreender o modo de vida e as aspirações de outros momentos da nossa história.
FILOSOFIA
- Tal como a Arte, a Filosofia não tem uma única definição. Mas temos que optar por uma. Diante disso fiquemos então com a do Horkheimer que compreende-a como crítica ao estabelecido. Esse tipo de conhecimento, fundamentado no logos, nasceu na Grécia, como alternativa ao mito e a religião;
- Nas palavras do Valério Rodhen: “A filosofia afirma a liberdade das ações humanas, reivindica a necessidade geral da crítica, opõem-se a tradição, à resignação e lança luz sobre hábitos tão arraigados que parecem naturais”;
- Os problemas e dilemas que o contexto atual tem nos imposto tem sido terreno fértil para reflexões e produções filosóficas. Podemos pegar como exemplo, trabalhos do Slavoj Zizek, Chomsky, Byung Chul Han, Judith Butler, Bruno Latour, Joke J. Hermsen, Vladimir Safatle, Giorgio Agambem entre outros;
- Uma questão filosófica que o contexto atual nos trás é se estamos o usando o saber em nosso proveito. E também, o que fazer para minimizar os impactos da pandemia; Porque mesmo diante dos alertas sanitários devido o número crescente de casos e mortes continuamos agindo como se nada tivesse acontecendo. E sobretudo quais as perspectivas para o mundo pós-pandemia;
- Essas questões tem mobilizado diferentes áreas da Filosofia. Tendo como resultado importantes reflexões que nos ajudam a compreender esse momento e vislumbrar as perspectivas futuras – como nossas ações e suas consequências determinaram o mundo de amanhã;
- As discussões no campo filosófico contribuem para o surgimento de novas ideias e novos valores morais, como pensadores do passado contribuíram para ideias e valores que cultivamos hoje;
- As produções filosóficas atuais criam importantes objetos do conhecimento (doc. histórico) para que no futuro as pessoas possam estudar e refletir sobre como atravessamos esse momento histórico.
HISTÓRIA
- A História pode ser compreendida como um conhecimento mediante documentos. Pertence ao campo que denominamos de Ciências Sociais. E se é uma ciência precisa de comprovação para ser considerado um conhecimento válido. O que significa dizer que não basta narrar um determinado evento, é preciso comprovar que esse evento de fato ocorreu;
- Para tanto é necessário um certo distanciamento do objeto em questão. Para que essa narrativa não seja contaminada pelo calor do momento. Um exemplo que podemos pegar é o impeachment da presidenta Dilma Rousseff – sobretudo em torno da narrativa de que teria sido um golpe ou não. Ao historiador cabe dizer como foi e não o que foi;
- Em relação ao contexto atual o historiador vai narrar como se deu a pandemia de COVID-19, destacando o papel desempenhado pelos principais personagens dessa trama. E aqui o conceito de trama cai bem, pois a história é uma espécie de romance real – que deve se fundamentar em documentos, como produções artísticas e filosóficas produzidas no e sobre o contexto atual;
- A narrativa sobre esse momento histórico certamente servirá para que, no futuro, as pessoas entendam o que ocorreu – as medidas que se tomou e as consequências. E a partir daí evitar os erros cometidos. Assim como nós aprendemos, ou deveríamos aprender, com os eventos históricos do passado.
CONCLUSÃO
A Arte, a Filosofia e a História são três tipos diferente de conhecimento que dialogam entre si, e desse diálogo criam novos objetos do conhecimento – que nos ajuda a compreender o nosso modo de vida e alcançar o fim desejável. Aquele que segundo Aristóteles basta por si mesmo – a felicidade.
PROPOSTA DE ATIVIDADE
A partir da perspectiva apresentada que tal propor aos seus alunos elaborar um breve relato acerca desse momento que estamos vivendo? Como ponto de partida proponha as seguintes questões orientadoras: O que sentiram falta nesse período longe da escola; Quais as dificuldades encontraram para estudar em casa; O que fizeram para passar o tempo no isolamento social; E o que esperam da continuidade do seus estudos no pós- pandemia. E ao final crie um produto (livro, vídeo ou coisa do género) com esses relatos e compartilhe.
Por Pedro Ferreira Nunes – Educador Popular, licenciado em Filosofia pela Universidade Federal do Tocantins. Atualmente é Professor da Educação Básica no CENSP-LAJEADO.
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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: Introdução à Filosofia. 3° Ed. Revista – São Paulo. Moderna, 2003.
ROHDEN, V. Quem tem medo da Filosofia?. In Introdução à Filosofia. Universidade Católica de Pernambuco – Departamento de Filosofia. Subsídios Didáticos – Fascículo I. Recife, 1984. Pág. 3-8.
VEYNE, Paul Marie. Como se escreve a História. Brasília. Editora UNB, 1982.