terça-feira, 20 de março de 2012

Kátia Abreu: Representante dos latifundiários ou do povo do Tocantins?


    
*Por Pedro Ferreira

Kátia Abreu foi eleita em 2006, senadora pelo estado do Tocantins, por tanto com a missão de defender no congresso nacional os interesses do povo tocantinense que a elegeu. No entanto quando olhamos para sua atuação no parlamento vemos que não é bem esse papel que a mesma vem desempenhando.

Quem deveria representar a gloriosa federação do Tocantins no senado federal na verdade esta a serviço dos latifundiários e das grandes agroindústrias (Que diga de passagem foi quem financiaram sua campanha). Ao defender os latifundiários e o agronegócio Kátia Abreu esta defendendo seus próprios interesses, já que a mesma é uma grande latifundiária. Mais não deveria no mínimo a senadora eleita pelo povo do Tocantins defender no senado os interesses e anseios do povo Tocantinense sem distinções?

Assim que eleita senadora, Kátia Abreu também foi eleita presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), entidade máxima de defesa dos interesses dos latifundiários e das grandes agroindústrias. Sendo que a atuação da nobre senadora no parlamento tem sido pautada pela defesa dos interesses do agronegócio e não do povo tocantinense.

Kátia Abreu é conhecida nacionalmente como uma das principais figuras do agronegócio no Brasil, a heroína da direita reacionária, responsável no congresso nacional por articular uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) com o objetivo de criminalizar os movimentos de luta pela terra e barrar a alteração dos índices de produtividade. Defende que pobre deve comer comida contaminada com agrotóxico mesmo, pois o custo para sua produção e comercialização é mais barato, não importando se isso afetará ou não a saúde das pessoas (Veja o documentário “O Veneno esta na mesa de Silvio Tendler).

Foi também voz ativa contra a campanha do limite da propriedade, articulou uma pesquisa para tentar desqualificar os assentamentos de famílias sem terra, também para tentar encobrir os resultados do censo agropecuário divulgado em 2006 que mostra que a concentração de terra aumentou no país.

A pesquisa feita em poucos assentamentos escolhidos a dedo pela CNA ganhou mais espaço na mídia do que o censo agropecuário realizado pelo IBGE.

Kátia Abreu também tem sido voz ativa e articuladora no congresso nacional e junto ao governo federal pela aprovação do criminoso código florestal, que anistia os desmatadores e outros acusados de crimes ambientais, assim como da carta branca para continua agressões ao meio ambiente.

Kátia Abreu infelizmente não é uma exceção, a maioria dos políticos eleitos com o compromisso e o dever de representar o povo, na verdade defende os interesses daqueles que financiaram sua campanha política. Como bem diz Chico Alencar (PSOL) – “Diga-me que ti financias, que eu ti digo a quem defendes”.

Enquanto as campanhas políticas continuarem a ser financiadas com dinheiro de empresas privadas, os interesses públicos serão deixados de lado em favor dos privados, por tanto é de primordial importância defender uma reforma do sistema político que entre outras medidas determine o financiamento exclusivamente público das campanhas eleitorais.

Mais também é de primordial importância que mesmo nos limites da democracia burguesa, possamos eleger candidatos que tem compromisso com as lutas históricas da classe trabalhadora, que não aceitam financiamento de Multinacionais, Agroindústrias, empreiteiras entre outros. E que no congresso nacional, Câmaras municipais, assembléias legislativas entre outros defendam os interesses e direitos do povo e não interesses privados.

*Pedro Ferreira – Bacharel em Serviço Social e militante do Bloco de Resistência Socialista.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

“Olhar o passado, refletir o presente e tecer o futuro”

 Encontro de Planejamento da RECID-GO
*Por Pedro Ferreira
Foi com esse lema que a RECID – GO realizou neste final de semana (24,25, e 26), o seu encontro de avaliação do ano de 2011 e de planejamento para o ano de 2012. Movimentos Sociais do campo e da cidade, pastorais sociais, associações, entre outras organizações participaram do encontro onde coletivamente construímos nossas opções político, pedagógicas e organizativas para o ano corrente.
O encontro teve inicio na sexta-feira (26/02), onde as educadoras e educadores populares foram recepcionados sendo convidados a tecer no tecido seus nomes assim como tecemos nossos nomes na luta cotidiana da classe trabalhadora. Em grupos fomos tecendo os nossos nomes e partilhando nossas expectativas para o encontro.
Após a apresentação da programação e da construção das equipes de trabalho foi apresentado um vídeo clipe com uma sistematização dos processos realizados pela Rede no ano de 2011. Em seguida em grupos as educadoras e educadores deram inicio ao processo de avaliação. Trabalho que só seria finalizado no dia seguinte.
No Sábado (25/02), continuamos tecendo nossos nomes como também concluímos a avaliação no ano de 2011, após muita conversa nos grupos, depois partilhando na plenária – Fizemos mais do que o planejado, no entanto algumas coisas ainda continuam por serem feitas.
Novamente partimos para os grupos para dialogar sobre a conjuntural atual para a luta da classe trabalhadora (avanços e desafios): Retomada das lutas mesmo que de forma pontual, conquistas no campo de políticas públicas importantes, por outro lado intensificação do processo de criminalização da pobreza e da luta dos movimentos sociais.
É hora de aprofundar a analise de conjuntura com a colaboração dos companheiros Ruberval e Joseleno. Vivemos em uma conjuntura difícil, o governo que ai esta, apenas administra o capital. Temos uma esquerda conservadora que administra o capital, uma esquerda sectária que não dialoga com a população e a esquerda romântica. Precisamos de unidade, temos que nos reorganizar, lutar para superar essas velhas direções sindicais e dos movimentos populares que tem se institucionalizado e deixado a base e a luta de lado. Cada o movimento estudantil outrora tão revolucionário?
Após muita reflexão sobre a conjuntura atual para as lutas da classe trabalhadora, fomos em grupos novamente discutir e apontar os principais desafios para a RECID-GO no campo político, pedagógico, organizativo e de sustentabilidade. Após esse momento em plenária fizemos uma sistematização coletiva de todas as discussões apresentadas.
No domingo (26/02), voltamos novamente para os grupos onde planejamos ações para as questões prioritárias que a RECID-GO assumirá no ano de 2012, quatro grupos – Campo Político, pedagógico, organizativo e de sustentabilidade. Após as ações elaboradas fizemos a dinâmica do carrossel onde todos puderam ver e contribuir com os outros campos.
Em plenária mais uma vez foi apresentado às ações discutidas em cada grupo e as contribuições surgidas na dinâmica do carrossel, agora é hora de sistematizar tudo isso. Muitas tarefas: Combater o processo de privatização do governo Marconi Perillo, fortalecer a luta dos movimentos contra o latifúndio, agronegócio e os agrotóxico, a violência contra a juventude e a criminalização dos movimentos sociais, acima de tudo chamar a unidade das organizações de luta da classe trabalhadora em Goiás. Continuar o nosso processo de formação de base, denunciar o projeto em disputa nas eleições, e tantas outras ações que devemos desencadear em 2012.
O Companheiro Paulo Matoso da Coordenação Nacional da RECID dá um informe da situação financeira da rede. Depois fomos fazer uma avaliação da coordenação da RECID-GO assim como da equipe de educadores contratados, avaliação intensa e profunda, aprovamos uma nova composição da coordenação, a qual será encaminhada posteriormente. Já sobre a equipe de educadores, uma boa avaliação.
É hora de levantarmos as ações das organizações presentes para os meses de março, abril e maio. Muita coisa, quanta coisa. Mais com o engajamento e envolvimento de todos será possível desencadear todos esses processos.
Enfim é hora da avaliação do encontro, poderia ter vindo mais organizações, mais as que vieram deram uma grande contribuição, um encontro como há muito não fazíamos onde todos contribuíram intensamente, ótima metodologia, coordenação ativa entre outros. Em suma foi bom mais sempre podemos e devemos fazer melhor.
Encerramos o nosso encontro finalizando a nossa mística do bordado dos nossos nomes no tecido que se juntaram com os nomes de educadores e educadoras de todo o Brasil. E dançando e cantando “Essa ciranda não é minha não, ela é de todos nós...” Certos de que se muito vale o já feito, mais vale o que será.
*Pedro Ferreira – É Educador Popular pela RECID-GO e militante do Bloco de Resistência Socialista.
OBS’ - Participaram do nosso encontro, educadoras e educadores das seguintes organizações: MST, PJR, CAJU, Assembléia Popular, Fórum Goiano de EJA, COSTURART, ANEPS, PJMP, Coletivo Jovem pelo Meio Ambiente, Associação das Mulheres e Jovens do Real Conquista, Fórum de Economia Solidaria, CONESAN, Preá – Anápolis, Faz Arte, Bloco de Resistência Socialista, RECID-DF, Comissão Nacional da RECID e Talher Nacional.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Mais do mesmo


*Por Pedro Ferreira
Em 2006 já morando em Goiânia, acompanhei com muita atenção o que acontecia no meio político do Tocantins, acompanhando perplexo o desmoronamento da poderosa UT (União do Tocantins), bloco político criado e dirigido pelo Siqueira Campos com o objetivo de comandar por muitos anos a direção política do estado.
Para mim a eleição em 2002 de Marcelo Miranda para o governo do Estado, se dava apenas por que Siqueira não poderia concorrer ao seu terceiro mandato seguido (a legislação brasileira não permite). Por tanto seria apenas um governo fantoche, sendo que quem de fato iria dirigir seria o velho Siqueira que se preparava para retornar em 2006.
No entanto Marcelo Miranda ao contrario do que eu pensava, não aceitou ser fantoche do Siqueira, em vez de suprimir a oposição como sempre fez o velho Siqueira, Marcelo Miranda dialogava e convivia muito bem com a mesma, até por que ele nasceu na oposição. Não querendo deixar o poder, inteligentemente e com á maquina do estado nas mãos, conseguiu fragmentar a UT, e vencer o velho Siqueira nas urnas.
Até então para quem conhecera a força da UT e a moral que Siqueira tinha com a população (Ele rouba mais faz), era impensável a possibilidade de uma derrota do Siqueira e o fim da União do Tocantins. Derrota essa que teve inicio em 2004 quando a UT perdeu a prefeitura da capital (Palmas) para o PT. Mais o pior estaria por vir, com a derrota de Siqueira para Marcelo Miranda e o seu filho Eduardo Siqueira para Kátia Abreu.
Vi em um jornal que daquele dia em diante os Siqueiras passariam a pertencer as paginas dos livros de história do Tocantins. E eu acreditei, depois de tal derrota era impensável ver os Siqueiras de volta, até por que o povo do Tocantins não iria querer o retorno do ditadorzinho bufão, que acredita tanto que criou o Tocantins que se sente dono dele.
Um dos problemas da política é que quando achamos que estamos fazendo uma mudança, na verdade estamos escolhendo mais do mesmo. Isso é recorrente na política brasileira. E assim foi com Marcelo Miranda no Tocantins, que na realidade servia aos interesses dos mesmos que Siqueira servia isto é, governava para os empresários e latifundiários do estado. E para o povo só migalhas.
Mais Marcelo Miranda caiu logo, antes que pudesse criar uma organização tal qual a UT, a articulação que o mesmo tinha feito em 2006 não conseguira chegar em 2010, e assim Kátia Abreu que acreditava que seria apoiada ao governo do Estado em 2010 pelo PMDB de Marcelo Miranda, juntamente com João Ribeiro voltou para os braços do velho Siqueira.
E assim o inacreditável aconteceu, em 2010 o povo tocantinense ressuscitou o velho ditadorzinho bufão, não tinha muita opção, já que Gaguim do PMDB é mais do mesmo também, entre o espeto e a brasa, o povo tocantinense escolheu o espeto.
Mais a política tocantinense vive um período muito diferente do que há 10 anos, onde a UT governava absoluta. O velho Siqueira já não tem a capacidade de articulação de antes, novas lideranças e forças políticas surgiram, e as mesmas já não aceitam mais ficar de baixo da aza do velho Siqueira. Hoje o Tocantins tem vários lideres e grupos políticos, João Ribeiro e o seu PR, Kátia Abreu e o seu novíssimo PSD, Marcelo Miranda e o seu PMDB sempre dividido, e o velho Siqueira e o seu PSDB e claro não menos importante a maquina estatal que é sempre bem usada para cooptar e comprar a oposição.
Todos se movem de acordo com o interesse de seus grupos, engana quem pensa que são inimigos, na realidade todos defendem ao mesmo projeto de sociedade e aos mesmos patrões. Por isso que hora estão juntos e hora estão separado, e isso sempre vai acontecer, pois popularmente falando são tudo farinha do mesmo saco.
E o povo tocantinense continua tendo mais do mesmo, isto é, falta educação de qualidade, saúde de qualidade, moradia, trabalho digno, esporte, cultura, lazer entre outros. Pois seus representantes políticos governam para si e não para o povo. A propaganda oficial mostra o estado em desenvolvimento, mais para quem vai os frutos desse desenvolvimento.
É necessário que a classe trabalhadora tocantinense se organize e se mobilize contra essa velha política que anos vem sendo implantada no Tocantins, enquanto o povo não criar suas próprias organizações (Sindicatos, Movimentos Populares, Partidos que de fato defendam as bandeiras dos trabalhadores) continuaremos tendo mais do mesmo.
Neste ano teremos eleições novamente, já podemos ver as movimentações e articulações, todas no sentido de fortalecimento de um e outro grupo político, e não em ouvir os anseios da população e a elaboração de programas políticos que atendam as necessidades da população. É hora das trabalhadoras e trabalhadores tocantinenses se organizar e se formar para extirpar este bando de aventureiros e abutres das câmaras de vereadores e prefeituras do nosso Tocantins.
“CO YVY ORE RETAMA – Essa Terra é nossa”. (Povo Xerente)

Um artista do Tocantins