segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Para menina que acordou achando esse mundo uma droga


O que falar para não ver sumir do teu rosto esse sorriso que para todos abrem as portas do paraíso.
O que falar para não ver teus olhos que nos faz viajar por caminhos incertos envoltos em lagrimas.
Haverá alguma palavra que possa acalentar esse coração que muitos desejam, mas poucos conseguem alcançar?
Direi eu – A vida é assim, o ser humano é imperfeito, perdoai - vos, pois eles não sabem o que fazem.
Também poderia dizer – há de passar, não se preocupe, pois tudo vai está bem amanhã.
Dirás-me tu – A vida é uma droga, nada adianta amanhã tudo será pior.
Será?
Lembrai-vos dos momentos simples que de fato valem a pena nesta vida,
De um domingo onde você deitada nos braços da pessoa amada,
Alisando teus lindos cabelos põem ti contigo a sonhar.
Dos filhos que terão, os sonhos que realizaram,
Do quanto vão se amar.
Da vida é isso que de fato vale à pena,
O que não for para ti fazer feliz não pode ti incomodar.
Mas se tudo isso que lhe falei
Não servir para ti alegrar,
Quero que saiba que também estou sofrendo,
Por sentir no meu coração que você está a chorar.

*Pedro Ferreira

sexta-feira, 5 de outubro de 2012


“E se se nos dissessem que somos quase uns românticos, que somos uns idealistas inveterados, que estamos a pensar em coisas impossíveis, e que não se pode atingir da massa de um povo que seja quase um arquétipo humano, nós temos de contestar, uma e mil vezes, que sim, que sim se pode... Tem de ser assim, deve ser assim, e assim é que será, companheiros...” 

Che Guevara  

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Monopólio das empresas de ônibus em Goiás: Livre concorrência?


*Por Pedro Ferreira

Uma coisa que tenho observado nas minhas andanças pelo interior de Goiás contribuindo na organização da luta do movimento popular é o monopólio das empresas de ônibus em algumas rotas e linhas e no que isso acarreta a população que utiliza essas linhas.

Por exemplo, para o nordeste goiano apenas uma empresa faz a rota (Expresso São José do Tocantins), resultado disso – Passagens caras e ônibus lotados. A mesma coisa é para o sudoeste de Goiás rota feita apenas por duas empresas (Expresso e Viação São Luiz), onde também verificamos a mesma realidade.

Esses dois exemplos não são exceções e sim uma realidade que vemos por todo o estado de Goiás. Podemos dizer que há uma divisão feita entre as empresas de ônibus para que cada uma monopolize uma linha ou região para que possam explorar ainda mais os usuários desses serviços. Vemos claramente a mão invisível do mercado funcionando e claramente não é para o bem comum.

Rota/Linha
Empresa
Valor
Goiânia – Campos Belos
598 Km
Expresso São José do Tocantins
R$ 94,00
Goiânia – Palmas/TO
831 Km
Varias empresas
Média R$ 75,00

Um dos absurdos desse monopólio é o exemplo que vemos no quadro acima onde uma viagem para Campos Belos no nordeste Goiano é mais cara que para Palmas no Tocantins, como explicar isso sendo que a capital tocantinense é mais distante, seria por que há mais empresas fazendo essa rota?

Infelizmente o exemplo dado acima não é uma exceção, qualquer estudo um pouco mais aprofundado por parte dos órgãos de defesa dos direitos do consumidor poderá verificar mais absurdos como esse.  Processo semelhante acontece com as operadoras de telefonia celular (Mais isso é assunto para outro artigo).

Vale ressaltar nesse processo a ausência total do estado em cumprir o seu papel de regulador do mercado, que por sua vez não está preocupado com nada mais além do que lucrar. Os partidários do sistema capitalista defendem a livre iniciativa assim como a livre concorrência, discursos muitas vezes reproduzidos pela maioria da população, mas na prática não é o que vemos. Na pratica o que vemos são patrões e governos mancomunados para explorar cada vez mais o trabalhador.

*Pedro Ferreira – Educador Popular e militante do Bloco de Resistência Socialista 

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Ensaio literário


Despedida

*Por Pedro Ferreira

Chegara à hora, ela o abraçou tão forte como que sentisse que seria a ultima vez, não queria solta-lo nem um instante, mais teve que fazê-lo, suas mãos que pousavam sobre o corpo dele foram recuando levemente, no rosto um sorriso triste que transparecia a dor de uma despedida. Virou-se e entrou no ônibus.

Ele por sua vez saiu dali rapidamente, como sempre tentando esconder seu lado humano, demasiado humano. Caminhava rapidamente como se precisasse fugir dali, no entanto parou por um momento e ficou observando o ônibus partir – Talvez esperasse que ela desistisse e voltasse correndo para os seus braços.

Naqueles segundos ali, veio tudo a sua cabeça – nos momentos que passaram juntos, de tudo que tinha acontecido. Conheciam – se já há algum tempo. Por caminhos diferentes se encontraram no mesmo ideal, lutar por uma sociedade justa e igualitária, e desde o primeiro momento se apaixonou pelo sorriso e pelo olhar dela.

Com o tempo sua paixão por ela só aumentava, queria tê-la, no entanto esse sonho cada vez parecia mais distante. Era um sonho vê-la, tocá-la, tê-la, o sonho tornou se realidade, mesmo que por apenas alguns dias, algumas noites, mais que noites foram aquelas.

Os dias que passaram juntos foram de uma felicidade imensa – Ele que vivia com a cabeça voltada pra militância política construindo a luta da classe trabalhadora. Pela primeira vez pensou em casar, ter filhos, morar no interior, claro com ela.

Agora naquela fria rodoviária ele observava todos os seus sonhos irem embora naquele ônibus. Não era o ônibus em si, mas sim quem ele levava. Não era para tanto, ela não iria para tão longe assim. Mais ao ver o ônibus partindo da rodoviária e perde-lo de vista nas curvas do caminho, era como se ele adivinhasse no seu intimo – Nunca mais haverei.

Ao chegar à solidão do seu quarto, onde ainda podia sentir o perfume dela impregnado no ar, onde há poucos dias pela primeira vez se entregaram a mais intensa paixão. Leu a carta que ela lhe deixará que apenas confirmava o que ele já sentia.

“...Se lembra quando a gente chegou um dia acreditar, que tudo era pra sempre, sem saber que o pra sempre, sempre acaba.” Renato Russo

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Reflexões sobre o processo eleitoral: ‘Ser ético com a coisa pública virou qualidade quando deveria ser obrigação. ’


*Por Pedro Ferreira

Milhares de candidatos Brasil afora se orgulham e estufam o peito ao se apresentar para o leitorado brasileiro dizendo que é ficha limpa. Aliás, essa tem sido a principal bandeira de muitos deles, ou melhor, a única.

Dês de que a lei de iniciativa popular conhecida como lei da ‘ficha limpa’ foi aprovada pelo supremo tribunal federal. Políticos de diferentes partidos (direita, esquerda, centro, cima, baixo) se orgulham e estufam o peito para dizer que é ficha limpa, e não se esquecem de recomendar – Vote em político ficha limpa.

Muitos se que sabem qual o papel deve desempenhar um parlamentar ou um gestor público, confundem executivo com legislativo e até mesmo com o judiciário. Exemplo disso são os discursos, sobretudo dos candidatos a vereadores prometendo construir praças, postos de saúde, creches, escolas além de asfaltar ruas entre muitas outras promessas mirabolantes.

Não que eu seja contra a lei da ficha limpa, ao contrario – No entanto ser ético não devia ser qualidade de alguém que se propõe a administrar serviços públicos ou representar a população, ser ético com a coisa pública é obrigação.

Por tanto não votemos em um sujeito simplesmente por que ele tem a ficha limpa. Muitos a ficha é tão limpa que não tem uma contribuição se quer na construção da luta da classe trabalhadora, são criaturas que representam apenas a si mesmo ou os interesses da classe dominante.

Votemos em candidatos frutos de processos coletivos, que representam o desejo de um coletivo. Mais não de qualquer coletivo. Coletivos que lutam e defendem com intransigência os direitos da classe trabalhadora, que não se venderam e nem se corromperão.

Mais não tenhamos ilusão, as mudanças necessárias por qual tanto lutamos, será obra da classe trabalhadora como disse Marx há tanto tempo atrás. E a classe trabalhadora não é um individuo mais sim um conjunto de indivíduos organizados, caminhando na mesma direção com o mesmo objetivo.

*Pedro Ferreira – Educador Popular e militante do Bloco de Resistência Socialista.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Movimentos Populares do Nordeste Goiano: Organização, Formação e Luta.



Vídeo - documentário de nossa viajem ao nordeste goiano para articular e fortalecer a luta do movimento popular contra o modelo hegemônico na região. Além de imagens da região e da roda de conversa, apresentamos também entrevistas com os educadores Josivaldo e Pedro dês do monumento em homenagem a Coluna Prestes como também fazendo uma avaliação das articulações feitas na região.