segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Manifesto as organizações populares e ativistas sociais do campo e da cidade tocantinense!

                                             “Se o presente é de luta, o futuro nos pertence”. Che Guevara


1-    O ano de 2015 não será fácil para o conjunto da classe trabalhadora tocantinense e brasileira. As ilusões de parte do conjunto das organizações dos trabalhadores em um provável segundo mandato mais progressista do governo Dilma (PT) logo caem por terra com os primeiros nomes indicados pelo governo para comandar a economia do país. Como também o nome da famigerada senadora Kátia Abreu (PMDB) para o ministério da agricultura – consolidando assim, uma aliança com o que há de mais conservador e reacionário no país que são os ruralistas, bem como jogando uma pá de cal definitiva no processo de reforma agrária;

2-    Apesar das massivas manifestações de junho de 2013 em que milhares de manifestantes tomaram as ruas gritando por mudança, infelizmente esse anseio não refletiu no processo eleitoral. Ao contrario, quase tivemos um grande retrocesso com a volta dos tucanos ao poder, como também vimos à eleição de um congresso mais conservador com figuras como Ronaldo Caiado (DEM), Tarso Jereissati (PSDB), Antônio Anastásia (PSDB), José Serra (PSDB), Jair Bolsonaro (PP), Irajá Abreu (PSD). Bem como de Eduardo Siqueira Campos como o deputado estadual mais votado no Tocantins.

3-    O caso de corrupção na Petrobrás só esta no inicio, ainda não vimos nem a ponta do Ice Berg. A corrupção no Metrô de São Paulo e a crise da água. O caos na Saúde do Tocantins. E tantos outros casos de corrupção que assolam o país de norte a sul (que sem pressão popular terminarão em pizza), nos mostra que a corrupção não é privilegio de um partido, mas esta intimamente ligada ao sistema capitalista;

4-    Passado as eleições não se fala mais em reforma política e nem um tipo de mudanças – que foi a palavra de ordem tanto de Dilma Rousseff (PT), como de Marcelo Miranda (PMDB) governador eleito no Tocantins. Ao contrario, a equipe de transição nomeada pelo governador eleito para tomar pé da situação do Tocantins aponta um grande endividamento do estado – E a palavra de ordem é apertar os cintos;

5-    Apertar os cintos para os governos de plantão significa demissões e corte no orçamento dos gastos sociais. Por tanto não tenhamos ilusão, o próximo período será de intensificação dos ataques e retiradas de direitos do povo trabalhador do campo e da cidade. No entanto esses ataques não serão aceitos sem reação. O ano de 2015 será mais um ano de muitas lutas do movimento popular contra os ataques de patrões e governos – dos sem teto, do campesinato sem terra, dos indígenas, dos servidores públicos, das mulheres e da juventude trabalhadora;

6-    Aliás, uma das grandes tarefas dos militantes revolucionários e suas organizações de luta é o trabalho com a juventude. Precisamos construir ações de formações coletivas permanentes, o tão necessário trabalho de base, renegado hoje por muitas organizações;

7-    No Tocantins há um numero grande de jovens que não estão organizados em organizações tradicionais, pois não se veem representados nestas. Precisamos assumir o compromisso de organiza-los, no entanto é necessário superarmos praticas ultrapassada que mais produzem recuos do que avanço.

8-    Não há uma tradição de esquerda consolidada no Tocantins, o processo eleitoral nos mostrou bem isso, as candidaturas do campo popular obtiveram uma votação baixíssima. Por outro lado os 10% do eleitorado que votou nulo, mostra o descontentamento de uma parcela importante da população com a situação politica, econômica e social no Tocantins, mas, sobretudo o descredito nas organizações politicas tradicional e a politica institucional;

9-     É tarefa da esquerda revolucionária e das organizações populares organizar e formar este pessoal que estão descontente com a politica hegemônica vigente há varias décadas no Tocantins. No entanto é fundamental que deixemos de atuar olhando para o nosso próprio umbigo. Repetindo velhas práticas que levou a esquerda a se fragmentar, perdendo sua força e pouco conseguindo influenciar o conjunto da classe trabalhadora nas lutas cotidianas;

10-  É necessário realizarmos ações coletivas e continuas, tanto nos grandes centros como também no interior. Continuarmos os processos de formação e construir um Fórum de Lutas do Movimento Popular Tocantinense, efetivo, que não se reúna esporadicamente, mas periodicamente. Nesse sentido devemos fortalecer o Fórum que já existe no Tocantins, mas também é necessário chamar mais organizações a comporem e fortalece-lo;

11-  Por fim, que a palavra unidade não sirva apenas de argumentos em discursos, mas que seja construída na prática – em ações coletivas e contra hegemônicas. É fato que a luta do movimento popular do campo e da cidade tem avançado nos unimos anos no Tocantins, muitas vezes de forma fragmentada, mas o fato é que temos avançado. No entanto se temos avançado, a direita avança mais ainda. Mas a esquerda revolucionária e as organizações populares têm total condição de avançar muito mais nas lutas contra o modelo hegemônico de apoio ao agronegócio e a especulação imobiliária, no entanto precisamos caminhar juntos!
Lajeado – TO, 09 de Fevereiro de 2015.

Coletivo José Porfírio – Viver, amar, sonhar e lutar!


Endereço: Rua Paulino Marques, Lt-23, Qd- 23, Setor Aeroporto. Lajeado-TO. Contatos: 063-84946840. E-mail: pedro-ferreira2000@hotmail.com

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Enquanto eles festejam, nós protestamos... E continua a luta pelo fim do auxilio moradia para os deputados estaduais tocantinenses.

Por Pedro Ferreira Nunes

Muitos dirão que éramos poucos, sim de fato éramos. Sobretudo quando olhamos para ás milhares de pessoas que se manifestaram nas redes sociais contraria a aprovação do auxilio moradia para os deputados estaduais tocantinenses, aprovado no ultimo dia 31 de dezembro de 2014 no valor de R$ 3.800,00. Bem como de outros tantos que confirmaram presença no ato convocado para o dia 1º de fevereiro, mas que por motivos diversos não compareceram.

Mesmo sendo poucos, as valorosas trabalhadoras e trabalhadores não se intimidaram e fizeram uma importante manifestação contra o auxilio moradia na assembleia legislativa do Tocantins. Com faixas e cartazes mostramos a nossa indignação contra tal absurdo. Sim, um absurdo, pois não há outro adjetivo apropriado para definir tal beneficio a estes senhores que ganham salários exorbitantes entre outros privilégios.

Poucos mas ousados o suficiente para entrar na assembleia e passear com nossa indignação pelos corredores da ‘‘casa do povo’’. Pelos gabinetes dos velhos e novos deputados dando o nosso recado claro: Auxilio moradia – Vetado pelo povo!Poucos sim, mas respaldados pelas mais de 3.000 mil assinaturas recolhida através de um abaixo assinado. Pessoas que lá não estavam, mas que nos apoiavam. Tal como tantos que ali estavam para assistir a posse dos novos deputados e que assinaram na hora.

Em um certo momento quando passávamos nos corredores da assembleia, parte do povo que estava assistindo a posse dos parlamentares nos aplaudi-o. Não acreditei no que estava acontecendo. Foi lindo e muito fortalecedor. Aqueles aplausos nos dizia que estávamos no caminho certo, que estávamos em sintonia com os anseios da população – que na sua maioria subjugada não se manifesta com medo da perseguição.

As provocações do fanfarrão José Bonifácio

José Bonifácio deputado estadual reeleito pelo PR foi o único parlamentar que teve coragem de conversar com os manifestantes, mas não pensem que foi para apoiar. Ao contrario, seu objetivo era provocar, deixar claro a sua posição em defesa não só do auxilio moradia como também de outras regalias para os deputados como o auxilio saúde que é uma das suas bandeiras. Para o ‘’nobre’’ deputado – se o congresso nacional e os juízes têm direito por que eles não? Além do mais é legal! Por fim mandou os manifestantes irem estudar. No entanto o que não faltava para os que ali estavam era estudo, muito deles são professores que recebem o salario menor que o auxilio moradia. Se o deputado quisesse nos ensinar o caminho das pedras seria melhor mandar nos tornamos parlamentares cara de pau tal como ele.

José Bonifácio é um politico fanfarrão do Tocantins. É o mesmo que em abril de 2013 chamou os trabalhadores sem teto e os sem terra que manifestavam na assembleia legislativa de babacas e bandidos. Bem se vê a qualidade desse politico asqueroso. Que só a sua figura típica de um velho burguês nos dá náuseas.

Mas é preciso ressaltar a sua coragem de defender o que acredita, mesmo que não concordemos com suas posições. Pelo menos ele foi o único que teve coragem de nos enfrentar e dizer o que pensa, no seu jeito fanfarrão que lhe é peculiar. Mas pelo menos não se escondeu como faz os outros. Em especial os que dizem ser contra o auxilio moradia, mas que na pratica nada faz.

A declaração do deputado para um jornal local mandando os manifestantes irem se manifestar na baixa da égua é mais uma perola dessa figura desprezível da politica tocantinense. Ora, não iremos protestar na baixa da égua por que a pobre mãe do ''nobre'' deputado não tem nada haver com isso, iremos sim protestar na assembleia quantas vezes precisar, pois lá é a casa do povo, goste ele ou não.

A luta continua...

O ato realizado na posse da nova legislatura que estará à frente da assembleia legislativa do Tocantins nos próximos quatro anos. No foi a primeira e nem será a ultima ação. A luta continuará até que consigamos por fim a este absurdo.

As primeiras 3.000 assinaturas contra o auxilio moradia foi apenas uma previa. Precisamos continuar recolhendo as assinaturas nas universidades, colégios, feiras livres, terminais de ônibus – tanto na capital como no interior. E também intensificar a campanha nas redes sociais. Podemos e temos condições de recolher mais de 50.000 assinaturas. Outras manifestações e mobilizações virão, esperamos que aqueles que não puderam esta nesse primeiro ato, possam esta nos próximos. Em especial as organizações populares - Os sem terra, os sem teto, os sindicatos de trabalhadores e suas centrais sindicais.

A luta pelo fim do auxilio moradia e outros privilégios para deputados e demais autoridades não é de uma organização em especifico, mas sim do povo do Tocantins. No entanto é preciso que o povo se aproprie dela fazendo ações concretas. Vamos construir juntos está luta.

Pedro Ferreira Nunes – Educador Popular e militante do Coletivo José Porfírio



segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Conto: A morte do encantador de serpentes em uma madrugada sangrenta

Por Pedro Ferreira Nunes

Era madrugada fria. Os pelotões de soldados em marcha vasculhavam todos os cantos da cidade. O som da batida dos tambores marcava o marchar das tropas. As ruas da cidade estavam desertas e escuras. Ao contrario de poucos minutos antes das tropas adentrarem na cidade.

Em poucos minutos tudo era correria e tiros - O corpo dele ainda se encontrava estendido no meio da praça, solitário sob o próprio sangue e crivado de balas. O vento frio zunia como uma canção melancólica, o belo luar desaparecerá sob as nuvens, o céu estrelado se extinguiu.

Não haviam matado um terrorista, bandido ou reacionário. Era apenas um jovem sonhador, um poeta que com seus versos melódicos encantava serpentes. Não foi o único que tombara sob o fogo das metralhadoras e fuzis das tropas golpistas. Homens, mulheres e crianças banharam aquela madrugada com sangue.

Mas ele era apenas um poeta, um jovem poeta que tentava através dos seus versos, despertar o amor e o fogo revolucionário escondido dentro dos corações de todos os filhos da classe trabalhadora. Fora perseguido como um cão, executado como um monstro. Agora como um troféu seu corpo ensanguentado e crivado de balas era exibido em praça pública.

É alta madrugada e o dia parece que demorara nascer. O povo daquelas bandas enfrentaram dias tenebrosos sob o jugo dos fascistas golpistas. Não será fácil.  Muitos tombarão, outros tantos serão torturados, alguns exilados.

Mas nada será como aquela madrugada, a madrugada em que o encantador de serpentes foi morto brutalmente. Sem julgamento, sem condenação, sem se quer cometer qualquer crime. Fora morto sem explicação. Seria, no entanto seus versos clamando o amor e chamando a revolução?

Não, não foi por nada que o mataram, sabiam do seu fervor revolucionário e de como era perigoso para os golpistas aquele encantador de serpentes e, sobretudo seus versos. Por isso foi caçado como um cão e morto como um monstro.

Mataram um poeta, um jovem poeta. No entanto seus versos não serão esquecidos, ecoaram nos quatros cantos daquela cidade sendo declamado de boca em boca e fazendo com que o povo se organize, se desperte e lute contra o exercito golpista.

O jovem poeta que fora morto naquela madrugada sangrenta já mais será esquecido, tornou-se um Martim e seu exemplo guiara o exercito popular que se formará através da leitura dos seus versos, continuando assim a luta por seus ideais. E enfim chegará o dia em que o exercito popular de encantadores de serpentes triunfarão sob os golpistas-fascistas.

Atividades de formação e mobilização do movimento popular tocantinense

Coletivo José Porfírio

No próximo final de semana ocorrerá na capital (Palmas) uma serie de atividades do movimento popular tocantinense. Participe dos mesmos e contribuam nas discussões, organização e realização das atividades.


Roda de Conversa sobre 'Os desafios do movimento popular tocantinense para o próximo período'.

Dia: 31 de Janeiro de 2014.

Horário: Ás 09h30

Local: Casa Oito de Março, região norte de Palmas - TO.

Organização: Coletivo José Porfírio e Casa Oito de Março.


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Seminário: Para superar a alienação/exploração sobre o trabalho: A construção de um projeto de organicidade socioprodutiva solidaria

Dia: 31 de Janeiro de 2014

Horário: 14h

Local: UFT/Campus de Palmas-TO

Organização: Via SOT


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Manifestação pelo fim do auxilio moradia para os deputados estaduais tocantinenses

Dia: 1º de Fevereiro de 2014.

Horário: Ás 09h

Local: Em frente a assembleia legislativa do Tocantins (Praça dos Girassóis - Palmas/TO)

Organização: Comitê de defesa da cidade.


Politica habitacional em Lajeado: Construção da segunda etapa das casas populares do setor Norte-Sul estão paralisadas há mais de ano

*Por Pedro Ferreira Nunes 

As obras para construção da segunda etapa de moradias populares no setor Norte-Sul iniciada em 2013, no município de Lajeado, estão paralisadas há mais de um ano. Enquanto centenas de famílias lajeadense esperam ansiosamente para sair do aluguel a construção das moradias não está nem na metade. Os materiais abandonados à ação do tempo se deterioram – nada mais do que dinheiro público desperdiçado.

Ainda na construção da primeira etapa os moradores tiveram que terminarem a conclusão das casas, já que a empresa responsável não cumpriu o seu papel no contrato. Muitos tiraram dinheiro do próprio bolso para comprar matérias para fazer o acabamento das residências. Mesmo assim a prefeitura contratou a mesma empresa para construir a segunda etapa. Que já havia mostrado anteriormente que não tinha condições de tocar o projeto.

Devido à decisão judicial a empreiteira que é responsável pela construção de projetos habitacionais em varias cidades do estado e que vem apresentando uma serie de irregularidades foi impedida de continuar tocando o projeto até que as mesmas sejam resolvidas. Porém até o momento nada avançou, o que tem de concreto é uma obra abandonada há mais de um ano, com o que já foi construído sendo deteriorado. E as famílias que seriam contempladas permanecem pagando alugueis absurdos na cidade.

Famílias do setor Norte-Sul convivem com a lama

Há três anos que as primeiras famílias se mudaram para o setor Norte-Sul, mesmo assim a única rua do local ainda não fora asfaltada. Por tanto as famílias são obrigadas a conviverem com a lama no período chuvoso bem como com a poeira no período de estiagem.

A atual gestão da prefeita Márcia Reis (SD) em vez de construir o mínimo de infraestrutura para as famílias que vivem no local planeja ampliar o setor. Uma grande área de cerrado foi desmatada para a construção de novas moradias. No entanto nem a primeira e muito menos a segunda etapa de construção de moradias populares foram concluídas.

Politica de expansão urbana do município de Lajeado

A construção do novo setor na cidade faz parte do projeto de expansão urbana da atual gestão da prefeita Márcia Reis. No entanto é uma politica equivocada. Em vez de construir moradias populares nos vazios urbanos dos setores mais desenvolvido da cidade, que já tem uma boa infraestrutura, ou em setores já existentes que carecem de desenvolvimento como, por exemplo, o Áurea. A prefeitura pretende expandir a cidade criando um novo setor.

Porém se o ritmo de desenvolvimento do mesmo for igual à construção da primeira e segunda etapa das casas populares do setor Norte-Sul, as famílias que acreditam na promessa de que terão sua tão sonhada residência no local podem esperar sentadas (e trabalhando muito para pagar aluguel). Pois até o momento é apenas uma grande área de cerrado desmatada com uma visão linda para o Morro do Segredo e a Serra do Lajeado.

Sem mobilização da população o déficit habitacional continuará sendo empurrado com a barriga bem como a falta de estrutura no setor Norte-Sul

Cabe por tanto o povo trabalhador de Lajeado se organizar para exigir da atual gestão a conclusão da segunda etapa das casas populares do setor Norte-Sul bem como da infraestrutura do mesmo. Pois um setor não se faz apenas com casas residenciais. Se continuarem se conformando com promessas, sorrisos e tapinha nas costas as coisas continuaram sendo empurradas com a barriga até o fim da atual gestão.

 *Militante do Coletivo José Porfírio


terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Destruição Ambiental





Destruição ambiental

Cortaram os pés de pequi
Destruíram os buritis.
Acabaram-se os tucuns
E também os muricis.

Não tem macaúba
Mangaba não há.
Não tem mais baru
E nem jatobá.

Cajuí já não tem
Tá difícil de achar.
Até mesmo os babaçus
Conseguiram acabar.

Só vejo soja e cana
Por todo o nosso cerrado.
Florestas de eucalipto
No resto pasto pra gado.

Até quando ficaremos
Parados e de braços cruzados.
Vendo a burguesia agrária
Destruir nosso cerrado?

Comunicação popular tocantinense perde um dos seus mais importantes representantes. Edson Pinheiro o popular ‘Xirle’ –Radialista e blogueiro faleceu no ultimo sábado.

Por Pedro Ferreira Nunes

Foi com profundo pesar que recebemos a triste noticia do falecimento de Edson Pinheiro Nunes no ultimo sábado (17 de janeiro) por um enfisema pulmonar em um hospital particular onde estava internado há alguns dias em Palmas. Sua morte tão repentina, ainda tão jovem, tinha apenas 38 anos, pegou-nos a todos de surpresa.

‘Xirle’ (como era popularmente conhecido) deixa-nos um importante legado e exemplo de alguém que dedicou toda a sua vida a construção da comunicação popular em Miranorte e região. Seja como radialista apresentando o jornal da radio 104,9 ou através do blog Fatos e Boatos que mantinha na internet. Sempre preocupado em divulgar as questões politicas, sociais, culturais e esportivas da sua região. Procurando dar voz ao povo das medias e pequenas cidade do Tocantins. Que quase sempre só ganha espaço na grande mídia nas paginas policiais.

Sem grandes patrocínios e muitas vezes tendo que tirar grana do próprio bolso Xirle nunca desistiu de lutar para que o seu povo tivesse um espaço para se expressar e divulgar sua opinião. Além de divulgar a vida social da Miranorte e cidades vizinhas, ele nunca se omitiu em denunciar os problemas políticos e sociais e buscar soluções para os mesmos, e por essa sua postura foi perseguido muitas vezes pelos poderosos da região. Um blog seu anterior foi hackeado e devido a ameaças teve que se exilar de Miranorte por algum tempo, mas conseguiu superar as ameaças e voltou para sua terra natal para se dedicar ao que tanto amava – a comunicação.

A morte de Xirle não ganhou nenhum espaço na grande mídia local, mas ao ser velado na câmara de vereadores de Miranorte podemos ver o quanto ele era importante para aquela cidade. No entanto isso ainda é muito pouco para alguém que fez tanto pela comunicação popular no Tocantins e em Miranorte, sobretudo.

Nós que acreditamos em uma comunicação alternativa, construída pelo povo e para o povo, não podíamos deixar de lamentar a morte de tão valoroso companheiro. E o nosso profundo pesar não é pelo fato de sermos parentes próximos (primos em primeiro grau), em termos crescido juntos, nas tantas vezes que nos encontramos na chácara dos nossos avós, das brincadeiras e lembranças que ficaram para sempre na nossa memoria. A maior tristeza é saber que pessoas como o Xirle que se dedica ao que acredita, mesmo contra tudo e todos são raros de serem achados.

Nesse momento de dor o nosso profundo pesar a seus familiares – Mãe, padrasto e irmãos e o nosso compromisso de continuar entrincheirado contribuindo na construção de uma comunicação alternativa no Tocantins, tal como ele fez tão bem. A comunicação popular tocantinense perde um dos seus mais importantes representantes, mas o seu exemplo continuará nos guiando. Que os miranortenses e o povo tocantinense em geral mantenham vivo o seu legado.