segunda-feira, 18 de maio de 2015

Crônica

O triste fim do famigerado raposão – O maior ladrão de galinhas de Lajeado.

Ontem foi encontrado no chapadão, na região da fazenda tamanca o corpo do famigerado raposão, o maior ladrão de galinhas de Lajeado. Seu corpo estava crivado de balas.

Quem havia cometido tal crime? Quem havia dado cabo da vida de tão terrível delinquente? Já mais saberemos, muitos devem está dando graças a deus, um ser sem eira e nem beira não fará falta, ninguém virá reclamar por justiça, a policia fará muito pouco para descobrir quem cometera tal crime.

Raposão não tinha pai, não tinha mãe, irmãos, mulher e filhos muito menos. Raposão se quer tinha nome. Era conhecido por todos pelo seu famoso apelido. Apareceu do dia para noite no Lajeado, vindo não se sabe da onde, e indo para lugar algum. Gostava de tomar uma cachacinha e para tirar gosto uma galinha frita, já para tirar a ressaca gostava de caldo de galinha ou gemada. Como não criava galinhas, por que não pegar as dos vizinhos?

Ele não era muito dado ao trabalho, gostava de pescar de vez enquanto, apenas o suficiente para fazer algum trocado para poder comprar a cachaça. Já o que comer ele arranjava em qualquer lugar, não tinha casa, morava onde desse.

Reza a lenda que certa vez raposão estava pescando na beira do rio, em uma área que era proibida. Quem se arriscava a pescar por aqueles lados devia ter o maior cuidado, pois poderia ser pego pela policia ambiental. Como na boca da noite não estava bom para pegar peixe, raposão decidiu dormir, é quando de repente alguém o acorda.

- Deixa eu dormir rapaz, pois a hora boa de pegar peixes é mais de madrugada.
- Levanta seu vagabundo!!!!!

Raposão pensava que era seus companheiros de pescada que estavam lhe acordando, mas na verdade era a policia ambiental. Pobre raposão, nesse dia sofreu nas mãos dos policiais, que por aqui não tem boa fama junto ao povo por ser extremamente arrogante e violenta, sobretudo se você é alguém sem eira e nem beira tal como era o raposão.

Mas raposão era conhecido mesmo pelo seu delito predileto, roubar galinhas, não era para vender, era apenas para comer, raposão adorava comer galinha e tomar uma cachacinha, o problema é que raposão não criava galinhas, roubava-as, era odiado por isso. Já havia sido preso, apanhado bastante da policia, já havia inclusive sido obrigado a pagar pelas penosas que roubava, mesmo assim ele não abandonava esse oficio.

No entanto agora o raposão estava morto, alguém havia matado o terrível delinquente, provavelmente alguém que havia sido vitima dos seus crimes. Mas será que era para tanto? Merecia o raposão pagar com sua vida o terrível crime que cometia?

Ah quem se importa com isso, uma criatura sem eira e nem beira. Agora as galinhas de Lajeado viveram em paz, pois o famigerado raposão – O maior ladrão de galinhas da cidade encontrou seu fim, seu triste fim.


Pedro Ferreira Nunes é poeta e escritor tocantinense.

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