segunda-feira, 1 de junho de 2015

Todo apoio a greve nas instituições de ensino superior! Por uma greve geral no Brasil já!

Ninguém gosta de greve, nem mesmo aqueles que a fazem. Pois ao contrario do que se pensa fazer greve não é algo simples, não é simplesmente cruzar os braços. Mas requer envolvimento, disposição, dedicação e sacrifício de toda categoria. Sobretudo, se pretende que a greve seja vitoriosa.

Se ninguém gosta de greve, se a greve prejudica a todos, tanto os que são atingidos diretamente, como indiretamente. Por que então fazemos greve? Por que os governos e patrões não nos dão alternativa. E a greve é, portanto o principal instrumento na luta dos trabalhadores pelos seus direitos.

Sabemos de todos os problemas que uma greve nas IFES acarretará no inicio do semestre para estudantes e professores. No entanto temos total clareza da condição caótica que se encontram as IFES Brasil afora, e agora diante do anuncio dos cortes no orçamento, onde só na educação alcançará um montante acima de 9 bilhões o governo não nos dá alternativa se não ‘cruzar os braços’.

Assim, na atual conjuntura por que passa o país, onde um governo que tem como lema a educação como prioridade, mas que na realidade retira recursos e sucateia as Instituições Federais de Ensino Superior, além de tentar jogar nas costas do trabalhador a responsabilidade por uma crise que não foi criada por eles, a greve é mais do que necessária.

E se essas breves linhas não servir de argumento para justificar as greves nas IFES, ou as reportagens que mostram a situação deplorável nas instituições federais de ensino superior Brasil afora, convidamos os tocantinenses a visitar o campus da UFT em Palmas – encontraram salas sujas, um campus mal iluminado, banheiros interditado por falta de manutenção, demissão da metade dos terceirizado, lanchonete fechada, além do corte de bolsas permanência, pesquisas entre outros.

Além do fato de que em vez de negociar com os professores e técnicos administrativos, o governo simplesmente abandonou a mesa de negociações. Inclusive se negando a cumprir o acordo firmado com a categoria na greve de 2012.

Lamentamos que mesmo diante desse quadro caótico tenha professores e grande parte dos estudantes na UFT que são contrários a greve. Que pensam apenas no seu umbigo e não na educação como um todo. Pois essa greve tem como razão de ser, sobretudo, ao discutir qual o modelo de educação queremos para o nosso país. E com certeza o modelo de educação que defendemos não é o da ‘pátria educadora’ de Dilma e do Mangabeira Úngue – que pretende transformar as universidades e escolas públicas em escolas-empresas.

Lamentamos também a ausência de um movimento estudantil na UFT compromissado com as causas populares. Ao contrario, temos um diretório central dos estudantes e centros acadêmicos mais preocupados em fazer festas do que discutir as questões fundamentais que atinge as IFES e a sociedade como um todo.

Por exemplo, na programação da calourada unificada, não houve um ponto para discutir a questão da greve.  Não houve um ponto para discutir o corte no orçamento da área da educação. Não houve um ponto para discutir a situação de total abandono do campus da UFT em Palmas. Não houve se quer um ponto para se discutir o ‘’pátria educadora’’. Em resumo, não houve um ponto para discutir a conjuntura nacional e os reflexos na educação.

Bem se ver como o movimento estudantil na UFT esta sintonizada com os problemas que acontecem hoje no país. É por tanto necessário lutarmos para construir um movimento estudantil na UFT compromissado com o movimento popular. Um movimento estudantil independente de governos e patrões. E radicalmente de luta por uma educação pública, gratuita e de qualidade.

Esperamos que a greve nas IFES possa ser o motor propulsor para desencadearmos uma greve geral no país. Uma greve geral mais do que necessária, sobretudo após o ajuste fiscal que será aprovado no congresso nacional que retira direitos dos trabalhadores como também do anuncio do maior corte no orçamento da historia, cortes estes que atinge ferozmente as áreas sociais.

É inaceitável que as organizações da classe trabalhadora aceite sem resistir e questionar a adoção do governo federal da cartilha do FMI. Não, não podemos ficar de braços cruzados ante de tantos ataques aos direitos fundamentais dos trabalhadores. Precisamos nos mobilizar para reverter nas ruas e na luta esses ataques.

Por fim, terminamos dando o nosso apoio incondicional a greve nas IFES, em especial na UFT onde atuamos. Por compreender a necessidade do movimento grevista como uma forma de lutar contra o sucateamento da educação publica e a retirada de direitos dos trabalhadores em geral. Fazemos também um chamado aos estudantes da UFT e demais instituições públicas de ensino superior a apoiar essa luta.

Pedro Ferreira Nunes – é estudante de Filosofia da Universidade Federal do Tocantins. Bacharel em Serviço Social pela UNOPAR, Educador Popular e militante do Coletivo José Porfírio.


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