Caros
camaradas;
Criei
o blog em 2010 com o objetivo de publicar e divulgar a minha literatura –
poesia, contos, crônicas, artigos políticos entre outros. Especialmente questões
relativas ao povo e a cultura tocantinense, pois apesar de morar em Goiás, o
Tocantins continuava dentro de mim, bem como o desejo de um dia retornar para
minha terra. Dai que naquele momento decidi colocar o nome do blog de ‘Pedro
Tocantins’- afirmando assim a minha identidade tocantinense.
Nos
idos de 2012 li um romance do escritor português Manuel Thiago que me marcou
profundamente, tanto que me apropriei do titulo do livro e coloquei no meu
blog, e é este nome que tenho utilizado – até amanhã, camaradas! Um nome que
para mim é um tanto poético e que também provavelmente é o que os pouquíssimos
leitores deste blog estão mais habituados.
‘Pedro
Tocantins e Até amanhã, camaradas’ marcaram um período distinto deste blog e da
minha literatura. E agora que estou mergulhado em um terceiro período, nada
mais natural do que colocar um nome que representa isso. E o nome escolhido foi
‘Das barrancas do rio Tocantins’.
Há
duas questões que me fizeram chegar a este nome e que gostaria de compartilhar
com você meu caro camarada que de alguma forma aprecia isto que eu chamo de
minha literatura e de literatura de guerrilha. Primeiro, cheguei a tal nome
influenciado pela musica do Elomar Figueira Mello – pela sua poesia, pelo seu
jeito peculiar de cantar o sertão. Aliás, não existe no Brasil alguém que canta
tão profundamente e tão magistralmente o sertão como Elomar Figueira Mello.
Recomendo aqueles que querem conhecer sua obra a ouvir – das barrancas do rio
Gavião. Disco de 1972.Dai que ‘das barrancas do rio Tocantins’ não é mera
coincidência, é sim influencia da musica do Elomar.
A
segunda questão é o fato de que mais do que nunca é das barrancas do rio
Tocantins – onde nasci, cresci e vivo que nasce a minha literatura. Para quem
não sabe sou natural de Miracema, cidade onde vivi até os meus 11 anos de
idade. Depois me mudei com a família para o Lajeado onde vive até os 19 anos. Depois
fiquei uma temporada de oito anos perambulando em terras goianas e no inicio de
2013 retornei para o Tocantins, para a pequena e pacata cidade de Lajeado.
E
é a vida interiorana, ribeirinha, campesina que tem me influenciado no ultimo
período. A vida do povo tocantinense, do povo lajeadense, do povo miracemense –
seus costumes, sua cultura popular, suas angustias, suas lutas. Sim meu
camarada, posso lhe afirmar que no ultimo período minha literatura, si é que o
que eu escrevo pode ser classificada assim, provavelmente os críticos
catedráticos diriam que não, tem se tornado regionalista. Ou talvez sempre
tenha sido não é mesmo?! Pois mesmo quando vivemos longe do Tocantins, o
Tocantins continua dentro de nós.
Bem
meus camaradas – chegamos ao quinto ano de existência do blog. Poderia
parafrasear Antônio Abujamra dizendo que continuamos ‘caminhando no incerto e
idolatrando a duvida’. E de que pelo fato de ninguém lê-lo, tenho total
liberdade para escrever o que quiser. E assim vamos continuando – agradando uma
dezena, incomodando uma centena e sendo ignorado por milhares.
Por
fim meus camaradas, como disse no inicio – não é a primeira vez que mudo o nome
do blog, mas espero que esta seja a ultima. Sei que os raríssimos leitores que
o visitam não se incomodaram. Tal como não si incomodaram das duas outras vezes
que mudei. Até por que o conteúdo do blog que é o mais importante não mudará.
Assim espero continuar alcançando as poucas mais de 200 visualizações mensais,
e se não, tanto faz. Continuarei escrevendo do mesmo jeito – literatura de
guerrilha, anticapitalista, subversiva e revolucionária.
Atenciosamente,
Pedro Ferreira Nunes
Poeta, escritor e
educador popular.
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