Apesar de ser um amante
dos livros, da literatura – tanto que acabei me enveredando pela poesia e pela
prosa – nunca havia ido a um encontro literário. Mas ao tomar conhecimento da
realização da 9º edição do salão do livro do Tocantins. Vi que era a oportunidade
de viver essa experiência. E assim eu fiz – joguei uma mochila nas costas,
peguei um ônibus e segui rumo ao parque do povo – centro de convenções de
Palmas onde estava sendo realizado o evento.
Tal como muitos amantes
dos livros – estudantes, músicos, atores, poetas e escritores tocantinenses –
recebi com muita empolgação a noticia da realização da 9º edição do salão do
livro, ainda mais após dois anos sem o mesmo ser realizado. Pois nós que
sabemos da importância da leitura e ousamos fazer literatura nesse país – um
país onde à leitura não é levada a sério. Não podemos negar a importância do
salão do livro para construção de uma cultura literária no e do Tocantins.
E foi com toda essa
empolgação que fui ao salão do livro, participar do primeiro evento literário
da minha vida. E não me arrependi, ao contrario, enlouqueci. Fiquei louco
diante de tantos livros – nunca havia visto tanto livro na minha vida. Ali no
meio daquele tanto de livros – eu me sentia como uma criança numa fabrica de
chocolates ou num parque de diversão. Como uma mulher consumista num shopping
center ou melhor – um cão faminto diante de uma vitrine de carnes num açougue.
- Ah, como queria ter
muita grana para comprar muitos livros – um caminhão de livros. Diante disso
ficar ali passou a ser uma tortura – ver e não poder levar – não poder levar
tanta coisa boa que não encontramos no dia a dia. Mesmo sem muita grana
consegui comprar alguns livros – coisas finíssimas que há muito tempo procurava
– mas eu queria muito mais. E foi por isso que tive que sair dali rapidamente
para não enlouquecer mais ainda.
Mas a verdade é que foi
uma experiência incrível a minha ida na 9º edição do salão do livro do
Tocantins – um amante de livros tal como sou não poderia ser diferente. Imagino
o tanto de gente que não teve a mesma sensação. Especialmente as crianças e
jovens que por ali estiveram pela primeira vez. Espero que este importante
evento nunca mais saia do calendário de atividades realizadas pelo governo do
Tocantins.
O salão do livro é um
patrimônio do povo tocantinense – um instrumento importantíssimo para
construção de uma cultura literária no e do Tocantins. E por isso precisa ter
continuidade independente do governo de plantão. Aliás, que o salão do livro
seja uma politica de estado e não de governo. E que os organizadores possam a
partir do ano que vem fazer ações para interiorizar o salão do livro.
Pedro
Ferreira Nunes é poeta, escritor e educador popular.