segunda-feira, 12 de setembro de 2016

O governo Marcelo Miranda e a Greve Geral no Serviço Público Estadual


O Silêncio
Desde que a greve geral dos trabalhadores do serviço público estadual foi deflagrada o que se vê é um silêncio total por parte do governo Marcelo Miranda (PMDB). Aliás, essa tem sido a característica desse governo – o silêncio. Faz-se todo um malabarismo para tentar justificar os ataques aos direitos dos trabalhadores e quando os trabalhadores se mobilizam para questionar o governo o que recebem em troca é silêncio.
Mas o silêncio, ao contrario do que você meu caro camarada possa pensar – diz muito. Mostra exatamente a falta de capacidade de um governo que desde o primeiro momento tentar jogar nas costas dos trabalhadores a conta de uma “crise” que não foi criada por eles. Um governo que não tem a capacidade de apresentar uma proposta que atenda as reivindicações dos servidores públicos mesmo que parcialmente. Um governo que vai empurrando com a barriga tentando vencer os trabalhadores pelo cansaço. Um governo covarde que em vez de sentar cara a cara com os trabalhadores para tentar uma negociação – corre na justiça para tentar barrar o movimento grevista. Um governo desse não merece mais do que o nosso desprezo. Aliás, não é nem digno de ser chamado de governo.
Ainda sobre o silêncio
Agora depois de rompido o silêncio por parte do governador Marcelo Miranda que enfim apresentou uma proposta para pagamento da data-base dos servidores. Entendemos o porquê o governo demorou tanto para apresentar tal proposta. Uma proposta tão medíocre era melhor não ser apresentada, era melhor que o governo ficasse mesmo em silêncio. Ou melhor, era melhor que Marcelo Miranda seguisse o exemplo do seu secretario da Fazenda que pediu demissão. Ora é mais digno renunciar do que apresentar uma proposta de parcelamento em 12 meses do pagamento da data-base. Conhecendo muito bem o histórico de compromissos não cumprido do atual governador – só sendo muito ingênuo para aceitar tal proposta.
A Ética do discurso de Marcelo Miranda
Num primeiro momento o governo Marcelo Miranda ignorou completamente o movimento grevista, silenciando-se por várias semanas diante da reivindicação dos servidores. Num segundo momento o governo recorreu à justiça tentando criminalizar o movimento. No terceiro momento o governo buscou dividir o movimento grevista chamando apenas uma organização sindical para negociar – e ainda para completar apresentando uma proposta medíocre – que não tem como levar a sério. O discurso de Marcelo Miranda é um exemplo clássico do que Habermas definiria como um discurso antiético. Pois ignora completamente o outro. Como também ao contrario do que ele diz, não há nenhuma disposição para resolver a questão – pelo menos não quando analisamos uma proposta tão absurda.
Dividir e enfraquecer o movimento grevista
A tática do governo Marcelo Miranda esta clara – dividir e enfraquecer o movimento grevista. É exatamente por isso que em vez de negociar com o MUSME, o governo tenta negociar com cada categoria separadamente. E muitos líderes sindicais oportunistas estão caindo nessa conversa. A força do movimento grevista consiste, sobretudo, na unidade das diversas categorias, logo por tanto se o movimento começar a se fragmentar a derrota é certa.
A luta não pode parar! Nem um passo atrás!
A greve geral dos servidores públicos estaduais já tem obtido importante vitorias, como por exemplo, a queda do secretario da Fazenda Edson Nascimento. Não há duvidas que o pedido de exoneração do então secretario da Fazenda se deu pela pressão que o movimento grevista tem feito. Outra vitória importante foi ter conseguido fazer com que o governador quebrasse o silêncio e apresentasse uma proposta para os grevistas – mesmo que tal proposta esta mais para uma espécie de isca. No entanto já é um avanço – um reconhecimento de que as reinvindicações são legitimas. É obvio que isso não foi dito claramente, mas quando o governo apresenta uma proposta para resolver a questão é um reconhecimento de que essa questão é valida.
Fora Marcelo Miranda!
Por fim, se o governo não tiver a capacidade de atender as reinvindicações dos trabalhadores. Se continuar atacando nossos direitos – tendo jogar nas costas do povo trabalhador a conta de uma crise que não foi criada por eles. Esse governo não nos serve, devemos derruba-lo. Nesse sentido aproveitemos para embarcar o Marcelo Miranda no mesmo bonde de Michel Temer. Gritemos então a pleno pulmões – FORA TEMER! FORA MARCELO MIRANDA!

Pedro Ferreira Nunes
Militante do Coletivo José Porfírio.

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