O
Silêncio
Desde
que a greve geral dos trabalhadores do serviço público estadual foi
deflagrada o que se vê é um silêncio total por parte do governo
Marcelo Miranda (PMDB). Aliás, essa tem sido a característica desse
governo – o silêncio. Faz-se todo um malabarismo para tentar
justificar os ataques aos direitos dos trabalhadores e quando os
trabalhadores se mobilizam para questionar o governo o que recebem em
troca é silêncio.
Mas
o silêncio, ao contrario do que você meu caro camarada possa pensar
– diz muito. Mostra exatamente a falta de capacidade de um governo
que desde o primeiro momento tentar jogar nas costas dos
trabalhadores a conta de uma “crise” que não foi criada por
eles. Um governo que não tem a capacidade de apresentar uma proposta
que atenda as reivindicações dos servidores públicos mesmo que
parcialmente. Um governo que vai empurrando com a barriga tentando
vencer os trabalhadores pelo cansaço. Um governo covarde que em vez
de sentar cara a cara com os trabalhadores para tentar uma negociação
– corre na justiça para tentar barrar o movimento grevista. Um
governo desse não merece mais do que o nosso desprezo. Aliás, não
é nem digno de ser chamado de governo.
Ainda
sobre o silêncio
Agora
depois de rompido o silêncio por parte do governador Marcelo Miranda
que enfim apresentou uma proposta para pagamento da data-base dos
servidores. Entendemos o porquê o governo demorou tanto para
apresentar tal proposta. Uma proposta tão medíocre era melhor não
ser apresentada, era melhor que o governo ficasse mesmo em silêncio.
Ou melhor, era melhor que Marcelo Miranda seguisse o exemplo do seu
secretario da Fazenda que pediu demissão. Ora é mais digno
renunciar do que apresentar uma proposta de parcelamento em 12 meses
do pagamento da data-base. Conhecendo muito bem o histórico de
compromissos não cumprido do atual governador – só sendo muito
ingênuo para aceitar tal proposta.
A
Ética do discurso de Marcelo Miranda
Num
primeiro momento o governo Marcelo Miranda ignorou completamente o
movimento grevista, silenciando-se por várias semanas diante da
reivindicação dos servidores. Num segundo momento o governo
recorreu à justiça tentando criminalizar o movimento. No terceiro
momento o governo buscou dividir o movimento grevista chamando apenas
uma organização sindical para negociar – e ainda para completar
apresentando uma proposta medíocre – que não tem como levar a
sério. O discurso de Marcelo Miranda é um exemplo clássico do que
Habermas definiria como um discurso antiético. Pois ignora
completamente o outro. Como também ao contrario do que ele diz, não
há nenhuma disposição para resolver a questão – pelo menos não
quando analisamos uma proposta tão absurda.
Dividir
e enfraquecer o movimento grevista
A
tática do governo Marcelo Miranda esta clara – dividir e
enfraquecer o movimento grevista. É exatamente por isso que em vez
de negociar com o MUSME, o governo tenta negociar com cada categoria
separadamente. E muitos líderes sindicais oportunistas estão caindo
nessa conversa. A força do movimento grevista consiste, sobretudo,
na unidade das diversas categorias, logo por tanto se o movimento
começar a se fragmentar a derrota é certa.
A
luta não pode parar! Nem um passo atrás!
A
greve geral dos servidores públicos estaduais já tem obtido
importante vitorias, como por exemplo, a queda do secretario da
Fazenda Edson Nascimento. Não há duvidas que o pedido de exoneração
do então secretario da Fazenda se deu pela pressão que o movimento
grevista tem feito. Outra vitória importante foi ter conseguido
fazer com que o governador quebrasse o silêncio e apresentasse uma
proposta para os grevistas – mesmo que tal proposta esta mais para
uma espécie de isca. No entanto já é um avanço – um
reconhecimento de que as reinvindicações são legitimas. É obvio
que isso não foi dito claramente, mas quando o governo apresenta uma
proposta para resolver a questão é um reconhecimento de que essa
questão é valida.
Fora
Marcelo Miranda!
Por
fim, se o governo não tiver a capacidade de atender as
reinvindicações dos trabalhadores. Se continuar atacando nossos
direitos – tendo jogar nas costas do povo trabalhador a conta de
uma crise que não foi criada por eles. Esse governo não nos serve,
devemos derruba-lo. Nesse sentido aproveitemos para embarcar o
Marcelo Miranda no mesmo bonde de Michel Temer. Gritemos então a
pleno pulmões – FORA TEMER! FORA MARCELO MIRANDA!
Pedro
Ferreira Nunes
Militante
do Coletivo José Porfírio.
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