No
curso de Filosofia e Teatro da Universidade Federal do Tocantins –
campus de Palmas. Observamos no discurso dos professores uma
preocupação de formar estudantes a partir de uma perspectiva
critica da sociedade tocantinense e brasileira – Uma visão contra
hegemônica, anticapitalista e emancipatória. Nesse sentido um dos
focos dessa formação é o combate à discriminação – seja ela
racista, sexista, homofóbica e etc.
Percebemos,
portanto que há um discurso hegemônico entre os professores da UFT
do curso de Filosofia e Teatro a cerca da necessidade de respeito à
diversidade e a pluralidade. Porém a prática de alguns desses
professores vai totalmente na contramão do que eles pregam. O que se
vê é exemplo de atitudes racistas, sexistas e homofobicas. Diante
disso como formar educadores que respeitam a diversidade e combatam o
preconceito se a prática dos professores é o oposto do seu
discurso? É obvio que precisamos de uma formação que não
reproduza a discriminação e o preconceito. É obvio que precisamos
de uma educação que não reproduza o discurso machista, racista e
homofobico em ascensão no ultimo período. Porém essa obviedade cai
por terra quando vamos para realidade. Quando ouvimos, por exemplo,
um professor chamar de aberração um transexual. Ora aberração é
uma educação que discrimina. Que na verdade não pode se quer ser
chamada de educação. É um discurso de ódio que contribui para o
aumento da violência contra gays, travestis e transexuais. E não
podemos já mais encarar com naturalidade tal discurso, pois é
justamente a naturalização desse discurso que acaba contribuindo
para inercia das pessoas diante de casos como esse. Logo de nada
adianta realizar seminários e rodas de conversas com organizações
feministas, LGBTT´s e do movimento negro se nas aulas muitos
professores contradizem o seu discurso. Paulo Freire já dizia: “...
a gente tem que ser coerente. Por que não adianta o discurso
revolucionário com uma prática reacionária... Não é o discurso
que diz se a prática é valida; é a prática que diz se o discurso
é valido ou não. Quem julga é sempre a prática, não o discurso.
De nada adianta um lindo sermão seguido de uma prática reacionária.
De nada adianta uma proposta revolucionária se nossa prática é
pequeno-burguesa”.
Lamentamos
que tais fatos ocorram, sobretudo, em cursos que deveriam dá o
exemplo na promoção de um pensamento que respeite a diversidade e a
pluralidade. Cursos que tem por finalidade a formação de
educadores. Educadores que deveriam contribuir para construção de
uma sociedade livre de discriminação. Faz-se necessário por tanto
que os professores combatam a incoerência – o distanciamento entre
a prática e o discurso. Especialmente aqueles que se dizem
Freirianos. É necessário mais do que nunca combater essa aberração
que nada tem haver com educação. Sobretudo educação libertadora.
Logo é preciso que os professores se libertem dessa pedagogia
aberrante, antes de libertar os seus educandos. Pois sem essa
libertação o máximo que conseguirão é afirmar ideias
discriminatórias e preconceituosas. Os estudantes por sua vez não
podem ficar calados diante de discursos incoerentes, especialmente
aqueles que contribuem para cultura do ódio. Devemos nos levantar e
gritar – machistas, sexistas e homofobicos não passaram!
Pedro
Ferreira Nunes – é estudante de Filosofia da Universidade Federal
do Tocantins.
Nenhum comentário:
Postar um comentário