segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Descaso com o transporte universitário em Lajeado

O ano letivo para alguns universitários de Lajeado que estudam em Palmas não começou bem. Sem a liberação de um ônibus por parte da prefeitura municipal para fazer o transporte – vários estudantes foram prejudicados por não ter condições de se deslocarem por conta própria durante um período de três semanas. Com isso mau o ano começou e os estudantes que não conseguiram se deslocar já estão reprovados. 

A alegação para a demora na liberação do ônibus universitário, segundo o Secretário de Transporte – Abmael Milhomem – se deu por que a maioria dos estudantes universitários haviam sido consultados e nessa consulta disseram que só retornariam no inicio de Fevereiro. No entanto, essa suposta consulta deixou de fora parte significativa dos estudantes, especialmente os do Instituto Federal do Tocantins (IFTO) da Universidade Federal do Tocantins (UFT) e do Curso Supremo – cerca de 17. Alguns retornariam dia 14 e o restante no dia 21 de janeiro.

Sabendo o quão seriam prejudicados, esses estudantes não ficaram de braços cruzados, pelo contrário, se mobilizaram para tentar convencer a gestão municipal á frente da prefeitura de Lajeado a liberar o ônibus universitário – encaminharam ofícios para o prefeito Tércio Neto e para Secretária de Educação Leila Márcia. Mas foram simplesmente ignorados – o prefeito e a secretária não se deram o trabalho de pelo menos responder negativamente.

Mesmo assim os estudantes continuaram insistindo e por telefone a Secretária Leila Márcia informou que não cabia a Secretaria Municipal de Educação, mas sim a Secretaria Municipal de Transportes à liberação ou não do ônibus universitário. E foi então que os estudantes decidiram ir até a prefeitura para conversar pessoalmente com o Secretário de Transportes Abmael Milhomem – e tentar sensibiliza-lo para atender suas demandas.

Foi durante essa conversa que ele disse que o retorno do ônibus universitário se daria no inicio do mês de fevereiro devido a uma consulta que havia sido feita com parte dos estudantes que disseram que só retornariam nessa data. Mas como dissemos no inicio, essa consulta deixou de fora parte significativa dos estudantes. O que nos leva inclusive a questionar se de fato houve essa consulta. Se houve ou não, já não tinha sentido. A questão era encontrar uma solução para o problema que estava na mesa – isto é – quando retornaria o ônibus universitário? Só no inicio de fevereiro ou antes para atender os estudantes do IFTO, UFT e Curso Supremo?

O Secretário de Transporte Abmael Milhomem mostrou-se de certa forma sensibilizado com a demanda dos estudantes e abriu a possibilidade para que o ônibus retornasse antes do dia 04 de fevereiro. No entanto disse que não poderia dar uma resposta naquele momento e pediu um tempo para tentar criar as condições (fazer a manutenção do veiculo) para que voltasse a transportar os universitários. Esse ponto nos causou estranheza, pois essa manutenção era para ter sido feita no final de dezembro e inicio de janeiro. 

Outro ponto estranho é o fato do ônibus estar transportando usuários da saúde do município para fazer exame em Palmas. O que revela uma falta de planejamento e organização por parte da Secretária de Transporte do Lajeado.

Como não tinham alternativas os estudantes deram o prazo para que o Secretário Abmael Milhomem desse a resposta se seria antecipada ou não o retorno do ônibus. Mas os estudantes foram ignorados novamente, pois essa resposta não veio. Diante disso, só nos cabe lamentar que a gestão municipal, seja através do prefeito Tércio Neto ou do seu Secretário de Transporte, não tiveram se quer a hombridade de responder, ainda que de forma negativa a demanda que lhes foi apresentada.

Por outro lado o silêncio, sobretudo do prefeito, é compreensivo. Como não há nenhuma justificativa plausível para não liberar o ônibus o melhor mesmo é ficar em silêncio para não se complicar. Mas quem opta pelo silêncio deve estar disposto a arcar com as consequências desse silêncio, assim como nós que optamos por não ficar calados.

E nós que optamos por não ficar calados não podemos deixar de denunciar que por trás de tudo isso há o claro objetivo de tirar das mãos da prefeitura e passar para iniciativa privada o transporte dos universitários do município que estudam em Palmas. O que só não aconteceu ainda por que existe uma lei municipal (342/11) que obriga o município a garantir o transporte gratuito dos universitários. Basta saber até quando respeitaram essa lei.

Pedro Ferreira Nunes - é “apenas um rapaz latino americano, sem dinheiro no banco, sem parentes importantes e vindo do interior”.

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