Não que o São Paulo perca sempre. Mas prefiro evitar determinadas emoções que tomam conta de mim durante uma partida de futebol. Isso não significa que eu tenha deixado de torcer pelo time bem como acompanha-lo. Porém com o resultado já dado. Quando o time ganha a alegria é imensa, quando o time perde vem a tristeza. No entanto esses afetos não são tão intensos como quando acompanho o jogo ao vivo.
Eu sabia que era a final de um campeonato. Não um campeonato qualquer, mas de um campeonato que poderia nos dá um título inédito. Ainda hoje tenho vivo na memória a final da Copa do Brasil contra o Cruzeiro nos anos 2000. Estávamos tão perto do título, tínhamos um bom time (Ceni, Belleti, Raí, França e companhia). Mas infelizmente perdemos. Agora seria contra o Flamengo – que ao lado do Palmeiras tem hegemonizado os campeonatos nacionais e continentais nos últimos anos.
Lá nos anos 2000 o São Paulo podia tá perdendo de 5 a 0 aos 40 minutos do segundo tempo que eu não deixava de acreditar. Hoje em dia sou bem pragmático. Não espero mais do que o time pode dar. E não comemoro antes do apito final. E foi assim em relação a final da Copa do Brasil, edição de 2023.
Eu sabia que o jogo estava rolando. Mas busquei me desligar de tudo para não saber o que estava acontecendo. Quando vi que o relógio marcava mais de 18h então acessei a Internet – o placar marcava 1 a 1 e o jogo ainda não havia acabada por causa dos acréscimos. Daí não pude deixar de sentir o que tentava evitar – o meu coração disparou tal como a bateria do Motorhead e não consegui mais pensar em nada além do que estava preste a acontecer. E aconteceu – a vitória do São Paulo.
De repente um sentimento tomou conta de mim e eu comecei a chorar e chorar. Lembrei de minha mãe e do quanto ela estaria feliz. E cada vez que eu lembrava disso mais eu chorava descontroladamente. Certamente se minha mãe estivesse viva, ela estaria muito feliz por mim. Ela sabia o quanto uma vitória do São Paulo me afetava de alegria. E como ela queria me ver alegre ela sempre torcia pelo tricolor paulista.
Sim, Maria Lúcia, somos campeões, esse título é nosso. Ah, como eu queria que a senhora estivesse aqui para ver minha alegria – e o fato dá senhora não está aqui dói. E isso faz a alegria virar tristeza. Que coisa estranha essa flutuação de afetos. Mas não podia me deixar afetar pela tristeza – ela certamente não gostaria de me ver triste. E assim aos poucos consegui me controlar e celebrar a grande conquista do tricolor paulista.
Por Pedro Ferreira Nunes – Apenas um rapaz latino-americano que gosta de ler, escrever, correr e ouvir Rock in roll.
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