segunda-feira, 23 de dezembro de 2013
quarta-feira, 18 de dezembro de 2013
A Ilha dos Espíritos
Lajeado é uma das cidades mais belas do estado do Tocantins,
com uma pequena população de cerca de 2.700 habitantes, sua origem esta ligada
com a exploração do ouro no que era o antigo norte goiano. É com o garimpo de
ouro na região que surgi o povoado de Lajeado, que com o desmembramento da
região do estado de Goiás e a criação do estado do Tocantins em 1988, torna-se
no inicio da década de 1990, município.
A cidade fica rodeada de serras, em especial a serra do
Lajeado que se estende por quilômetros e o morro do segredo, que tem esse nome
devido aos relatos de moradores que dizem observar durante a noite luzes
misteriosas no alto do morro. A cidade de Lajeado também a banhada pelo rio
Tocantins, fonte de sobrevivência a muitas famílias que vivem da pesca e pelo
córrego Lajeado que atrai turistas de varias partes do país em busca de
descanso da vida estressante dos grandes centros.
As cordilheiras de
serras de um lado a outro da cidade, as lajes de pedras por todo o território,
nos faz pensar tal como aponta alguns estudos que há séculos atrás por essas
bandas passou o mar. Como também as pinturas rupestres encontradas na serra do
lajeado nos dá a certeza que essa região era habitada por povos nômades á
milhares de anos atrás, muito antes do surgimento do garimpo.
Mas essa belíssima região que tem na sua fonte inesgotável
de água a principal riqueza, guarda também nessas misteriosas águas, um grande
segredo, segredo este já mais revelado. Segredo este que tem levado muitas
vidas de turistas e moradores locais que buscam relaxar nas águas límpidas e
cristalinas tanto do rio Tocantins, mas, sobretudo na ilha verde no córrego
Lajeado.
Várias vidas se perderam nas águas hora mansa hora
caudalosa, tanto em período de seca como no período chuvoso. Todas essas mortes
aconteceram de forma inexplicável. As pessoas simplesmente se afogam e somem,
sendo seus corpos encontrados dias depois já sem vida. Os moradores mais
antigos da cidade contam historias de espíritos que vagam pela ilha, espíritos
do mal que se alimentam de alma e que vivem no pé da cachoeira, que de quando
em quando surgem sedentos de fome e leva uma vida.
No entanto ninguém consegue explicar esse mistério, qual a
origem desse segredo, apenas afirmam que desde que aquele local que antigamente
era um brejo de buriti, pouco desbravado e que tempos depois foi destruído para
construir-se a ilha verde, pessoas quase todos os anos desaparecem naquelas
águas.
Lajeado quem tem em sua fonte de água inesgotável sua maior
riqueza, a cada ano tem nessas mesmas águas a sua decadência, as mortes
seguidas de alguns anos para cá, amedrontam os turistas e expulsa os moradores
que vagam para outros cantos em busca de uma vida melhor, já que a cidade não
tem estrutura para muitas famílias viverem dignamente.
Se o povo de Lajeado não descobrir o segredo que cerca a
cidade, ela entrará em decadência, juntamente com seu povo. E o que hoje é uma
bela cidade tornara-se uma grande ruina. Se for verdade que a ilha verde é
habitada por espíritos. Quem são estes espíritos? O que eles querem? O que
fazer para que eles vão embora? Essas respostas devem ser respondidas
rapidamente, antes que os espíritos que ocupam toda a ilha se estendam por toda
a cidade.
A Ilha dos Espíritos , por Pedro Ferreira Nunes
Poema: Velha Chácara
Velha chácara
A dona Julia e seu Josias.
As casas já não existem,o galinheiro,
o fogão caipira,
a roça de milho,
o quintal onde plantávamos mandioca,
a cacimba onde pegávamos água.
Já não existe a oficina onde fazíamos farinha,
o brejo de buriti, e o coqueiral também,
a Priscila, a pretinha, o hulk e o spike.
A chácara já não existe,
pacas, cotias, catingueiros.
A velha chácara onde cresci,
já não existe.
Existem apenas os pés de manga,
sob as crateras abertas
pela construção da usina hidrelétrica.
Os pés de manga sobreviveram,
mas muitos que ali viveram,
já não sobrevivem.
*Pedro Ferreira Nunes
terça-feira, 10 de dezembro de 2013
Breve reflexão a cerca do IV congresso nacional do PSOL
Por Pedro Ferreira Nunes
Estivemos presente no IV congresso nacional do Partido
Socialismo e Liberdade – PSOL realizado entre o dia 29 de novembro e 1º de
dezembro de 2013 no entorno de Brasília. Infelizmente como prevíamos a ala a
direita do partido representada pela Unidade Socialista sagrou se como maioria
do partido, vitória esta que se deu graças a fraudes cometidas, sobretudo em
estados como Amapá, Mato Grosso, Tocantins e Rio de Janeiro, sendo que a
direção majoritária do PSOL representada pela Unidade Socialista passou por
cima de decisões regionais no caso do Rio e de Palmas.
Quando fomos para o congresso sabíamos das dificuldades que o
setor consequente e coerente do partido representado pelo Bloco de Esquerda
teria para se tornar direção majoritária do PSOL, sobretudo se as fraudes que
aconteceram no processo congressual fossem aceitas. Mesmo assim fomos, pois
tínhamos a esperança que um milagre pudesse acontecer e nossa militância
aguerrida pudesse reverter o quadro interno.
Mas ao final a ala que tem levado o PSOL a se tornar a passos
largos um novo PT, isto é - Um partido vendido, entregado as elites burguesas
desse país. Sagrou-se maioria, e o que é pior aprovando como candidato a
presidente do Brasil pelo PSOL o que há de pior hoje no nosso partido – Randolf
Rodrigues senador pelo estado do Amapá conhecido por fazer alianças inclusive
com partidos da extrema direita.
Por tanto não há o que se comemorar, a não ser lamentar que a
atual direção majoritária esteja levando o PSOL a passos largos a sua completa
degeneração.
O Bloco de esquerda
vacilou quando deveria radicalizar
A postura inicial do Bloco de Esquerda em não aceitar as
fraudes cometidas pela ‘Unidade Socialista’, foi importante, inclusive a
ocupação da mesa que dirigia os trabalhos do congresso pela base de luta do
PSOL representada, sobretudo por um amplo setor da juventude.
A ocupação que culminou com a retirada da ‘Unidade
Socialista’ do plenário foi com certeza o momento mais significativo, e que nos
deu muito orgulho de militar ao lado de camaradas tão aguerridos. Esta ocupação
nos fez lembrar as jornadas de junho, os levantes no norte da África, a greve
geral na Europa, a juventude estudantil no Chile, o movimento ocupa nos EUA
entre outras mobilizações recentes da classe trabalhadora que tinha o frescor e
entusiasmo da juventude na linha de frente.
Como gritos de “Eu sou Psol, não abro mão, do socialismo e da
revolução”. Avançamos e não houve ninguém que conseguisse nos barrar.
Mas infelizmente a direção do Bloco de Esquerda recuou,
aceitando as condições da Unidade Socialista – Isto é, aceitando as fraudes
cometidas. E assim desmobilizando a base que estava disposta há não deixar
passar os burocratas da Unidade Socialista e sua política stalinista. Pois se
tivesse havido uma plenária do Bloco de Esquerda com certeza a base de todas as
correntes teriam optado pelo enfrentamento. Assim a direção das correntes que
compõem o Bloco de Esquerda mostrou que não está a altura da base que dirige. E
talvez provou que não esteja também a altura de dirigir o partido, pelo menos o
partido que muitos de nós sonhamos e lutamos para construir.
– Palavra apenas não
basta camaradas, ações sim, é isso que define o que queremos.
O Psol degenerou? Não
esta mais em disputa? – O que fazer então?
Essas perguntas têm circulado na minha cabeça desde o dia 1º
de dezembro, e acredito que não só na minha, mas em boa parte dos militantes do
PSOL Brasil afora. Até o momento não consegui responder nenhuma delas. Há
aqueles que acreditam que já deu que o Psol degenerou de vez e que por tanto
não há por que continuar. Por outro lado tem os que acreditam que o Psol esta
em disputa e que é necessário continuar disputando os rumos do partido. E há os
como eu, que não sabe ainda o que fazer - Se sai ou se fica.
Os que defendem a permanência no PSOL pode falar que a
maioria conquista pela Unidade Socialista foi mínima, por exemplo, na executiva
nacional é de apenas um membro, como também que em vários estados e municípios
é esquerda do partido que dirige e por tanto o quadro interno pode mudar. Já os
que defendem a saída do partido pode argumentar que se quer temos unidade entre
nós do Bloco de Esquerda, ou mesmo - Será se o bloco ainda existe?
Outro dilema importante que devemos responder é – Sair do
PSOL e ir para onde? Existe alguma organização da classe trabalhadora que não é
cheia de contradições? São respostas também que não sei responder, mas que
devemos refleti-las profundamente.
Por fim devemos debater e refletir profundamente qual decisão tomar em relação a nossa militância ou não no PSOL, no entanto devemos tomar cuidado com decisões precipitadas que possam nos levar ao isolamento e a uma maior fragmentação de uma esquerda que já é tão fragmentada.
quinta-feira, 28 de novembro de 2013
Partido Socialismo e Liberdade - Balanço e Perspectivas
“Se o presente é de luta o futuro nos pertence.”
Che Guevara
O Partido Socialismo e
Liberdade – PSOL tem passado uma crise interna profunda, crise esta que podemos
considerar a maior desde o seu surgimento. O partido hoje esta dividido em dois
blocos - O Bloco de Esquerda que defende um partido com caráter classista,
inserido nos movimentos populares e na luta da classe trabalhadora e do outro
lado a Unidade Socialista que se move pelo pragmatismo eleitoral, defendendo
alianças espúrias com partidos da burguesia, e que empurra o PSOL a cometer os
mesmos erros cometidos pelo PT.
A situação a nível nacional
infelizmente é reproduzida na maioria dos estados onde o PSOL esta presente –
Uma disputa fratricida pela direção do partido objetivando apenas a dominação
do aparato partidário para disputa eleitoral. No Amapá e no Tocantins, por
exemplo, o partido corre grave risco de ser dado de mão beijada para a
burguesia local. Alianças com partidos da burguesia como DEM, PTB, PSD entre outros
no Amapá e ocupação de cargos e apoio ao governo do PP em Palmas comprovam este
absurdo.
Diante dessa realidade a
direção nacional do PSOL (majoritária) tem se comportado ora de forma omissa,
ora de forma autoritária e golpista, passando por cima das instancias regionais
e desrespeitando a democracia interna.
As vésperas do IV congresso
nacional do PSOL é chegado o momento de definirmos qual o rumo que o partido
assumirá, se é o lado da classe trabalhadora, apoiando, orientando e
fortalecendo suas lutas, mantendo acesa a chama do socialismo, resgatando e
lutando pelas bandeiras históricas que milhares de camaradas morreram
defendendo. Ou se tornará mais um partido da ordem que se move meramente pela
logica eleitoral, fazendo alianças espúrias com a burguesia, aceitando dinheiro
de empresas privadas, que passa por cima das instancias partidárias e da
democracia interna.
O PSOL surgiu do sonho de
milhares de camaradas que não se venderam e nem se corromperam diante da
degeneração do PT, mas este sonho infelizmente tem virado um pesadelo. É preciso
retomar o partido para o caráter com que ele foi fundado, e ele não foi fundado
para ser um novo PT, ao contrario, por tanto enfrentemos mais essa batalha. Por
aqueles que derramaram seu sangue na luta por um mundo justo e solidário como
também por aqueles que resistem bravamente aos ataques do capital – Construamos
um instrumento politico partidário do povo, com o povo e para o povo!
PSOL-TO:
A luta pela construção de um instrumento de luta a serviço da classe trabalhadora
tocantinense.
O PSOL-TO nasce tal como no
resto do país – Um grupo de militantes socialista descontentes com os rumos do
PT funda o partido no estado. Em 2006 o lançamento da candidatura do Prof.
Paulo Henrique ao governo do Tocantins pelo PSOL é um marco histórico, sendo a
primeira candidatura assumidamente de esquerda ao governo do Tocantins.
No entanto após o processo
eleitoral de 2006, o grupo que dirigia o partido no estado acabou se afastando,
diante disso o PSOL no estado tornou-se praticamente inexistente, o novo grupo
que assumiu o partido não conseguiu dar continuidade ao mesmo, abandonando o
barco logo depois, apenas um grupo de militantes continuava reivindicando o
partido que na prática não tinha quase nenhuma intervenção.
Passado um tempo um grupo de
militantes retoma a construção do PSOL-TO em especial em Palmas. Inclusive
conseguindo em 2012 lançar à candidatura de Aberlado a prefeitura da capital
tocantinense bem como uma chapa de candidatos a vereadores. No entanto um espaço
que poderia ser usado para construção e fortalecimento do PSOL-TO acabou sendo
um desastre. Brigas internas, disputas fratricidas pela direção do partido,
entre outras graves denuncias bem como uma campanha sem orientação,
individualista e pobre politicamente nada contribuiu para construção do PSOL e
muito menos para o fortalecimento das lutas da classe trabalhadora, a não ser
no sentido do que não deve ser uma campanha socialista.
Novamente no inicio de 2013
tenta-se retomar a construção do partido no estado, através de uma intervenção
do diretório nacional do PSOL, destitui-se a direção anterior do partido e
forma-se uma nova direção provisória do PSOL-TO. No entanto, a reunião que
deliberou pela composição de uma nova direção do PSOL-TO foi marcada por um
clima que mostrava um sentimento de construir um instrumento de fato a serviço
da classe trabalhadora tocantinense tão sofrida e vilipendiada, clima este
trazido, sobretudo por um grupo de novos militantes conhecidos por uma atuação
coerente e consequente na luta por educação de qualidade em Palmas e no resto
do estado.
Mas nem tudo eram flores,
nesta mesma reunião ficou evidenciado que havia no estado uma briga
simplesmente pelo aparato partidário, pela direção do partido, o que iria
continuar, já que a nova direção provisória não saíra tal como planejado pela
direção nacional majoritária do PSOL.
A eleição de Bernadete Aparecida Ferreira
militante feminista e de movimentos populares pela maioria dos militantes
presentes não agradou a um grupo de filiados antigos do partido e muito menos a
direção majoritária do partido a nível nacional, o que logo fez com que se
instalasse no estado a mesma disputa que estava sendo travada a nível nacional.
Sobretudo por que começou a surgir às tendências tanto ligadas ao Bloco de
Esquerda (CSOL, LSR e Independes) como a Unidade Socialista (Dissidência da APS
e independentes), o que não existia até então no PSOL-TO.
Mesmo
com as divergências e disputas internas o PSOL avançou no Tocantins
O ano de 2013 será marcado por
um aumento significativo das lutas e mobilizações dos movimentos populares por
todo o Brasil. - No Tocantins não foi diferente, diversas lutas foram travadas
tendo, sobretudo o movimento campesino dos sem terras, os trabalhadores sem
teto, os professores, o movimento feminista e a juventude do movimento
estudantil nas jornadas de junho como protagonistas.
A militância do PSOL-TO se
fez presente nessas lutas e mobilizações desempenhando um papel fundamental -
Orientando, construindo e fortalecendo a luta do movimento popular do campo e
da cidade no Tocantins. Elaborando artigos políticos, moções de apoio e
materiais de propaganda, colocando suas inserções no rádio e na tv a serviço
das lutas do movimento popular.
O PSOL-TO conseguiu também
minimamente avançar em uma agenda de reuniões periódicas, realizar atividades
de formação para sua militância, como também ocupar mesmo que de forma ainda
precária as redes sociais e assim avançar na politica de comunicação e
organização do partido no estado.
O PSOL avançou na política
de interiorização do partido. - No inicio de 2013 contávamos apenas com um
núcleo central presente em Palmas, mas ao longo do ano foi possível reativar
alguns diretórios municipais de cidades como Araguaína, Gurupi, Colinas entre
outras como também avançar para municípios que o partido ainda não tinha
atuação.
É inegável que o PSOL-TO deu
um avanço qualitativo no ultimo período mesmo com toda a falta de estrutura
como, por exemplo, de uma sede e de um funcionário político liberado para ficar
por conta do partido e também a falta de envolvimento de todo o conjunto do
PSOL, pois infelizmente um setor do partido ligado a Unidade Socialista
preferiu priorizar o inchamento do partido com filiações sem nenhum critério
objetivando apenas a disputa interna repetindo assim uma prática que tem sido
feita por esse bloco em todo o país.
Avançamos
mas é possível avançar muito mais!
É inegável o avanço
quantitativo e qualitativo que o PSOL-TO teve neste ano de 2013, tanto relativo
à construção do partido como na intervenção concreta da luta da classe
trabalhadora tocantinense. Apesar dos pesares, como se diz por essas bandas do
norte. - O PSOL tem conseguido se tornar uma referencia de luta consequente e
coerente, no entanto esse status pode está ameaçado.
Políticos carreiristas e
oportunistas querem fazer do PSOL mais um partido de aluguel, tal como tantos
outros que existem por aqui, ou simplesmente querem o partido para alcançarem
ambições pessoais. – E o pior de tudo isso é que este setor que hoje se
organiza na Unidade Socialista conta com o apoio da direção majoritária do PSOL
a nível nacional.
O fato é que diante da
realidade e da necessidade da classe trabalhadora tocantinense bem como da
capacidade da militância aguerrida do PSOL –Avançou se muito pouco, era
possível avançar bem mais na construção do partido e na intervenção na luta de
classes no Tocantins.
No entanto enquanto não
superarmos a crise interna no partido, sobretudo no processo de disputa interna
instalada com a realização do IV Congresso do PSOL em que se definirá a nova
direção do partido e também a linha politica prioritária assumida por este,
continuaremos sem avançar, isto é, para um passo que damos a frente, recuamos
dois para trás.
As
perspectivas para o PSOL-TO
Mesmo cansativa e
desgastante a luta interna dentro do PSOL contra o burocratismo e a degeneração
deve ser encarada como uma tarefa revolucionária. Nesse sentido precisamos
continuar a batalha interna pela retomada do PSOL com um caráter classista,
revolucionário e anticapitalista. No Tocantins um estado onde a classe
trabalhadora é extremamente explorada, vilipendiada e carente de organizações
de luta que a organize e lute pelos seus direitos essa necessidade ainda é mais
fundamental.
Travar a luta interna neste
momento dentro do PSOL que é tão fundamental não significa que tenhamos que
abrir mão de intervir e atuar na luta concreta da classe trabalhadora. Como por
exemplo, no Tocantins é preciso combater o governo Siqueira que esta a serviço
do agronegócio exportador, de mega empresários e especuladores, como também
combater o governo Amastha a frente da prefeitura de Palmas e todos os governos
municipais a serviço da burguesia.
É preciso consolidar um
bloco de esquerda programático no PSOL-TO que esteja inserido nos movimentos
populares e demais organizações da classe trabalhadora. É fundamental darmos a
batalha para construção de um Fórum permanente de luta dos movimentos populares
tocantinenses no próximo período para rechaçarmos os ataques de patrões e
governos contra as trabalhadoras e trabalhadores tocantinenses.
Continuemos por tanto
lutando para que o PSOL tanto a nível nacional como regional seja um
instrumento de luta a serviço da classe trabalhadora, mas não devemos esquecer
- O partido não é um fim em si, deve esta por tanto a serviço da classe
trabalhadora e não o contrario. Devemos por tanto fazer uma analise profunda
dos rumos que nosso partido esta seguindo, se o mesmo já não corresponde à
causa que defendemos, não devemos temer e buscar construir novas ferramentas.
Lajeado
– 28 de Novembro de 2013.
Pedro
Ferreira Nunes - É Educador Popular, Bacharel em Serviço
Social, militante do Bloco de Resistencia Socialista, da Corrente Liberdade,
Socialismo e Revolução – LSR tendência interna do Partido Socialismo e
Liberdade - PSOL e do Comitê por uma Internacional dos Trabalhadores - CIT.
sexta-feira, 22 de novembro de 2013
A morte por aqui é um fenômeno raro, mas ela chegará para todos!

Ontem fomos surpreendidos
com duas mortes na cidade. Há muito tempo que não sentia um clima tão profundo
de tristeza e dor que a morte de uma pessoa amada nos trás. Foi impossível não
sentir também, mesmo que os dois mortos não eram próximos a mim, um deles eu se quer conhecia.
Nos últimos 8 anos que morei
em uma grande capital era normal nos depararmos no cotidiano com a morte.
Dificilmente havia um dia que não ouvíamos noticias acerca de vários
homicídios, sobretudo de jovens que tinham suas vidas interrompidas brutalmente.
Uma rotina totalmente
diferente da pequena cidade do interior onde cresci e que a morte de qualquer
pessoa sempre era sentida profundamente, pois se não era parente de alguém, era
um amigo ou uma pessoa muito conhecida, assim independente de quem fosse ou de
sua origem a cidade toda ficava de luto.
Mas com uma rotina tão dura
na grande capital, onde se mata por questões tão banais, a vida do ser humano
também vai sendo banalizada, bem como sua morte. Tanto que muitas vezes quando
um jovem negro da periferia é assassinado, muitos comemoram, sobretudo se o
mesmo já teve alguma passagem pela policia apenas por ter fumado um cigarro de
maconha.
As mortes viram apenas
estatísticas e os mortos se tornam apenas números, não tem rosto, não tem nome,
não tem famílias. Muitas vezes se quer tem um velório digno. Simplesmente
desaparecem jogados em uma vala qualquer ou queimados em algum matagal.
No interior a morte é um
fenômeno raro, sobretudo dos mais jovens. Geralmente se morre de velhice ou
muito raramente de acidente. Assassinato é algo raro, muito raro. Assim
qualquer pessoa que morre é sentido por todos profundamente, a cidade fica em
luto e mesmo o mais insensível dos insensíveis não pode deixar de sentir.
Eram ainda tão jovens e
cheios de vida, morreram em circunstancias diferentes e em lugares distintos,
mas no mesmo dia, na mesma cidade. Uma tragédia, uma comoção geral. Sentimos
profundamente, refletimos acerca da nossa fragilidade enquanto seres humanos,
imaginamos todo o sofrimento de seus familiares.
Perdas tão trágicas para uma
cidade não serão esquecidas assim do dia pra noite, por muito tempo haveremos
de falar sobre nossos defuntos, até que outros viram substitui-los. Demorara
muito, pois a morte por aqui é um fenômeno raro, mas ela chegará para todos
nós.
Por mais que tentamos é
difícil encara-la, mesmo sabendo que teremos de fazê-lo em algum momento. Que
os versos de Manoel Bandeira nos ajude.
CANÇÃO PARA A MINHA
MORTE
Bem que filho do Norte
Não sou bravo nem forte.
Mas, como a vida amei,
Quero te amar, ó morte
— Minha morte, pesar
Que não te escolherei.
Do amor tive na vida
Quanto amor pode dar:
Amei não sendo amado,
E sendo amado, amei.
Morte, em ti quero agora
Esquecer que na vida
Não fiz senão amar.
Sei que é grande maçada
Morrer mas morrerei
— Quando fores servida —
Sem maiores saudades
Desta madrasta vida,
Que todavia amei.
segunda-feira, 11 de novembro de 2013
Lançamento de Livro - A ilha dos Espiritos
Apresentação
A inspiração
para escrever esse romance partiu de uma conversa que tive com meu amigo
Denílson o qual carinhosamente chamávamos de Joh. Era o mês de maio em Lajeado
e um turista havia morrido afogado. No dia posterior a este acidente quando eu
e o Joh passávamos pela ilha verde conversávamos sobre as mortes que aconteciam
por ali, quando ele falou – “Daria para escrever um livro sobre essas mortes
que acontecem aqui, acontece coisas estranhas nesse local, há um grande
mistério.” Concordei prontamente com ele.
Nesse mesmo
ano, 2004, comecei a rascunhar o que seria A ilha dos espíritos, as conversas
que tive com meu amigo joh que me relatou alguns fatos misteriosos visto nas madrugadas
da ilha verde bem como posteriormente com uma amiga chamada Lidiane que também
me relatou estes fatos, serviram de inspiração e foram usados na elaboração do
mesmo, assim Joh e Lidiane os quais eu os homenageio dando nomes a personagens
desse romance tiveram papel fundamental na elaboração deste livro.
O livro por
tanto conta a historia de três jovens – Bia, Lidiane e Raquel que saem de
Goiânia para passarem férias no Tocantins, se junta a elas um jovem Lajeadense
que também mora e estuda em Goiânia e um jovem hippie vindo do sul do país.
Em meio a
uma natureza belíssima os jovens se encantam pelo lugar, se apaixonam, se amam
e vivem aventuras inesquecíveis. Até que descobrem que estão em um lugar cheio
de segredos e mistérios, os quais devem descobrir antes que mais pessoas percam
suas vidas naquelas águas misteriosas da ilha verde ou A ilha dos espíritos.
O romance é
fictício, no entanto como pano de fundo é utilizado lendas e historias da
região contada pelos moradores mais antigo da cidade. Assim pensamos esta
contribuindo para o resgate histórico, cultural e folclórico da cidade de
Lajeado e dessa região riquíssima em causos e contos populares que muitas vezes
se perdem com o tempo.
Estes causos
e contos populares contados como verdadeiros povoaram a minha infância e de
muita gente que nasceu e cresceu por essas bandas do norte. Creio como
extremamente importante preservamos essas historias populares, riquezas
culturais do nosso povo.
O autor
https://clubedeautores.com.br/book/154519--A_ilha_dos_Espiritos#.UoEi63A3sqM
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