quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Poema - Pescador

Camarada pescador
Que trazes no teu jacá?

Pirarara,
Pacu,
Curimatá?

Que trazes no teu jacá?

Facão,
Jau,
Tracajá?

Que trazes no teu jacá?

Mandi moela,
Cabeça de bagre,
Carcará?

Camarada pescador
já não pode mais pescar,
A fiscalização não deixa
nem mesmo pra se alimentar.
Mesmo assim tu insistes
e os consegui driblar.

Por tanto me diga camarada
O que trazes no teu jacá?

Caranha,
Tucunaré,
Mampará?

O que trazes no teu jacá?

Cachorra,
Ladina,
Caracará?

Que trazes no teu jacá?

Eles destroem o rio construindo barragens,
Tu não podes nem pescar,
Nem pra tua subsistência,
Nem mesmo pra se alimentar.

E o pescador me responde:

- Trago no jacá a esperança
Que dias melhores virão
Que parem de destruir o Tocantins
pois muitos peixes estão entrando em extinção.

Pobre pescador, pobre pescador,

Que doce ilusão.

*Por Pedro Ferreira

Ocupação 'Pinheirinho Vive' - Palmas - TO (+playlist)

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Máfia dos lotes no Tocantins – Por uma CPI na assembleia legislativa para investigar a doação e venda de areás públicas no Tocantins



Carro de empresario que denuncio o esquema foi queimado
“Não há lotes para construir moradias populares para combater o déficit habitacional no estado, mas há para doar para empresários e aliados políticos sim.”

Por Pedro Ferreira


No ultimo dia 04 de setembro o ministério público federal denunciou um esquema de venda de lotes onde procuradores, empresários e gestores estão sendo investigados. As negociações causaram um prejuízo de R$ 50 milhões ao estado. Foram negociados de forma irregular cerca de600 lotes.


“O MPE explicou como funcionava o esquema da "máfia dos lotes", termo usado pelos promotores. Os terrenos públicos, que na época eram administrados pela antiga Companhia de Desenvolvimento do Estado do Tocantins (Codetins), eram dados em troca de favores políticos ou adquiridos por servidores e gestores públicos, que utilizavam das facilidades do cargo, para facilitar a aquisição dos terrenos. Neste caso, laranjas eram usados para não levantar suspeitas.”

 

Infelizmente esta é uma prática histórica dos governos tocantinenses, diversos terrenos públicos tanto no campo como na cidade são doados para aliados em troca de apoio político. Ora e outra esses absurdos vem à tona, no entanto até o momento os responsáveis por esses crimes não são punidos, ao contrario, em vez de corrigir se legaliza. Um dos casos mais conhecido é o que envolve a senadora Katia Abreu acusada de grilar terra de camponeses na região norte do Tocantins.

 

Essa prática não é exclusiva apenas do governo estadual, nos municípios também vemos essa politica em ação. Recentemente em um artigo intitulado ‘Por uma politica habitacional para quem de fato necessita em Lajeado’ podemos ver a politica de doação de lotes e casas populares para pessoas que não necessitam, deixando de lado famílias que estão em uma situação de maior vulnerabilidade social, demostrando assim uma clara ação de compra de apoio político e troca de favores. No primeiro semestre de 2013 também vimos denuncia de doação de lotes irregular na gestão do prefeito Raul Filho (PT) entre 2004 a 2012 na prefeitura de Palmas.

Enquanto milhares de famílias tocantinenses continuam vivendo em condições precárias, sem um teto para morar. O governo criminosamente doa  áreas públicas em troca de apoio politico. Vemos por tanto que a questão do déficit habitacional no Tocantins não é resolvida por falta de vontade politica, pois áreas e recursos públicos para construir moradias populares existem.

Vamos ver qual vai ser a postura do secretario de regularização fundiária Irajá Abreu frente a este processo, esperamos que este crime não seja legalizado mais uma vez como tantos outros casos. No entanto não tenhamos ilusão à nomeação de Irajá Abreu para esta pasta já foi com o objetivo de regularizar a grilagem de terra no estado. A classe trabalhadora tocantinense, sobretudo os movimentos de luta por moradia popular devem ficar atentos e não vacilar.

Exigimos por tanto:

1-         Que o governo estadual, municipais e o ministério público suspenda imediatamente a doação de todos os lotes doados para empresários e aliados políticos;
2-         Destinação desses lotes e outras áreas públicas para construção de moradias populares para as famílias sem teto;


3-         Instalação de uma CPI da máfia dos lotes para investigar a doação de lotes públicos por parte do governo estadual  e a venda desses lotes por autoridades públicas e empresários na assembleia legislativa bem como punição a todos os responsáveis por tais práticas.

*Fonte: G1 Tocantins

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Ruralistas, médicos cubanos e trabalho escravo

Deputado Ronaldo Caiado (DEM/GO)
Por Pedro Ferreira

Entre os mil argumentos levantados pela direita reacionária contra a vinda de médicos cubanos para atuar no programa ‘Mais médicos’ lançado pelo governo federal, um me chamou bastante atenção – O de que os médicos cubanos serão submetidos a condições análogas ao trabalho escravo.

Foi durante a primeira audiência pública convocada pela câmara dos deputados na ultima quarta-feira (04/09) para debater o programa - O deputado e médico Ronaldo Caiado (DEM-GO) figura histórica da UDR (União Democrática Rural) importante líder da bancada ruralista subiu na tribuna para condenar a vinda de médicos cubanos alegando que os mesmos irão atuar em regime de escravidão. Pois ao contrario dos médicos de outros países, os cubanos receberam apenas parte dos salários, o restante do recurso será enviado para o governo cubano.

O deputado federal Ronaldo Caiado ao protestar com veemência contra o trabalho escravo ao qual segundo ele serão submetidos os médicos cubanos nos revela a face hipócrita da burguesia brasileira – Pois este mesmo deputado que agora se mostra defensor dos direitos humanos participa da bancada ruralista que foi responsável por fazer com que os trabalhos da CPI do trabalho escravo que investiga a utilização de mão de obra no regime análogo ao da escravidão, sobretudo em grandes propriedades de terra acabassem em pizza. 

Os ruralistas recusaram-se a colocar no relatório da CPI o termo trabalho escravo, o que fez com que o setor oposicionista aos ruralistas apresentasse um relatório paralelo. A atitude dos ruralistas de não reconhecer o trabalho escravo, sobretudo em grandes propriedades rurais é no sentido de dificultar e combater a proposta de lei que destina áreas que utilizam mão de obra escrava para o programa de assentamento de famílias sem terra já aprovado na câmara.

Qual o conceito de trabalho escravo tem o nobre deputado Ronaldo Caiado?

Os ruralistas, grupo do qual o nobre deputado Ronaldo Caiado é um dos principais lideres – Não aceitam qualificar como trabalho escravo o trabalhador encontrando trabalhando em condições desumanas, sobretudo em grandes propriedades de terra, pois os dados que investigam a utilização de mão de obra análoga à escravidão no Brasil aponta que os principais focos estão no campo, sobretudo na região norte do Brasil, o ultimo levantamento apontou os estados do Pará e Tocantins como os campeões de casos de utilização de mão de obra escrava.

Estes trabalhadores são submetidos a condições de trabalho insalubres, sem alimentação adequada, alojamento, assistência médica como também sem direitos trabalhistas como salário mínimo, férias, decimo terceiro entre outros. Na maioria dos casos os trabalhadores são privados de sua própria liberdade, sendo obrigados a se submeter a este tipo de trabalho sub a ameaça de jagunços armados. No entanto para os ruralistas isto não é trabalho escravo, ao contrario eles utilizam abertamente desse tipo de exploração da classe trabalhadora campesina com a anuência do estado.

Por trás do discurso hipócrita de defesa dos direitos humanos da direita reacionária representada pelo discurso do deputado Ronaldo Caiado esta o interesse de manutenção da ordem vigente. De privilégios e regalias para os setores abastardo da sociedade, da concepção mercadológica da saúde, educação entre outros serviços públicos fundamentais para a população.

Não nos iludamos não será o programa ‘Mais médicos’ que fará com que tenhamos uma saúde pública de qualidade, no entanto não podemos negar a sua necessidade em um país onde mais de 700 municípios não tem se quer um médico atuando na saúde preventiva. Mas além de médicos são necessário hospitais estruturados, aparelhos e profissionais preparados, é necessário também à descentralização dos serviços de saúde e acima de tudo combater a logica mercadológica desde a formação do profissional, pois ninguém pode lucrar com a doença do outro, precisamos fortalecer o SUS e não privatiza-lo.

Aqueles que se colocam contra o programa, em especial a vinda de médicos cubanos continuaram procurando argumentos absurdos tal como esta de que os cubanos serão submetidos a trabalho escravo, o que é uma inverdade, mas esses senhores que ao longo da nossa historia construíram suas riquezas e privilégios através da exploração, da alienação e da opressão do povo não tem a sinceridade como uma virtude.


Que seja bem vido ao nosso país os médicos cubanos que dão um exemplo extraordinário de solidariedade internacionalista atuando em mais de 56 países. Fazendo um belíssimo trabalho humanitário sem visar o lucro, e é por isso que parte dos salários desses médicos vai para o governo cubano investir na formação de novos profissionais e o no desenvolvimento da medicina cubana. Medicina esta que não esta a serviço apenas do povo cubano, mas de todos os povos do mundo que dela necessitar.

*Pedro Ferreira é Educador Popular, Bacharel em Serviço Social, militante do Bloco de Resistência Socialista e do PSOL-TO.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Meu poema

*Por Pedro Ferreira

Meu poema é como um coquetel molotov
Surge da indignação contra as injustiças
Arma da luta anticapitalista!
Que meus versos sejam como as chamas 
dos coquetéis molotov
E possam incendiar corações e mentes
Despertando o povo para revolução comunista!

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Conjuntura Política no Tocantins

Cresce a luta e resistência do movimento popular tocantinense contra a politica hegemônica de favorecimento ao agronegócio, especulação imobiliária, sucateamento e entrega dos bens públicos á empresários.

*Por Pedro Ferreira
O ano de 2013 será um marco para historia da luta do movimento popular tocantinense, pois desde sua criação nunca houve um numero tão grande de mobilizações e luta denunciando as mazelas políticas no Tocantins bem como exigindo nossos direitos negados historicamente. Apenas no primeiro semestre varias ações foram realizadas tendo como protagonista os movimentos de campesinos sem terra, dos trabalhadores sem teto e no ultimo período a juventude do movimento estudantil que inspirados com as grandes mobilizações realizadas em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre e Goiânia tomam as ruas das principais cidades tocantinenses lutando por direitos.

Um marco nessas mobilizações tem sido a ação conjunta de diversos movimentos construindo assim uma importante unidade na luta daqueles que atuam contra a politica hegemônica de favorecimento ao agronegócio, especuladores e grandes empresários. Sobretudo o movimento sem teto e os sem terra que tem dado um exemplo fundamental para o conjunto das organizações populares no Tocantins.

Podemos apontar, por exemplo, a marcha unificada dos movimentos tocantinenses do campo e da cidade realizada no dia 30 de abril em Palmas, segundo a coordenação dos movimentos essa foi à primeira marcha unificada da historia do Tocantins. A mesma percorreu a avenida principal de Palmas (Av. JK) e teve como ponto alto a ocupação da assembleia legislativa.

A marcha teve importante repercussão e contribuiu para o fortalecimento da luta do movimento popular, pautando a questão da reforma agrária e urbana que não tem avançado a nível regional como também nacional. Denunciaram e protestaram pelo fim do auxilio moradia aprovado pelos deputados estaduais para conselheiros do TCE, MPE, TJ e também para os próprios deputados estaduais. Também protestaram contra a nomeação do deputado ruralista Irajá Abreu, para gerir a pasta de regularização fundiária no estado, o que segundo os movimentos campesinos essa ação legaliza a grilagem de terra no Tocantins. Mas também a marcha unificada sofreu com tentativa de criminalização por parte de setores conservadores da política tocantinense, através do deputado siqueirista José Bonifácio (PR) que qualificou as trabalhadoras e trabalhadores de babacas e bandidos.

Essa marcha foi um exemplo importante para todas as organizações sindicais e populares no Tocantins, apesar das organizações sindicais não terem jogado o peso necessário como também o movimento estudantil. No entanto foi à primeira iniciativa concreta de amplo dialogo e busca de unidade das organizações do campo e da cidade. Os movimentos mostraram disposição para o enfrentamento do poder politico hegemônico no estado e inspiraram outras manifestações, ocupações e mobilizações em diversas cidades do estado.

Outra importante marcha foi a dos povos indígenas do Centro Oeste, que também percorreu a JK seguindo rumo à assembleia legislativa. Os povos indígenas têm resistido bravamente aos ataques de latifundiários, da bancada ruralista e do governo brasileiro que tem usurpado suas áreas e criminalizado suas lutas, sobretudo no Centro Oeste.

No Tocantins não é diferente, há uma grande presença de comunidades indígenas e um agronegócio que tende a avançar sobre seus territórios com o apoio do governo federal e estadual. Por tanto é fundamental fortalecermos a organização e resistência dos povos indígenas tocantinenses e de todo o Brasil.

A crescente onda de violência contra os indígenas, o desmantelamento da FUNAI (Fundação Nacional do Índio), as alterações do código mineral que estão sendo proposta, a articulação dos ruralistas no congresso nacional para provação da PEC 215 foram alguns dos temas debatidos neste encontro que mostrou a necessidade da articulação dos povos indígenas para rechaçar esses ataques por parte do governo em favorecimento ao agronegócio.

Esse encontro mostrou que os povos indígenas têm resistido bravamente como também tem tentado se articular e se organizar para enfrentar o ataque por parte do agronegócio. Assim os povos indígenas brasileiros tem dado importante exemplo de resistência e luta pelos seus direitos negados e usurpados ao longo dos anos. Bem como não se amedrontam com a crescente onda de violência desencadeada por latifundiários com apoio do estado brasileiro contra seus territórios. Violência que não é novidade ao longo da nossa historia e que, mas do que nunca deve ser combatida com veemência, é preciso parar o genocídio dos povos indígenas já.

A Luta camponesa por reforma agrária e justiça no campo

No campo o movimento campesino de luta pela terra tem feito importantes ações. Por exemplo, em março as mulheres camponesas fizeram uma importante jornada de luta paralisando a BR 153 e ocupando a fazenda da família da senadora Kátia Abreu utilizada como laboratório de plantação de muda de eucalipto. Fazenda essa que sofre processo na justiça devido a crimes ambientais.

O acampamento Sebastião Bezerra da Silva resiste a mais de 2 anos na margem da rodovia que liga Palmas a Porto Nacional na luta por reforma agrária (esse é apenas um exemplo das centenas de acampamento de famílias sem terra espalhados por todo território tocantinense). Reforma Agrária que infelizmente a cada dia tem sido jogada para escanteio pelo governo do PT, 2012 foi o pior ano dos últimos 15 para o assentamento de novas famílias no Tocantins , desde 1997 ainda no primeiro mandato de FHC não tínhamos um índice tão ruim de novos assentamentos no estado.

A luta por reforma agrária e por uma agricultura familiar e camponesa no Tocantins é heroica, sobretudo devido à força econômica e politica do agronegócio tocantinense que sempre foi forte, mas que agora se desenvolve a passos largos com o apoio dos governos de plantão. No entanto o desenvolvimento do agronegócio não significa melhoria de vida para população, ao contrario estudos aponta que a pobreza se mantem no Tocantins, em especial nas pequenas e medias cidades. O desenvolvimento do agronegócio tocantinense pode ser visto a partir do numero de exportação dos produtos agrícolas produzidos no estado, por exemplo, o Tocantins já é considerado hoje um dos maiores exportadores de soja do país, além da exportação de carne bovina.

No entanto esse desenvolvimento tem significado um encarecimento das terras tocantinenses e disso uma dificuldade maior de se criar novos assentamentos, além de intensificar a fuga de milhares de famílias tocantinenses que ainda vivem no campo ou em pequenas cidades tendo que irem inchar a periferia das grandes cidades.

Mesmo com o discurso de diversos setores de que a reforma agraria não é mais viável, contestamos com veemência e afirmamos a necessidade da luta contra o agronegócio e por uma agricultura familiar e camponesa, assim as organizações de esquerda devem esta ao lado dessas luta orientando, organizando e fortalecendo os movimentos campesinos de luta pela terra, mostrando que só um governo da classe trabalhadora tem condições de fazer uma reforma agrária de fato.

A luta dos trabalhadores sem teto

A luta por reforma urbana, sobretudo por moradia ganhou um novo folego no estado onde os dados oficiais apontam para um déficit habitacional de 90,604 mil moradias. A ocupação Pinheirinho Vive com 900 famílias coordenadas pelo MTST, no setor União Sul em Palmas não apenas explicita esse déficit como também mostra que é preciso enfrentamento e disposição de luta para encarar esse problema.

Enquanto a maioria dos movimentos de luta por moradia no Tocantins se renderam a burocracia, tornando-se apenas fazedores de cadastros papel que deveria ser das secretarias de habitação. O MTST mostra que a organização e as ocupações são táticas fundamentais para o enfrentamento bem como para conquista das reivindicações dos movimentos organizados.

A conferência das Cidades etapa municipal de Palmas pautando a reforma urbana e a audiência pública realizada na assembleia legislativa que pautou o déficit habitacional no estado. Mostra que o enfrentamento da especulação imobiliária bem como do déficit habitacional e a realização de uma reforma urbana de fato não será feita em conferencias e nem em audiências públicas que servem apenas para desmobilizar o movimento, portanto não serão os governos de plantão que farão isso acontecer, tal como a reforma agrária, a reforma urbana só sairá sob um governo do povo, com o povo e para o povo.

A luta por reforma urbana deve se intensificar no próximo período, sobretudo por que a cada dia mais pessoas tem abandonado a zona rural no Tocantins e se encaminhado para os grandes centros, tanto que além da ocupação Pinheirinho Vive também vimos surgir outra ocupação em Guaraí coordenada pelo MTST, outras ocupações com certeza irão surge, pois ate o momento não temos visto nenhuma ação concreta por parte do poder público municipal, estadual e federal para atender a demanda de diversas famílias que sobrevivem em condição desumana no Tocantins.

Mas a reforma urbana não se resume apenas a luta por moradia e o povo tocantinense tem acordado para isso, e tem se mobilizado por transporte público de qualidade, mobilidade urbana, saneamento básico entre outras demandas importantes.

Servidores públicos, mulheres e juventude se levantam pelos seus direitos!

A paralização nacional da educação e a jornada de luta contra os crimes da copa mostraram também que o movimento popular tocantinense não esta isolado das demais lutas e mobilizações que vem acontecendo Brasil afora. Pois a luta da classe trabalhadora contra os ataques de patrões e governo aos seus direitos bem como pela superação do capitalismo não é apenas local, é também nacional e internacional.

Nesse sentido podemos também apontar a realização da Marcha das Vadias pelo movimento feminista tocantinense, as grandes manifestações realizadas tendo, sobretudo a juventude do movimento estudantil à frente reivindicando diversas questões tanto locais como nacional, e a paralização nacional realizada no dia 11 de julho em todo o Brasil convocada pelas centrais sindicais, paralização esta que também foi realizada no Tocantins.

No dia 14 de abril, vésperas do inicio da Copa das Confederações cerca de 100 trabalhadores sem tetos organizados pelo MTST tomaram a Avenida JK. Gritando - “Não queremos copa, queremos moradia”. – “Copa pra quem? Abaixo os despejos para construção das obras da copa”. – “Cartão vermelho para os crimes da copa.” A mobilização aconteceu em varias cidades brasileiras.

Apesar de não ser sede da copa, as trabalhadoras e trabalhadores sem teto do Tocantins mostraram a sua solidariedade de classe com os trabalhadores que vem sofrendo na pele essa ação criminosa por parte do estado brasileiro com as ações de despejos. Mas também com a convicção que o dinheiro público desviado para construção das obras da copa pertence a todo o povo brasileiro, dinheiro que poderia ser investido na educação e saúde pública, construção de moradias populares entre outros.

Importante também foi à realização da III edição da marcha das vadias no dia 26 de junho em Palmas que mostrou a luta das mulheres tocantinenses denunciando os altos índices de violência contra a mulher e pelos seus direitos. A marcha das Vadias é hoje ao lado do dia 08 de março um dos espaços mais importante de resistência e luta das mulheres de todo o Brasil.

No Tocantins um estado com uma cultura fortemente patriarcal, onde os dados da violência contra as mulheres são alarmantes, a luta feminista torna-se heroica, e é este heroísmo que tem feito com que uma manifestação como à marcha das vadias já caminha para sua terceira edição em Palmas.

A resistência das lutadoras feministas tocantinenses é um exemplo para todos nós. Devemos assim, nos somar e fortalecer a luta pelos direitos das mulheres contra o machismo, pelo direito das mulheres decidir sobre o seu corpo, pelo fim da violência contra a mulher e tantas outras pautas do movimento. Pois como vimos no inicio do mês de julho através dos veículos de comunicação no estado três jovens foram assassinadas brutalmente, em um espaço de menos de uma semana, infelizmente afirmando os altos índices de violência contra a mulher no Tocantins.

Juventude tocantinense sacode Palmas, Araguaína, Gurupi e outras cidades do interior

Somando se as marchas que tem sacudido o Brasil de norte a sul, no ultimo período varias cidades tocantinenses tem organizado mobilizações para denunciar os problemas sociais que a cada dia aflige a população tocantinense e de todo o Brasil. No Tocantins as mobilizações aconteceram nas principais cidades como a capital, Palmas, Gurupi, Araguaína como também em pequenas cidades como Miracema e Lajeado.

Reivindicações contra o auxilio moradia para deputados estaduais, MPE, TCE e TJ, contra a péssima qualidade dos serviços públicos prestado no estado, o caos no transporte público, por educação e saúde pública de qualidade, pelo fim da PEC 37, contra o deputado Marcos Feliciano na presidência da comissão de direitos humanos, contra a homofobia, por reforma urbana e agrária, pelo passe livre estudantil são estas as principais reivindicações e bandeiras das manifestações.

Destacamos as mobilizações que aconteceram em Palmas onde milhares de pessoas tendo a juventude do movimento estudantil na linha de frente tomaram as ruas para cobrar o fim do monopólio do transporte e melhorias no sistema, além de outras diversas reivindicações. Em Araguaína e Gurupi também aconteceram importantes manifestações.

Em Gurupi, por exemplo, o povo conseguiu fazer com que a tarifa do transporte coletivo da cidade retornasse ao valor anterior, pois a empresa unilateralmente decidira subir o valor da passagem de R$ 2,50 para R$ 2,70. Parabenizamos a população Gurupiense por essa importante vitória, mas é preciso avançar mais. A classe trabalhadora de Gurupi deve continuar lutando pela estatização do transporte coletivo e pela tarifa zero.

Essa também deve ser a luta em Palmas, precisamos avançar para além da reivindicação da quebra do monopólio no transporte coletivo da capital. Nossa luta deve ser por um transporte coletivo público, gratuito e de qualidade. – Por tanto lutemos pelo fim do monopólio, pela estatização do transporte coletivo e pela tarifa zero.

Fim do auxilio moradia para os deputados, não ao aumento da tarifa de energia e redução do salario do governador e secretários foi uma vitória das ruas.

O recuo por parte dos deputados estaduais com o anuncio do fim do auxilio moradia, o não aumento da tarifa de energia, bem como do recente decreto aprovado que determina a redução de cerca de 25% do salario do governador e dos secretários é fruto unicamente da luta do conjunto da classe trabalhadora tocantinense que se indignou e tomou as ruas para protesta contra tais absurdos.

A criação do auxilio moradia que teve vida curta, serviu para que a indignação do povo tocantinense com o poder legislativo, executivo e judiciário se aflorasse e se transformasse em marchas, manifestações e mobilizações. Desde a marcha unificada realizada no dia 30 de abril que já pautava o fim do auxilio moradia até as mobilizações massivas do mês de junho, todas tiveram papel importante para que os deputados recuassem, até mesmo por que a maioria dos nobres deputados vislumbra disputar a reeleição em 2014, e vão querer está bem diante do povo.

E é nesse sentido que também se dá a redução do salario do governador e seus auxiliares direitos bem como a recusa do governo estadual em aumentar a tarifa de energia no estado definido pela Anatel que atualmente intervém na CELTINS. Mesmo com isso o salario do governador, secretários, deputados e poder judiciário continuam sendo uma afronta ao conjunto da classe trabalhadora que na sua maioria tem que sobreviver com um salario mínimo, bem como a conta de energia continua sendo um absurdo, sobretudo por que exportamos boa parte da eletricidade que produzimos no estado. É preciso ter clareza diante dessa tal iniciativa para não nos deixarmos capitular e nem nos desmobilizar.

As marchas, manifestações e outras mobilizações devem continuar, pois se conseguimos importantes vitorias foi por que tivemos a ousadia de tomar as ruas e dá um recado direito para o poder público.  O povo, a juventude, as mulheres, o operário, a classe trabalhadora do campo e da cidade esta cansada de ser explorada e oprimida.

Nossos direitos usurpados e negados só podem ser garantidos com luta, por tanto vamos fortalecer a luta da classe trabalhadora do campo e da cidade.

Por um Fórum permanente de lutas dos movimentos populares tocantinenses

Podemos afirmar por tanto que a luta do movimento popular no Tocantins encontra-se agora em um novo patamar, as organizações envolvidas nessas mobilizações e lutas estão discutindo a necessidade da criação de um Fórum Permanente de Lutas dos Movimentos Populares Tocantinenses. O que já tínhamos apontado desde o inicio do ano para necessidade de construirmos um espaço como este. Por tanto devemos potencializar e fortalecer essa iniciativa pautando essa discussão nos espaços que atuamos como sindicatos, movimentos e partidos do campo da esquerda.

A criação de um Fórum ou de uma Frente permanente de luta do movimento popular tocantinense é a tarefa fundamental para esquerda revolucionaria do Tocantins nesse próximo período. Construindo na prática a unidade das organizações de luta da classe trabalhadora bem como fortalecendo um projeto anticapitalista.

Nesse sentido defendemos a realização de um encontro unitário dos movimentos populares do campo e da cidade para depois de uma boa analise de conjuntura e de apontamentos dos nossos desafios para o próximo período no Tocantins, criarmos o Fórum de luta dos Movimentos Populares.

As lutas contra hegemônicas no Tocantins, tal como em todo o Brasil tende a se acirrar, nesse sentido as organizações de luta da classe trabalhadora devem está unificadas e preparadas para esta na linha de frente dessas mobilizações, orientando e organizando as ações que deveram culmina com a superação da política hegemônica neoliberal dominante no nosso país e no Tocantins.
*Pedro Ferreira – Educador Popular, Bacharel em Serviço Social, Militante do Bloco de Resistência Socialista, e do Partido Socialismo e Liberdade – PSOL/TO.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Poema: Quando ti vi pela primeira vez!

*Por Pedro Ferreira
 
Por mais que imaginasse como seria,

como foi já mais imaginaria.

Sorriu-me parecendo que já me conhecia,

eu por ti me apaixonei desde aquele dia.

Teu olhar, teu sorriso

trazia uma certa magia.

Se tu quisesse,

casaria contigo naquele dia.

Quando ti vi pela primeira vez

meu coração me dizia.

Você era a mulher perfeita

que eu sonhava viver meus últimos dias.