Serão 21 partidos que administraram
os 139 municípios tocantinenses. Sendo que o PSD da família Abreu comandará o
maior numero de prefeituras – serão 28 no total. Lembrando que em 2012 o PSD já
havia sido o partido que mais havia elegido prefeitos no Tocantins. Porém houve
uma queda no numero de prefeitos eleitos pelo PSD nessas eleições. O PMDB ficou
em segundo – elegendo 27 prefeitos – um a menos que o PSD. O PR do senador
Vicentinho ficou na terceira posição elegendo 16 prefeitos. Já O PV de Marcelo
Lelis elegeu 12, enquanto o PP do deputado Federal Lazaro Botelho elegeu 10 e o
PSB do prefeito Carlos Amastha elegeu 9. Estes são, portanto os seis partidos
que mais elegeram prefeitos no Tocantins –PSD, PMDB, PR, PP, PV e PSB. Depois
desses tivemos o PRB do deputado federal Cesar Halum elegendo 7 prefeitos, o
PSDB, SD e o PTB – cada um elegendo 5 prefeitos, o PPS elegendo 3 prefeitos, o
PT elegendo 2, o mesmo número do PTN. Já o DEM, PSL, PSDC, PDT, PSC, PROS, PMN
e PRTB elegeram cada um – 1 prefeito. Tal quadro reflete muito bem a
fragmentação político-partidária nos municípios Tocantinenses. No entanto se
formos analisar bem – Há na verdade três grupos políticos que saem fortalecidos
desse processo. E é o que veremos mais
adiante.
PARTIDOS
POLITICOS NO TOCANTINS
|
NUMERO DE PREFEITOS
ELEITOS
|
Partido Social
Democrático - PSD
|
28 Prefeitos
|
Partido da Mobilização
Democrática Brasileira - PMDB
|
27 prefeitos
|
Partido da
República - PR
|
16 prefeitos
|
Partido Verde -
PV
|
12 prefeitos
|
Partido
Progressista - PP
|
10 prefeitos
|
Partido
Socialista Brasileiro - PSB
|
9 prefeitos
|
Partido
Republicano Brasileiro - PRB
|
7 prefeitos
|
Partido da Social
Democracia Brasileira - PSDB
|
5 prefeitos
|
Solidariedade -
SD
|
5 prefeitos
|
Partido
Trabalhista Brasileiro - PTB
|
5 prefeitos
|
Partido Popular
Socialista - PPS
|
3 prefeitos
|
Partido dos
Trabalhadores - PT
|
2 prefeitos
|
Partido
Trabalhista Nacional - PTN
|
2 prefeitos
|
Democratas - DEM
|
1 prefeito
|
Partido Social
Liberal - PSL
|
1 prefeito
|
Partido Social
Democrata Cristão - PSDC
|
1 prefeito
|
Partido Democrático
Trabalhista - PDT
|
1 prefeito
|
Partido Social
Cristão - PSC
|
1 prefeito
|
Partido
Republicano da Ordem Social - PROS
|
1 prefeito
|
Partido da
Mobilização Nacional - PMN
|
1 prefeito
|
Partido
Republicano Trabalhista Brasileiro - PRTB
|
1 prefeito
|
|
|
|
Total:
139 Prefeitos.
|
Fonte:
G1 Tocantins
1- Quadro das forças
político-partidárias nos 20 maiores municípios tocantinenses;
A grande maioria da
população tocantinense vive nos grandes e médios municípios do Estado. Por
exemplo, estimativa do IBGE mostra que 46,6% dos habitantes vivem nas dez
maiores cidades do estado. Logo podemos deduzir que no mínimo os 20 maiores municípios
concentram cerca de 60% dos habitantes e, por conseguinte do eleitorado
tocantinense. Diante disso é inegável a força desses municípios nas disputas
politicas a nível regional. Por isso a importância de fazer esse recorte para
podermos analisar o quadro político-partidário especificamente nestes
municípios. Que em relação ao número de partidos não nos apresenta um quadro
tão diferente do restante do Estado, por exemplo, são 9 partidos diferentes que
comandarão as 20 maiores cidades. No entanto é o PMDB que comandará o maior
numero de prefeituras – serão 5 no total. Mas dessas 5 apenas uma é considerada
um grande município tocantinense que é a cidade de Paraíso. Empatados em
segundo lugar estão o PSB, o PR e o PRB – ambos comandaram 3 municípios. Sendo
que o PSB comandará á capital Palmas e Gurupi que é a terceira maior cidade do
Tocantins. Já o PR comandará Araguaína que é a segunda maior cidade do Estado e
o PRB comandará a sétima maior cidade - Colinas, que, no entanto é considerado
um município médio. O PSD que elegeu o maior numero de prefeitos no quadro
geral, nos 20 maiores municípios elegeu apenas 2 prefeitos, sendo que a maior
cidade que irá administrar será Tocantinópolis, que está na nona posição entre
os maiores municípios tocantinenses, mas que também é considerada uma cidade
média. Depois vem o PV, o PSDB, o PDT e o PRTB cada um com 1 prefeitura. Destes
se destaca o PV que irá administrar a quarta maior cidade do Estado que é Porto
Nacional. Um ponto importante a se destacar é que o PP que no quadro geral está
entre os 6 partidos que mais elegeram prefeito, não aparece como uma força nos
20 maiores municípios. Já os outros administraram importantes centros urbanos –
é o caso do PSB em Palmas e Gurupi, do PR em Araguaína, do PV em Porto Nacional
e do PMDB em Paraíso. Claro, com exceção do PSD que mostra sua força, sobretudo
nos pequenos municípios do Estado – graças à influência da família Abreu no
meio rural tocantinense.
20 MAIORES MUNICIPIOS TOCANTINENSES
|
PARTIDOS QUE ASSUMIRAM A PREFEITURA
|
1-
PALMAS
|
PARTIDO
SOCIALISTA BRASILEIRO - PSB
|
2-
ARAGUAINA
|
PARTIDO
REPUBLICANO - PR
|
3-
GURUPI
|
PARTIDO
SOCIALISTA BRASILEIRO - PSB
|
4-
PORTO NACIONAL
|
PARTIDO
VERDE - PV
|
5-
PARAÍSO
|
PARTIDO
DA MOBILIZAÇÃO DEMOCRÁTICA NACIONAL - PMDB
|
6-
ARAGUATINS
|
PARTIDO
DA MOBILIZAÇÃO DEMOCRÁTICA NACIONAL - PMDB
|
7-
COLINAS
|
PARTIDO
REPUBLICANO BRASILEIRO - PRB
|
8-
GUARAÍ
|
PARTIDO
DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA - PSDB
|
9-
TOCANTINOPOLIS
|
PARTIDO
SOCIAL DEMOCRÁTICO - PSD
|
10-
DIANOPOLIS
|
PARTIDO
SOCIALISTA BRASILEIRO - PSB
|
11-
MIRACEMA
|
PARTIDO
DA MOBILIZAÇÃO DEMOCRÁTICA NACIONAL - PMDB
|
12-
FORMOSO DO ARAGUAIA
|
PARTIDO
REPUBLICANO TRABALHISTA BRASILEIRO - PRTB
|
13-
AUGUSTINOPOLIS
|
PARTIDO
REPUBLICANO BRASILEIRO - PRB
|
14-
TAGUATINGA
|
PARTIDO
SOCIAL DEMOCRATICO - PSD
|
15-
MIRANORTE
|
PARTIDO
DA MOBILIZAÇÃO DEMOCRÁTICA NACIONAL - PMDB
|
16-
PEDRO AFONSO
|
PARTIDO
DEMOCRATICO TRABALHISTA - PDT
|
17-
GOIATINS
|
PARTIDO
DA REPUBLICA - PR
|
18-
LAGOA DA CONFUSÃO
|
PARTIDO
REPUBLICANO BRASILEIRO - PRB
|
19-
SÃO MIGUEL
|
PARTIDO
DA REPUBLICA - PR
|
20-
XAMBIOÁ
|
PARTIDO
DA MOBILIZAÇÃO DEMOCRÁTICA NACIONAL - PMDB
|
|
TOTAL:
20 PREFEITOS
|
Fonte:
TSE
Ainda sobre o quadro
político-partidário é importante ressaltar que no Tocantins não há por parte da
maioria dos políticos compromisso ideológico com suas legendas. Logo o quadro
apresentado acima se modificará com certeza até as eleições de 2018. Muitos dos
prefeitos eleitos em legendas menores migraram para os partidos que tem peso
maior – tal fato faz parte da cultura politica local. Por exemplo, antes das
eleições de 2014 houve uma debandada de prefeitos do PSD para o SD do Sandoval
Cardoso – Graças à influência da maquina pública, que infelizmente ainda tem um
grande peso no processo eleitoral. Porém independente das mudanças que
ocorrerem no quadro político-partidário até as eleições de 2018, uma coisa é
fato, PMDB, PSD e PSB não perderão o papel de protagonistas políticos no
cenário regional. Pelo contrário, PMDB e PSB tendem a crescer.
2-
PMDB,
PSD e PSB se destacam como as três principais forças politicas no cenário
Estadual;
Estes três partidos
políticos se destacam, sobretudo por que são os únicos que tem programa e
projetos políticos para comandar a maquina pública estadual. Mesmo diante de
uma situação difícil pela qual passa o governo de Marcelo Miranda, não dá para
menosprezar a força politica do PMDB. Sobretudo por que com á maquina pública
na mão não faltará recurso para bancar apoio politico. É o grupo politico mais
tradicional do Estado ao lado dos Siqueiristas, e apesar das divergências
internas sempre esta no páreo. O PMDB sofre com o mesmo problema dos
Siqueiristas – falta de renovação dos seus quadros políticos e rejeição por
parte da população. Os Siqueiristas já não existem como grupo politico e o PMDB
se não si renovar não terá destino muito diferente.
Em um Estado onde os
ruralistas são a principal força politica e econômica não é novidade que eles
tenham seus representantes – e ninguém melhor que a família Abreu e o PSD para
representar a bandeira ruralista no Tocantins. Apesar de estar filiada no PMDB
– Kátia Abreu milita na verdade no PSD, foram as candidaturas a vereador e
prefeito do partido comandado pelo seu filho Irajá Abreu que ela fez campanha
nas eleições municipais. Rompida com Marcelo Miranda e com a cúpula do PMDB
nacional Katia Abreu não deve demorar em se filiar novamente no PSD. Partido
que sem duvida representa a força dos ruralistas no Tocantins, uma força que
não dá para negar. Logo não será nenhuma novidade uma candidatura majoritária
do partido no pleito eleitoral de 2018. Se isso não ocorrer, é inegável que
terão um peso importante, sobretudo no interior.
Já o PSB do prefeito da
capital Carlos Amastha surge no cenário estadual como a principal força
politica de oposição ao governo do Estado, desbancado inclusive o PSD – que faz
uma oposição acanhada. Como também se aproveitando do vácuo deixado pelos
Siqueiristas. Em uma entrevista na Radio CBN após a vitória no pleito eleitoral
de 2016 em Palmas, o próprio prefeito Amastha declarou que seu grupo politico
tem um projeto para o Estado e fez duras críticas ao governador Marcelo Miranda
e aos deputados da base aliada. Logo não é segredo que o PSB terá candidatura
própria em 2018 ao governo do Tocantins e que o nome de peso do partido no
Estado é o próprio Carlos Amastha. Diante disso podemos afirmar que PMDB, PSD e
PSB são as três principais forças politicas no Estado – que estão em grupos
políticos distintos, mas que no fundo defendem o mesmo projeto politico – apoio
ao agronegócio e a especulação imobiliária.
3-
PR,
PV, PP e PRB aliados cobiçados;
Juntos esses quatro
partidos comandaram 45 municípios tocantinenses, além de contarem com uma
bancada grande de vereadores, deputados estudais, deputados federais e
senadores. Porém eles não funcionam como grupo e separadamente não tem projetos
e muito menos condição de se lançarem como protagonistas no pleito eleitoral de
2018. Logo serão aliados cobiçados para estarem numa coligação majoritária.
O PV hoje compõe com o
PMDB, ocupando a vice-governadoria o que não deve mudar, pois dificilmente o
partido se lançará sozinho numa disputa eleitoral. Já o PR deve batalhar,
sobretudo para reeleger o senador Vicentinho e o seu filho Vicentinho Jr para
câmara dos deputados bem como manter ou ampliar seus mandatos na Assembleia
Legislativa. O PP deve trabalhar pela reeleição de Lazaro Botelho e da deputada
Estadual Valderez Castelo Branco e o PRB pela reeleição do deputado Federal
Cesar Halum. Todos estes partidos estão mais para uma composição com o PMDB do
que com o PSD ou o PSB. Porém a característica desses partidos é o oportunismo,
logo quem oferecer a melhor estrutura e a possibilidade de vitória será quem
terá o apoio desses partidos.
4-
Outras
forças politicas: Siqueiristas, PSDB e PT;
Desde que Siqueira
renunciou ao governo do Estado em 2013 numa manobra para tentar eleger Sandoval
Cardoso e manter os Siqueiristas no poder é que esse grupo politico que outrora
fora o maior do Tocantins passou a desempenhar um papel irrelevante no cenário
politico local. E mesmo com a eleição de Eduardo Siqueira Campos para a
Assembleia Legislativa o Siqueirismo não deixou de respirar através de
aparelhos. E a operação Ápia da policia federal que levou Sandoval Cardoso para
cadeia, que conduziu coercitivamente Siqueira Campos para prestar depoimento e
denunciou um esquema de corrupção para financiar a eleição de Eduardo Siqueira
talvez seja o desligamento desses aparelhos. Mas se sobreviver por algum tempo
não terá muita relevância, por mais que alguns meios de imprensa e velhas
lideranças politicas a exemplo do deputado Federal Gaguim e do ex-prefeito Raul
Filho tentem reabilita-los.
A saída pelas portas do
fundo de Siqueira Campos do Governo do Estado significou a derrocada do PSDB do
cenário político-partidário tocantinense. E após as eleições de 2014 o partido
passou para as mãos do senador Ataídes Oliveira – que estava nas fileiras do
PROS – por onde havia disputado o governo do Estado. Sob o comando de Ataídes
Oliveira o partido tem feito forte oposição ao governo Marcelo Miranda e apoiou
em Palmas a reeleição de Carlos Amastha do PSB. Aliança que muito provavelmente
se repetirá em 2018 – onde Ataídes Oliveira muito provavelmente vai buscar a
reeleição. Além disso, tem o cenário nacional que pode interferir nesse quadro.
Porém o PSDB não tem nenhuma condição de desempenhar um papel de protagonista
no próximo período no Tocantins. Pelo contrario, o próximo período pode ser de
mais derrota para o partido, já que dificilmente Ataídes Oliveira consegue a
reeleição. Lembrando que ele só se tornou senador pelo fato de ter herdado a
vaga do falecido João Ribeiro.
O Partido dos
Trabalhadores no Tocantins não tem uma situação muito diferente do partido a
nível nacional. E terá grandes dificuldades de reeleger os três deputados
estaduais da legenda no próximo período. Por tanto o partido necessita de um
profundo processo de balanço interno e refundação dos seus objetivos políticos
se quiser ainda ter algum peso no cenário político-partidário local. Mesmo com
todo o desgaste o PT ainda tem forte influência no movimento social,
especialmente os sem terra.
5-
A
Esquerda de fato – PSOL, PCB e PSTU;
“Se não pode se vestir com nossos sonhos,
não fale em nosso nome”.
Mauro Iasi
Começamos explicando o
porquê do subtítulo à esquerda de fato – simplesmente pelo fato de que para nós
PT, PC do B, PSB, PPS e PDT – partidos que tem em seus programas o socialismo
como horizonte, e que por tanto do ponto de vista teórico poderiam ser
definidos como de esquerda, na prática não passam de partidos da ordem. Logo
não podem ser chamados de esquerda já que estão a serviço das classes
dominantes, sobretudo no Tocantins. Partindo dai até aceitaríamos um debate a
cerca se o PSOL no Tocantins é um partido de esquerda, mas aqui partiremos do
pressuposto de que é. Nosso objetivo aqui é mostrar o porquê destes partidos
terem pouca ou nenhuma influência no cenário politico local. Iniciemos falando
do PSOL.
É difícil um partido se
tornar referência para população quando se quer os membros da direção desse
partido conseguem se entender entre si. E essa tem sido a marca do PSOL no
Tocantins – uma disputa interna incessante para ver quem comanda a estrutura
partidária no Estado. Disputas que não raramente leva a intervenção do
diretório nacional do partido. Á ultima briga foi nas ultimas eleições
municipais em Palmas. Onde um grupo defendia candidatura própria e outro
defendia uma aliança com o PT. E o que deveria ser decidido na disputa
politica, no debate fraterno acabou indo parar na justiça. Isso mesmo a briga
dessa vez foi parar na justiça. E no final das contas nenhum lado saiu
vitorioso – nem a candidatura própria e nem a aliança com o PT prosseguiu até o
fim. Mas o principal perdedor foi o PSOL como um todo que perdeu a oportunidade
de se fortalecer como um grupo politico que tenha alguma relevância no cenário
politico local. No inicio da polêmica dentro do PSOL a cerca de se lançar candidatura
própria para prefeitura de Palmas ou apoiar o candidato do PT. Havíamos
alertado para o equivoco de uma aliança com o PT – uma tática politica que não
se justificava pelo fato de que o PSOL só tinha a perder. O melhor era lançar
uma candidatura própria ou então apoiar o pré-candidato do PCB e assim
fortalecer a esquerda de fato na capital. E chegamos inclusive a alertar a
direção nacional do partido a cerca dessa tática eleitoral que nos parecia
bastante oportunista.
...
do ponto de vista da tática eleitoral não haverá nenhum ganho para o partido, e
do ponto de vista estratégico para construção do partido a nível municipal e
estadual também não há nenhum ganho, pelo contrario só ônus em aliar-se a um
partido tão desgastado como o Partido dos Trabalhadores. Mas que, sobretudo há
muito tempo não representa mais um instrumento de defesa das bandeiras
históricas da classe trabalhadora tocantinense e brasileira...
Diante disso
esperamos que a direção nacional do PSOL barre essa politica de aliança equivocada
da direção regional da legenda. (Nunes, 2016)
A Direção Nacional do
PSOL acabou se posicionando contrariamente a aliança com o PT. Mas no final das
contas a candidatura própria também não vingou – o que foi lamentável, pois
mesmo com um candidato medíocre o PSOL chegou em um dado momento a figurar nas
pesquisas com o mesmo numero de intenções de votos do candidato do Partido dos
Trabalhadores. O que mostra um potencial de crescimento do partido no Estado.
Fato que não ocorrerá com a direção medíocre que o PSOL tem no Tocantins e com
as disputas internas que não levam a lugar nenhum.
O PCB surgiu muito bem
no cenário politico eleitoral com a candidatura do Carlos Potengy ao governo do
Estado em 2014. Mesmo com todas as limitações, sobretudo do ponto de vista
estrutural o partido não abriu mão de apresentar um projeto anticapitalista e
popular para o Tocantins. Conseguindo inclusive atrair o apoio politico de
movimentos sociais e o respeito dos trabalhadores. No entanto o partido não
conseguiu colher os frutos plantados na campanha eleitoral. E o grupo que já
era pequeno diminuiu mais ainda com a saída de alguns militantes. Nas ultimas
eleições municipais o PCB chegou a lançar uma pré-candidatura para disputa do
paço municipal de Palmas, no entanto a mesma não se consolidou e o partido
preferiu a neutralidade. Já o PSTU não existe enquanto partido no Tocantins,
mas apenas um grupo de militantes que o reivindicam. E depois do racha nacional
que dividiu o partido no meio basta saber se estes militantes ainda continuaram
com o projeto de construir o partido no Estado.
PSOL, PCB e PSTU que se
destacam a nível nacional como partidos que estão na linha de frente das lutas
anticapitalistas e em defesa dos trabalhadores. No Tocantins são irrelevantes.
E tal irrelevância não é nem tanto pela conjuntura difícil para esquerda
revolucionária em um Estado com características extremamente conservadora e
reacionária. Logo o grande problema desses partidos não é à força da direita –
a força dos ruralistas, também não é a alienação da classe trabalhadora. Não,
não é nada disso. O grande problema de PSOL, PCB e PSTU são as táticas e
estratégias desses partidos no Estado. Como que a esquerda revolucionária
tocantinense vai se tornar referência para o conjunto da classe trabalhadora se
não conseguem entender entre si? Eis ai o grande desafio para esquerda
tocantinense – entenderem entre si para que se tornem uma força politica
relevante no cenário politico local. Nessa linha é preciso se desfazer de
algumas figuras que mais atrapalham do que ajudam na construção de instrumentos
de lutas para classe trabalhadora. Se não a direita continuará dominando sem
maiores problemas a politica local e enfiando goela abaixo da população
projetos como MATOPIBA, o sucateamento dos serviços públicos e a privatização
dos patrimônios do povo tocantinense.
Conclusão
A partir do resultado
das eleições municipais no Tocantins em 2016 pudemos traçar um quadro das
forças politicas-partidárias no Estado bem como apontarmos quais serão os
principais grupos políticos que desempenharam um papel importante na disputa
pela hegemonia politica. Nessa linha é inegável que o Partido do Movimento Democrático
Brasileiro (PMDB) – Do governador Marcelo Miranda sai vitorioso do processo
eleitoral, mesmo não tendo feito a maioria dos prefeitos no Estado e ter
elegido apenas um prefeito nos grandes municípios tocantinense, mais
precisamente na cidade de Paraíso. Mas somando o numero de prefeitos eleitos
pelo PMDB e pelos partidos aliados do governo Estadual é inegável que do ponto
de vista político-partidário o grupo da situação tem uma base forte para
continuar governando o Estado.
Já o Partido Social
Democrático (PSD) comandado pelo deputado federal Irajá Abreu foi o partido que
mais elegeu prefeitos no Tocantins, repetindo o feito de 2012. Porém sua força
é, sobretudo, no meio rural, pois a grande maioria dos prefeitos que o partido
elegeu foi em pequenos municípios onde há uma forte influência politica de
setores ruralistas. Aliás, o PSD é de fato o partido que encarna o projeto
ruralista no Tocantins. E se o PSD é o representante dos ruralistas o PSB de
Carlos Amastha tem se configurado como o representante do empresariado urbano.
E em um Estado onde a população urbana tem crescido a cada dia – por exemplo,
mais da metade da população tocantinense mora nos 20 maiores municípios – O PSB
tem conseguido crescer e se colocado como a principal força de oposição ao
governo Marcelo Miranda. Diante disso, e já olhando para 2018, dá para adiantar
que o PMDB dificilmente não terá candidatura própria, logo o atual governador
Marcelo Miranda é o nome provável do partido. E o PSB já adiantou que pretende
lançar o atual prefeito de Palmas – Carlos Amastha. Aliás, a declaração foi
dele próprio em entrevista um dia após a votação que o reconduziu ao paço
municipal da capital.
Já o PSD que atualmente
não fecha com nem um dos dois. Aventurar-se-á a lançar um candidato próprio ou
recuará para apoiar uma reeleição do governador Marcelo Miranda ou uma eleição
do prefeito Carlos Amastha? Pelo fato de Kátia Abreu que esta prestes a
retornar aos quadros do PSD não precisar concorrer à reeleição ao senado no
próximo pleito eleitoral, pois ainda terá quatro anos de mandato. A
possibilidade de uma candidatura própria ganha força. Mas o fato é que há ainda
muita água a correr por de baixo da ponte, no entanto não teremos muitas
mudanças significativas no cenário que começa a se desenhar com contornos
bastante nítidos após as eleições municipais.
Outra questão que
abordamos nesse artigo é o crescimento de partidos como PR, PV, PP e PRB. No
entanto tal crescimento não dá a condição de protagonistas no cenário politico
tocantinense a estes grupos partidários. Mas é inegável que estas organizações
terão um peso importante na disputa eleitoral futura, tornando-os aliados
cobiçados. Já os siqueiristas, os tucanos e os petistas estão num momento
bastante critico. E precisam passar por um processo de reconstrução se quiserem
voltar a desempenhar um papel relevante no cenário politico tocantinense. Já a
esquerda de fato – representada por partidos como PSOL, PCB e PSTU não se encontra
numa situação menos difícil que os anteriores. Ao contrario, Siqueiristas,
tucanos e petistas já foram protagonistas no cenário politico estadual e apesar
da crise eles ainda mantem uma base politica no Estado. Já PSOL, PCB e PSTU
pouco conseguiram construir no pouco tempo de existência desses partidos no
Tocantins, e o pouco que se constrói, destrói-se em seguida, devido às disputas
interna pelo comando da estrutura partidária. Assim o principal problema dessas
organizações politico partidárias de esquerda no Tocantins é mais de caráter
organizacional. E o problema organizacional interfere fortemente na linha
politica desses grupos a nível regional. Uma linha politica mais voltada para
disputa eleitoral do que para intervenção no movimento de massas. Com isso
estes partidos não crescem.
Por fim, finalizamos
afirmando que não temos nenhuma ilusão de que a curto e médio prazo
conseguiremos mudar a politica hegemônica no Tocantins. E o quadro que
apresentamos embasa nossa conclusão. Pois é fato que as diferenças entre os
grupos políticos mais fortes no Estado não é de projetos. Pois independente de
quem ganhar – a politica de apoio ao agronegócio e a especulação imobiliária
continuaram. Diante disso é fundamental que as organizações de luta da classe
trabalhadora se articulem, se organizem e se mobilizem para manter e avançar a
luta contra essa politica hegemônica.
Referências
Bibliográficas
Nunes,
Pedro Ferreira. Algumas palavras sobre a aliança entre
PT e PSOL para disputa municipal em Palmas. Disponível em:
www.pedrotocantins.blogspot.com. Acesso em: 20 de Outubro de 2016.
Informações
sobre as eleições 2016 para prefeitos, vice-prefeitos e vereadores.
Disponível em: www.tse.jus.br. Acesso
em 07 de Outubro de 2016.
Silva,
Luiz Eduardo Prates da. Metodologia de Análise de
Conjuntura. Disponível em: periódicos.est.edu.br. Acesso em 10 de Outubro de
2016.
Veja
quem são os prefeitos eleitos nos 139 municípios tocantinenses.
Disponível em: www. g1.com/Tocantins. Acesso em 08 de Outubro de 2016.
Pedro
Ferreira Nunes – É Educador Popular. Cursou a
faculdade de Serviço Social na Universidade Norte do Paraná – UNOPAR. E
atualmente cursa Filosofia na Universidade Federal do Tocantins - UFT. É também
militante do Coletivo José Porfírio – onde tem atuado, sobretudo, no campo da
agitação politica, escrevendo artigos denunciando o modelo hegemônico de
desenvolvimento no Tocantins, e em apoio às lutas do movimento popular. E
também tem se dedicado ao tão necessário trabalho de base numa conjuntura de
esvaziamento das organizações de luta da classe trabalhadora.
Coletivo
José Porfírio – É uma organização popular, formado
por educadores que acreditam e lutam por uma educação para além do capital,
critica e libertadora. Por uma educação que seja um instrumento de formação,
organização e de fortalecimento das lutas da classe trabalhadora contra os
ataques de patrões e governos aos seus direitos e, por conseguinte pela sua
emancipação. Diante da necessidade de formação e organização da classe
trabalhadora tocantinense, em especial da juventude – de fortalecermos as
organizações populares do campo e da cidade que lutam por direitos –de
enfrentarmos o capitalismo, as politicas neoliberais, o avanço do agronegócio,
a especulação, o ataque aos direitos dos trabalhadores, a criminalização da
pobreza e dos movimentos populares é que surge o Coletivo de Educação Popular José Porfírio com o objetivo de
contribuir e fortalecer a luta anticapitalista rumo ao socialismo no Tocantins.