quarta-feira, 13 de junho de 2012

Em meu nome não! Fora Marconi! Fora todos os corruptos!


*Por Pedro Ferreira

As denuncias aumentam e a cada dia percebemos a quem o governo do Estado de Goiás tem servido, e podemos garantir que não é ao povo goiano. As investigações em andamento tanto a nível nacional como regional mostra o circo que é a política parlamentar brasileira. De um lado elogios e afagos a vossa excelência que diz falar em nome de milhares de goiano (isso mostra que ele não tem andado muito no meio do povo), de outro lado criticas tímidas daqueles que não são tão diferentes da vossa excelência, mais quando é um deles que estão lá, os elogios e afagos mudam de lado, assim como as criticas. E no país do carnaval que como sempre tudo acaba em pizza já podemos sentir o cheiro e o gosto da mesma. 

A depender das Comissões Parlamentar de Inquérito (CPI) em andamento tanto no congresso nacional como na assembléia legislativa de Goiás a máfia instalada do governo de Goiás pode dormir tranqüila, assim também como no governo do DF e no Rio de Janeiro.

Por tanto não há saída? Devemos fazer coro com a maioria da população de que nada adianta fazer? De que de fato tudo acabará em pizza como tantos outros casos envolvendo políticos corruptos? Ou devemos fazer como milhares de jovens goianos que têm pitado a cara e tomado as ruas gritando pelo fora Marconi. De forma espontaneista, desorganizados, achando que derrubaram um governo apenas no grito?

As conquistas da classe trabalhadora ao longo da historia se deram quando o povo de forma organizada lutou pelos seus direitos, tomando as ruas e pressionando o Estado. Esperar que quem esta no parlamento fará as mudanças que queremos não é a saída. Como também não é a saída cair no pragmatismo que não adianta se mover por que nada irá acontecer. Por outro lado ir pras ruas de forma desorganizada e espontaneista pouco contribui, apesar de ser um avanço ter alguém se movendo minimamente, sobretudo em uma conjuntura em que poucos se movem.

No entanto é preciso potencializarmos de forma organizada e planejada (sem aparelhismo ou oportunismo) as ações de ruas mobilizando o maior numero de gente possível, transformando as mobilizações pelo Fora Marconi numa mobilização da classe trabalhadora goiana. Sem deixar de pressionar os senhores parlamentares e o judiciário para que todos os corruptos sejam punidos, já que ás mudanças infelizmente na atual conjuntura não aconteceram fora da ordem estabelecida.

*Pedro Ferreira - Educador Popular e Militante do Bloco de Resistência Socialista.

“Tempos de dizer:
Não mais em nosso nome!
Se não pode se vestir com nossos sonhos
Não fale em nosso nome.” (Mauro Iasi)

sexta-feira, 1 de junho de 2012

“Quem sabe um dia eu faça uma canção de amor para você”


Que fale dos momentos bons que vivemos.
 Dos planos que fizemos.
 Do quanto fomos felizes.
Que fale do quanto ti amei, 
Do sonho que realizei em ti ter ao meu lado.
Que fale das noites onde nos amamos ao brilho do luar.
Dos planos de um dia nos casar e o mundo viajar.
Que fale dos filhos que não tivemos. 
Que muito planejamos mais não pode se realizar.
Das tuas lindas tatuagens, nossas loucas viagens sem sair do lugar.
Quem sabe um dia eu faça uma canção de amor para você!

*Pedro Ferreira Nunes

terça-feira, 15 de maio de 2012

'Organizar para desorganizar' - Uma reflexão sobre a necessidade de organização da juventude.


*Por Pedro Ferreira
Hoje existe uma presença muito forte de jovens dentro dos movimentos populares, principalmente nos movimentos de sem-terras. Porém, com uma precariedade muito grande de organização. Por um lado, as direções desses movimentos focam a luta muito em cima das questões imediatas dos trabalhadores sem-terras e acabam se esquecendo de incentivar a formação de novos quadros dirigentes e militantes da revolução agrária no Brasil. E quando o fazem tratam como uma questão secundaria.  
No entanto, por outro lado, o interesse de se organizar e formar deve partir do próprio grupo de jovens. Mas a coordenação do movimento deve incentivar e criar condições objetivas e subjetivas para que tal iniciativa se concretize. Jamais a coordenação deve cometer o erro de querer submeter os jovens, mas sim dar condições para que eles se organizem e atuem com autonomia.
Para Che Guevara o problema com as organizações juvenis é que geralmente elas acabam tendo um caráter mecanicista, isto é, elas acabam reproduzindo a mesma política e as mesmas ações das direções da organização. Praticas que, muitas vezes, são viciadas e ultrapassadas, que mais produzem recuo do que avanços. Impedindo, assim, segundo Che, que a juventude se torne a verdadeira vanguarda. 
É necessário que em um dado momento a juventude se organize e se torne dirigente, é necessário que tenha as suas próprias características, que cometa os seus próprios erros e acertos: 
“a insistência que continuamente, lhe é feito, é para que não deixem de ser jovens, não se transformem em velhos teóricos ou teorizantes, conservem a frescura da juventude, o entusiasmo da juventude.” (Che Guevara, 1964).
A juventude deve ser contestadora, subversiva, não pode aceitar a proibição, não pode se submeter à ordem. No movimento a juventude deve se tornar e desempenhar o papel de vanguarda, não se distanciando dos outros companheiros e formando uma cúpula. Mas deve funcionar como um motor propulsor de todo o movimento. 
Para chegar à condição de motor propulsor a juventude deve transformar a si mesma, ser uma organização autêntica, que vai liquidando todas as rebarbas da velha sociedade morta e avançando rumo uma sociedade justa e igualitária. 
“Se todos são capazes de unir a capacidade para transformar-se internamente, dedicando-se aos estudos... E acostumando-se a fazer do trabalho produtivo, pouco a pouco, algo que dignifica tanto, que se converte de momento e por meio do tempo, em uma necessidade, então será automaticamente vanguarda, dirigentes da juventude, e nunca terão que pleitear o que fazer. Farão simplesmente o que, em um dado momento, lhe pareça ser lógico. Não terão que buscar aquilo que agrada a juventude. Os senhores serão autenticamente a juventude e a representação do mais avançado da juventude.” (Che Guevara, 1964). 
Para Che Guevara uma das tarefas da juventude é impulsionar e dirigir com o exemplo, a produção do homem de amanhã e com essa produção, e nessa direção está incluso a nossa própria produção, pois para Che nós não somos perfeitos. É através de nossa militância cotidiana e as nossas relações humanas, o estudo profundo, a discussão critica tudo isso é o que vai transformando o povo.   No movimento a juventude, ao se organizar, deve ter claro quais são as tarefas colocadas e, principalmente, deve ter claro qual será a sua tarefa fundamental. E então agir.  
Para Plínio de arruda Sampaio os jovens de hoje nasceram em um período difícil, porém para ele a grande adversidade dessa conjuntura, é o fato de que o povo não acredita mais ser possível mudar, e assim nós reduzimos nossas ilusões.   “Vocês não podem reduzir as suas ilusões, não podem aceitar o discurso proibido... É proibido falar em alternativa, é proibido falar em socialismo, é proibido falar em mudanças, é proibido falar em direito, é proibido... (Plínio de Arruda Sampaio, 2010). 
Para superar o modelo de sociedade em que vivemos, e fortalecer as lutas cotidianas dos trabalhadores assim como suas organizações, é de primordial importância a participação da juventude, não como massa de manobra, mas com o papel de vanguarda, como um motor propulsor.
Ser jovem é muito mais que uma questão de idade, ser jovem é uma questão de espírito, de atitude, como bem coloca Che Guevara:
“Não tenha nunca o medo, os que são jovens, jovens de espírito sobre tudo, de preocupar-se com o que tem que fazer para agradar. Simplesmente faça o que é necessário, o que lhe pareça lógico em um dado momento. Assim a juventude será dirigente.”


- Texto escrito e trabalhado em processos de formação e organização da juventude camponesa em Goiás.
*Bacharel em Serviço Social, Educador Popular e Militante do Bloco de Resistência Socialista.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Poema: Com o Povo!














*Por Pedro Ferreira
Com o povo vou me organizar, com o povo vou lutar,
Se o povo triunfá, o mundo melhor será.

Quando o povo se unir, quando o povo levantar,
O mundo será do povo, e o povo governará.

Pode ser que esse dia custe, muitos séculos ã de passar,
Mais sei que algum dia, esse dia irá chegar.

Pode ser que esse dia custe, muitos séculos ã de passar,
Mais o mundo será do povo, e o povo governará.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Famílias camponesas tocantinenses ameaçadas de despejo - Mais uma vez o estado mostra de que lado esta.


*Por Pedro Ferreira

Acampamento nas Margens das Rodovias
Cerca de 1000 famílias camponesas que ocupam a fazenda Dom Augusto (Município de Porto Nacional-TO) a mais de um ano, receberam no ultimo dia 4 de abril uma liminar de reintegração de posse da área, sendo que o governo do estado (Siqueira Campos-PSDB) pretende cumprir a mesma.

A fazenda pertence a um grupo de ruralista de Santa Catarina que arrendava a área para o cultivo da monocultura (plantio de soja e cana), como também para criação de bovinos para o comercio de carne.

O acampamento Sebastião Bezerra da Silva (homenagem ao militante de direitos humanos assassinado em 2010 no estado) é o maior do Tocantins, segundo lideranças a cerca de 300 crianças na ocupação. As famílias temem que a ocupação se torne um novo Pinheirinho.

As famílias têm razão em temer uma reintegração de posse da área, pois ás ações por parte dos governos a serviço do capital privado tem mostrado a que interesses defendem. O Pinheirinho só é um exemplo mais recente do processo de criminalização da pobreza e dos movimentos sociais, como também de onde o estado é capaz de chegar (passando por cima da própria lei), para atender os interesses da burguesia.

Exemplos que mostram a ação criminosa do estado brasileiro contra os movimentos sociais e suas reivindicações, sobretudo no campo, não são raras, ao contrario, podemos evocar os casos mais emblemáticos como o massacre de Eldorado dos Carajás ou de Corumbiara, como também podemos citar as milhares de mortes que acontecem todos os anos por conflito de terras, como mostra o caderno de conflitos no campo lançado pela CPT todos os anos.

Ações criminosas por parte do estado em todos os seus níveis (municipal, estadual e federal) como também em todas as esferas (legislativo executivo e judiciário), são realizadas quase todos os dias no campo, contra os camponeses sem terra, os povos indígenas entre outros, e que infelizmente não ganham a mesma visibilidade que ganhou o caso do Pinheirinho devido ao isolamento.

Diante disso não cabe a nós apenas nos indignar, mais, sobretudo dentro dos limites de cada um nos mobilizar para denunciar esses absurdos, dando visibilidade a esses casos, e obrigando a esse estado burguês a recuar dessas ações.

Não tenham duvida de que em um estado onde impera a lei do Latifúndio, em que o governador agi como um ditadorzinho bufão, fará tudo para que seja garantidos os privilégios de seus pares. Por outro lado cabe a nós lutarmos contra essa decisão judicial absurda.

Façam moções de solidariedade as famílias e de repudio contra a ação do estado e encaminhem cartas ou fax para o Juiz Adhemar Chúfalo Filho da primeira vara cível da Comarca de Porto Nacional -TO. Edifício do fórum, Avenida Presidente Kenndy, lote E quadra 23, setor Aeroporto, Porto Nacional-TO- CEP: 77500-000, fones 63 33631144/1720. Fax: 63 33635659 ramal 212. Processo 2011.0010.6019-4

* Pedro Ferreira é Educador Popular e militante do Bloco de Resistência Socialista

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Poesia: São João em Lajeado


Morro do Segredo - Lajeado - TO

Por Pedro Ferreira

Quero levar você comigo, quando o são João chegar,
Rever o lajeado amigo, e lá se amarrar.
Quando o sol se por e o brilho doce do luar,
Banhar a ilha verde, você vai se ligar.

Preparar nossas tralhas e descer lá pro ‘riozinho’,
Onde quantas vezes eu andei sozinho.
Andar nas ruas de madrugada sem receio e nem um medo,
Só para de manhazinha ver o sol surgindo do segredo.

Quando o sol se por e o brilho doce do luar,
Revelar os mistérios da ilha, você vai delirar.
Quero levar você comigo, nos festejos de São João,
Rever e reviver, Lajeado meu irmão.

As fogueiras nas portas, e o povo a conversar,
As crianças nas ruas brincando sem parar.
Os casais de namorados, nas esquinas escondidas,
Outros no rio pescando sem se preocupar com a vida.

Sentado na porta, o ‘segredo’ a observar,
E minha mãe chamando, já é hora de jantar.
O meu primeiro amor, perdido ao longo do tempo,
Lembranças bem escondidas, guardadas no pensamento.

Quero levar você pra ver, o lugar onde cresci,
Rever minha mãe querida e os amigos que perdi.
Quero que você conheça, o coração do Tocantins,
que mesmo estando longe, continua dentro de mim.

*Inspirada na musica “Quando o são João chegar” da Banda Tribo de Jah.