Por Pedro Ferreira Nunes
Ele seguia por aquelas ruas com certo receio. Nunca havia andado por ali, mas as historias que havia ouvido sobre aquele local não era animadoras. O bairro era conhecido por toda á Palmas como território de traficantes e prostitutas com altos índices de violência. Mesmo com todas essas informações ele decidiu conhecer o local.
As ruas estavam desertas apesar de não ser tarde da noite. Ele entrou em uma pequena viela e viu dois bares. Decidiu entrar no primeiro. Havia apenas um homem com duas mulheres numa mesa tomando cerveja e o atendente no balcão. Ele sentou em uma mesa e pediu uma cerveja. Logo uma mulher aproximou-se dele e perguntou se podia sentar-se com ele.
- Tudo bem. Pode ficar a vontade.
- Você não é o tipo de pessoa que anda por aqui.
- De fato. É a primeira vez que ando por esses lados.
Ela não era uma mulher bela. Se ele a visse na rua com certeza não chamaria a atenção dele. Estava longe do padrão de beleza que a sociedade nos impõe. Era negra e gorda. No entanto a sua simpatia era cativante e no decorrer do bate papo que iam tendo ele ia tendo cada vez mais uma forte atração por ela.
- E ai. Vamos brincar hoje?
- Sim, vamos. Mas tomemos mais umas cervejas antes.
- Que bom.
Enquanto iam tomando cervejas iam conversando animadamente. Ele quis saber de onde ela era, qual era a sua historia, quanto tempo estava naquela vida. Ela respondeu a todos os questionamentos dele com muita tranquilidade.
- Eu sou baiana. Estou apenas a 6 meses nessa vida, comecei quando o meu casamento chegou ao fim. Dai deixei o interior da Bahia e vim morar em Palmas. E você de onde vem, o que você faz?
Ele também respondeu os questionamentos dela. Não escondeu a sua identidade tal como muitos homens fazem quando se relacionam com uma prostituta. Ela lhe passava tanta confiança e tranquilidade que ele ficou totalmente à vontade.
- Vamos lá então. Se não eu fico bêbado e não dou conta de nada. Rs.
- Sim, vamos! Rs.
Na cama ela mostrou toda a sua experiência fazendo com que ele ficasse relaxado e conseguisse o que havia ido procurar ali. Ele por sua vez não teve do que reclamar.
- E então, você gostou?
- Sim, foi muito bom. Quanto é o programa?
- Trinta reais.
- Agora eu tenho que ir. Muito obrigada.
- Obrigada você. Volta tá?!
- Sim, eu volto. Tchau.
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