quinta-feira, 24 de julho de 2014

19 mil jovens votaram pela primeira vez no Tocantins – A juventude que tomou as ruas contra a política hegemônica no estado vai às urnas.

Por Pedro Ferreira Nunes

Em junho de 2013 milhares de jovens tomaram as ruas das principais cidades do Tocantins na luta por direitos como também contra a política hegemônica que impera no estado. Um dos momentos mais significativos dessas mobilizações foi com certeza a manifestação em frente ao palácio Araguaia onde a juventude gritou palavras de ordem contra o Siqueirismo, mostrando sua indignação com um governo que não atende as necessidades do povo trabalhador, em especial da juventude. E também a manifestação em frente à assembleia legislativa – onde os manifestantes deram as costas para os ditos representantes do povo, que não representam o povo.

É impossível não se entusiasmar com o frescor e rebeldia de uma juventude que não esta disposta a viver em um estado dominado por duas oligarquias que se revezam no governo, atendendo aos mesmos interesses, os interesses da classe dominante, os interesses da burguesia. Na minha infância cansei de ouvir da população o argumento de que votavam no Siqueira Campos por que – ele rouba, mas faz. Infelizmente esse conformismo fortaleceu um grupo político que há décadas domina o executivo, legislativo e judiciário do Tocantins, que governa para uma minoria deixando a maioria da população na miséria.

No entanto essa mentalidade tem mudado, sobretudo por que a juventude trabalhadora tem tomado em suas mãos o papel de ser protagonista nas lutas populares desencadeada no estado. 19 mil desses jovens irão às urnas pela primeira vez (segundo dados da justiça eleitoral), muito deles irão sem nenhum entusiasmo, pois não se veem representados pelas organizações políticas tradicionais – que em vez de potencializar, castra os sonhos desses jovens.

Mesmo assim, muito desses jovens irão às urnas e votaram. Cabe por tanto as organizações revolucionarias disputar a consciência desses jovens, para que estes fortaleçam as candidaturas populares que lutam pelos direitos da classe trabalhadora e contra o capitalismo. Mas para tanto é fundamental que esses jovens sintam-se representados nessas candidaturas e não apenas se sintam representados, que possam também fazer parte dessas candidaturas.

A juventude é com certeza um dos segmentos que mais sofrem com as mazelas políticas que impera no Tocantins – serviços públicos de péssima qualidade, falta de políticas públicas especificas para juventude e oportunidades, ao contrario, em vez de atender os anseios da juventude trabalhadora, criminalizam suas lutas. É, portanto importante que as candidaturas populares assumam as bandeiras de luta da juventude trabalhadora. As candidaturas da esquerda devem ter um caráter de formação para despertar a consciência dessa juventude para necessidade de se organizar e lutar para mudarmos a situação política, econômica e social no Tocantins.

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