“Dormi, água das batalhas, descansem em
paz vossa alma! Irmão bem mereceis repouso e felicidade eternas!”
No
intervalo do jogo da seleção Brasileira de futebol contra a Alemanha recebi a
triste noticia da morte do grande Plínio de Arruda Sampaio – histórico
militante socialista que dedicou grande parte da sua vida a luta por um país
justo e igualitário. Noticia esta que me deixou extremamente triste, pois a
perda de tão valoroso camarada é com certeza uma grande perda para esquerda
revolucionaria não só brasileira como também mundial.
Plínio
de Arruda Sampaio sempre foi uma grande referencia de coerência e dedicação em
defesa dos direitos da classe trabalhadora, em especial a luta do campesinato
sem terra. Foi um dos mais ferrenhos defensores de uma reforma agrária radical
no Brasil – luta esta que o levou a esta na lista dos 100 primeiros cassados
durante o golpe militar de 1964. Foi com certeza uma grande inspiração para que
me tornasse um militante marxista revolucionário.
Uma
das experiências mais importante na minha militância política que guardarei
para sempre na memoria será com certeza a campanha a presidente da republica de
Plínio de Arruda Sampaio em 2010 pelo PSOL. Onde eu tive a oportunidade de
conhecê-lo e esta com ele em Goiânia e Brasília.
Ainda
no período de disputa interna dentro do PSOL para definir quem seria o
candidato do partido a presidência da republica lembro-me de pegar o ônibus e
seguir sozinho para o interior de Goiás defendendo o nome do camarada Plínio,
em cidades que eu nunca havia ido e onde não conhecia ninguém. No entanto por
saber a importância de ter o camarada Plínio como nosso candidato eu encarava qualquer
tarefa.
Nunca
havia participado tão entusiasticamente de uma campanha – indo nas portas das
universidades, nos terminais de ônibus, na periferia de Goiânia, nos acampamentos
e assentamentos do campesinato sem terra. Assistia a todas as entrevistas e
debates de que ele participava e quanta coisa eu aprendi, quanta experiência
que adquiri neste processo, em especial na militância feita junto ao comitê
goiano em apoio a sua campanha.
Nunca
ninguém defendeu com tanto entusiasmo e tão bem em uma campanha eleitoral as
bandeiras históricas da classe trabalhadora, nunca ninguém defendeu tão bem um
projeto socialista para o Brasil – duro nos debates, mas sem perder a ternura.
Plínio
já anunciava em sua campanha o que estaria por vim, e nós vimos em junho de 2013 milhares tomando as ruas desse país lutando por aquilo
que Plínio defendia em sua campanha em 2010 – que nós socialistas
revolucionários sempre defendíamos e continuaremos defendendo. E o velho Plínio
estava lá nas ruas, tal como muito daqueles jovens provavelmente estavam lá
inspirado em suas palavras – o impossível torna-se possível se você quiser...
ousem, ousem, não aceite o discurso do proibido.”
Para
o campesinato sem terra ele deixou um grande recado – “ou o povo com o seu
poder popular impõem uma reforma agrária ao governo ou o governo não fará uma
reforma agrária”. Mas do que nunca precisamos seguir essas palavras.
A
morte do camarada Plínio de Arruda Sampaio nos deixa triste, mas conforta-nos
saber que o seu exemplo continuará vivo e o seu espirito com certeza continuará
ao nosso lado nas lutas que travaremos pela emancipação da classe trabalhadora
da cidade e do campo. O exemplo do camarada Plínio com certeza dará belos
frutos - nós assumimos o compromisso de continuar na luta seguindo este
exemplo. A sua família o nosso mais profundo pesar.
Por
fim termino lamentando que nesta próxima eleição não tenhamos o camarada Plínio
com o seu carisma e entusiasmo, o que não me deixa nem um pouco entusiasmado
com essas eleições. Mesmo assim espero que as campanhas da esquerda
revolucionária se inspirem em seu exemplo.
A
maioria do povo brasileiro influenciada pela grande mídia, em especial a
burguesia lembrara-se do Oito de julho de 2014 como um dia triste por que a
seleção brasileira de futebol sofreu uma derrota histórica para seleção alemã,
mas para nós militantes revolucionários, que lutamos por um país justo e
igualitário, sempre nos lembraremos desse dia como o dia em que a classe
trabalhadora perdeu um dos seus filhos mais ilustre – o camarada Plínio de Arruda
Sampaio.
Pedro Ferreira Nunes
Poeta, escritor e educador popular
Lajeado-TO, 09 de julho de 2014.
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