sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Conto: Luna

Por Pedro Ferreira Nunes

Quando John viu Luna foi amor à primeira vista, seu coração bateu acelerado tal como as baquetas da bateria do Igor Cavalera do Sepultura. Não era a primeira vez que John se apaixonava, mas nunca havia se apaixonado de forma tão intensa assim por mulher alguma.

Luna não era um mulherão, estava mais para uma adolescente, apesar de já ter 19 anos. Loira, usava o cabelo curto com algumas madeixas pintadas de azul e uma linda flor na lateral, tinha um belo alargador nas orelhas e sua pele clara destacava as belas tatuagens que cobriam seu corpo. Fumava um cigarro em cima do outro e ao lado um copo de conhaque.

Havia muitas mulheres naquele bar, algumas até mais bela que ela, mas ela com certeza era quem mais chamava a atenção de todos, no entanto ela não dava corda para nenhum dos corajosos que ousaram chegar perto dela.

De repente começou a tocar no salão o som pesado do Motorhead. Ela ergueu-se e começou a dançar, todos a observavam, em especial John que estava encantado por ela.

– Ah, como queria ter essa maluca nos meus braços. Pensava John.

Luna olha para John sentado em um canto tomando uma cerveja e olhando para ela. Ela caminha até onde ele esta e pergunta se pode sentar-se com ele, surpreso John gaguejando responde-a que sim.

- Olá tudo bem? Você está sozinho? Quer companhia? Posso me sentar aqui com você?

- Pois não. Fica a vontade. Aceita alguma bebida?

- Um conhaque, por favor.

E assim John e Luna começam a conversar sobre varias coisas, ela tomando o seu conhaque e ele cerveja e ouvindo o som sujo, veloz e pesado do Motorhead que ecoava no salão do bar.

- E então, aqui tá bacana. Mas você não quer ir para um lugar mais tranquilo?  Só eu e você?

- Claro, vamos sim. Respondeu todo animado John.

Nem nos seus melhores sonhos ele poderia imaginar que um dia teria uma mulher daquela nos seus braços, mas o fato é que sem explicação aquela princesa estava a fim de ficar com ele. E assim os dois seguiram no conversível de John até um motelzinho na beira da BR que cortava o local. Quando entraram para o quarto Luna pediu uma garrafa de conhaque. John lembra-se apenas da primeira dose de conhaque que tomou, quando foi no dia seguinte acordou sozinho no quarto de motel, sem roupa, sem grana e sem carro. Luna havia sumido.

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