Jagunço que agrediu fisicamente uma manifestante |
Mais uma
vez manifestantes contrários ao MATOPIBA foram agredidos fisicamente e tiveram
seus direitos á livre manifestação de ideias cerceada no campus da UFT em
Palmas. Em um evento realizado nesta ultima segunda-feira (29/02). Com a
presença da ministra Kátia Abreu e diversas lideranças politicas estaduais,
onde foi apresentado o projeto para uma comitiva de investidores do Japão.
Além de
não poderem se manifestar livremente, sendo impedidos de participar do evento.
Os estudantes foram agredidos, ameaçados de perseguição e tiveram seus cartazes
rasgados de forma abusiva. As agressões físicas se deram especialmente a duas
estudantes, revelando ai o machismo arraigado na sociedade tocantinense. E
ainda por cima os estudantes foram proibidos de terem acesso aos sanitários e
aos bebedouros do auditório onde estava sendo realizado o evento.
Durante
esse episodio nenhum representante da Universidade Federal do Tocantins
apareceu para garantir o direito dos seus estudantes de exercerem o seu direito
democrático de se manifestarem. Ao contrario, esconderam-se, omitiram-se.
Lavaram as mãos diante de todas essas agressões relatadas acima. E não dá para
dizer que não estavam sabendo o que estava acontecendo. Preferiram fechar os
olhos.
Ora,
onde está a autonomia da universidade pública? Onde esta a garantia do debate
plural de ideias? Onde esta o direito constitucionalmente garantido da livre
manifestação? Tudo bem que há setores na UFT que defendem e apoiam o
agronegócio e o MATOPIBA. Mas há também muitos outros que não concordam. E estes
também tem o direito de se manifestar sem serem violentados.
Jagunço travestido de segurança que agrediu fisicamente a uma estudante e rasgou nossos cartazes |
Qual o
interesse de enfiar goela abaixo da população um projeto dessa envergadura sem
que aja um debate plural a cerca dos impactos ambientais e sociais do MATOPIBA?
Por que não querem fazer o debate? Tanto é verdade que o evento se quer foi
divulgado no site da universidade para que não houvesse manifestação. Mesmo
assim os estudantes conseguiram se mobilizar e mostrar que nem todos na
Universidade Federal do Tocantins e na sociedade em geral concordam com tal
projeto.
Diante disso
exigimos do reitor da UFT Márcio Antônio da Silveira, da direção do campus de
Palmas e da Pró reitoria de assuntos estudantes um
posicionamento público sobre a violência sofrida pelos estudantes que tiveram os
seus direitos de livre manifestação cerceado.Violência que significou
sobretudo, um ataque a democracia dentro da UFT.
É
inadmissível que isso aconteça numa universidade pública. Portanto exigimos que
os gestores da Universidade Federal do Tocantins se posicionem e tomem uma
atitude em relação ao que ocorreu.Por fim, reafirmamos a nossa posição contra o
MATOPIBA e qualquer projeto que tem como objetivo acabar com os biomas naturais
e “exterminar” os povos tradicionais. Continuaremos também lutando por uma
universidade pública autônoma, que garanta a pluralidade de ideias e a livre
manifestação de pensamento. Em suma, uma universidade democrática.
Coletivo
de Estudantes Populares da Universidade Federal do Tocantins
Universidade
Federal do Tocantins, Campus de Palmas. 01 de Março de 2016.
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