terça-feira, 1 de março de 2016

Nota de repudio: Cadê a liberdade de livre manifestação na UFT?

Jagunço que agrediu fisicamente uma manifestante
Mais uma vez manifestantes contrários ao MATOPIBA foram agredidos fisicamente e tiveram seus direitos á livre manifestação de ideias cerceada no campus da UFT em Palmas. Em um evento realizado nesta ultima segunda-feira (29/02). Com a presença da ministra Kátia Abreu e diversas lideranças politicas estaduais, onde foi apresentado o projeto para uma comitiva de investidores do Japão.

Além de não poderem se manifestar livremente, sendo impedidos de participar do evento. Os estudantes foram agredidos, ameaçados de perseguição e tiveram seus cartazes rasgados de forma abusiva. As agressões físicas se deram especialmente a duas estudantes, revelando ai o machismo arraigado na sociedade tocantinense. E ainda por cima os estudantes foram proibidos de terem acesso aos sanitários e aos bebedouros do auditório onde estava sendo realizado o evento.

Durante esse episodio nenhum representante da Universidade Federal do Tocantins apareceu para garantir o direito dos seus estudantes de exercerem o seu direito democrático de se manifestarem. Ao contrario, esconderam-se, omitiram-se. Lavaram as mãos diante de todas essas agressões relatadas acima. E não dá para dizer que não estavam sabendo o que estava acontecendo. Preferiram fechar os olhos.

Ora, onde está a autonomia da universidade pública? Onde esta a garantia do debate plural de ideias? Onde esta o direito constitucionalmente garantido da livre manifestação? Tudo bem que há setores na UFT que defendem e apoiam o agronegócio e o MATOPIBA. Mas há também muitos outros que não concordam. E estes também tem o direito de se manifestar sem serem violentados.

Jagunço travestido de segurança que agrediu fisicamente
 a uma estudante e rasgou nossos cartazes
Qual o interesse de enfiar goela abaixo da população um projeto dessa envergadura sem que aja um debate plural a cerca dos impactos ambientais e sociais do MATOPIBA? Por que não querem fazer o debate? Tanto é verdade que o evento se quer foi divulgado no site da universidade para que não houvesse manifestação. Mesmo assim os estudantes conseguiram se mobilizar e mostrar que nem todos na Universidade Federal do Tocantins e na sociedade em geral concordam com tal projeto.

Diante disso exigimos do reitor da UFT Márcio Antônio da Silveira, da direção do campus de Palmas e da Pró reitoria de assuntos estudantes um posicionamento público sobre a violência sofrida pelos estudantes que tiveram os seus direitos de livre manifestação cerceado.Violência que significou sobretudo, um ataque a democracia dentro da UFT.

É inadmissível que isso aconteça numa universidade pública. Portanto exigimos que os gestores da Universidade Federal do Tocantins se posicionem e tomem uma atitude em relação ao que ocorreu.Por fim, reafirmamos a nossa posição contra o MATOPIBA e qualquer projeto que tem como objetivo acabar com os biomas naturais e “exterminar” os povos tradicionais. Continuaremos também lutando por uma universidade pública autônoma, que garanta a pluralidade de ideias e a livre manifestação de pensamento. Em suma, uma universidade democrática.

Coletivo de Estudantes Populares da Universidade Federal do Tocantins

Universidade Federal do Tocantins, Campus de Palmas. 01 de Março de 2016.


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