Desde
o inicio do mandato do governo Marcelo Miranda (PMDB) os servidores
públicos estaduais vem se mobilizando por melhores condições de
trabalho e valorização salarial bem como contra os ataques do atual
governo aos direitos conquistados pela categoria. Diante disso vimos
varias greves pipocarem no serviço público estadual a exemplo, dos
policiais civis, dos professores, do quadro geral e da saúde. No
entanto, todas acabaram fracassando, sobretudo pela falta de unidade
de toda a categoria como também pela falta de competência e o
caráter oportunista dos dirigentes das organizações dos
trabalhadores do serviço público.
Para
nós sempre esteve claro que a luta dos servidores públicos
estaduais só alcançaria algum êxito se houvesse uma unidade entre
as diversas categorias para rechaçar os ataques do governo Marcelo
Miranda. O que defendíamos desde o inicio do ano passado em balanços
que fizemos dos movimentos grevistas;
“A
luta contra os ataques e retiradas de direitos de servidores públicos
das diversas categorias pelo governador Marcelo Miranda (PMDB) tem
que ser construída unitariamente. Os servidores públicos do Paraná
nos deu uma importante lição a cerca da importância da luta
unitária para rechaçar os ataques de governos e patrões aos
direitos dos trabalhadores”. (Nunes, 2015)
Mesmo
diante do nosso alerta os movimentos grevistas continuaram sendo
tocado por suas direções de forma especifica meramente, o que levou
ao seu isolamento e fracasso. Tanto que nenhuma categoria conseguiu
reverter os ataques do governo Marcelo Miranda. E as poucas migalhas
conquistadas não saíram do papel. Tal fato se deu, sobretudo pelo
caráter pelego e oportunistas das direções sindicais, por tanto
para que houvesse uma mudança de perspectiva era necessário um
movimento a partir da base.
“Enfim,
encerramos chamando a base das categorias de servidores públicos
estaduais a passar por cima das atuais direções sindicais que estão
burocratizadas e estagnadas. Esta é uma tarefa imediata, desfazer-se
dessas velhas direções e construir novas ferramentas no estado que
de fato defendam os interesses e anseios do povo trabalhador
tocantinense. Construam a unidade na luta, lutem pelos seus direitos.
A categoria não precisa de direções vendidas e corrompidas para
tal tarefa, forjemos novos lideres. E a palavra de ordem deve ser –
o trabalhador não pode pagar pela crise! Nenhuma redução de
direitos!”. (Nunes, 2015)
Agora
os servidores públicos estaduais do Tocantins parecem ter despertado
para o que já vínhamos alertando há algum tempo. E criaram um
movimento unitário das diversas categorias dos trabalhadores do
funcionalismo público estadual – o MUSME (Movimento
de União dos Servidores Públicos Civis e Militares do Estado do
Tocantins). Com isso
as perspectiva para reverter os ataques do governo Marcelo Miranda
aos direitos dos trabalhadores bem como ampliar para conquistas de
mais direitos encontra-se num novo patamar. Tal movimento tem
condições concretas de barrar os ataques do atual governo. Mas para
tanto é preciso que não se esfarele a partir de disputas internas e
ações oportunistas de seus lideres.
Greve
geral no serviço público estadual
Nas
ultimas semanas o MUSME tem repercutido a possibilidade de uma greve
geral no serviço público estadual. Si de fato sair do papel será a
primeira greve geral da história do Tocantins. No entanto alertamos
para que tal ameaça não fique apenas nos discursos dos seus
lideres, pois se não o movimento pode cair no descredito como tantos
outros movimentos grevistas que surgiram no Tocantins que muito falam
e pouco fazem. Desde já o que se faz necessário é a organização
de um dia estadual de paralização dos servidores públicos para que
então amadureça a greve geral. E mais uma vez ressaltamos o papel
importante da base dessas categorias em não deixar apenas nas mãos
das direções o rumo do movimento.
Devemos,
portanto reconhecer a importância da criação do MUSME como um
importante instrumento de articulação e unidade dos servidores
públicos estaduais. Como também a disposição para construção de
uma greve geral no Tocantins. Tal fato abre uma nova perspectiva para
o conjunto da classe trabalhadora tocantinense na luta pelos seus
direitos. Por fim, que tal iniciativa não seja apenas uma ação
pontual, mas que possa se consolidar através de ações concretas.
Pedro
Ferreira Nunes é educador popular e militante do Coletivo José
Porfírio.
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