O
Coletivo José Porfírio vem através d´esta repudiar a ação
ilegal e arbitraria por parte do Promotor de infância e juventude de
Miracema – o senhor Vilmar Ferreira de Oliveira, que sem
autorização judicial autorizou a desocupação do Centro de Ensino
Médio Dona Filomena. Os estudantes que legitimamente ocupavam o
local protestando contra o projeto de reforma do ensino médio por
parte do governo federal e a aprovação da PEC 241 na câmara dos
deputados foram despejados a força da Escola sendo que dois deles
foram conduzidos algemados para delegacia – um desrespeito direto
ao estatuto da criança e do adolescente.
Os
argumentos do senhor promotor e do Ministério Público são
inaceitáveis – pois nada justifica a violência utilizada por
parte da policia militar contra cidadãos que legitimamente lutam
pelos seus direitos. Logo nos causou bastante indignação o fato de
que um representante do ministério público – um órgão que
sempre presou pelo dialogo em momentos de conflitos tenha tido esse
tipo de postura. Ora o senhor Vilmar Ferreira de Oliveira deveria
buscar estabelecer um dialogo entre a Secretaria de Educação, a
direção da Escola e os estudantes que ocupavam o local. E a partir
desse dialogo ouvir a reivindicação dos estudantes e então buscar
uma saída para desocupação através do dialogo. No entanto o que
vimos foi um promotor que arbitrariamente autorizou uma desocupação
sem mandato judicial. Pelo contrario, um vídeo gravado pelos
estudantes mostra que o promotor chegou ao local acompanhado da
policia militar ameaçando prender todos – o que acabou ocorrendo.
A
ação da policia militar com o aval do senhor promotor Vilmar
Ferreira de Oliveira contra os 20 estudantes que ocupavam o Centro de
Ensino Médio Dona Filomena em Miracema foi um ataque aos milhares de
jovens que legitimamente lutam por uma melhor educação ocupando
escolas de norte a sul desse país. O ataque também foi contra todos
nós que lutamos por uma educação pública de qualidade. E se tal
ataque foi feito para nos intimidar o que conseguiram foi fortalecer
mais ainda a nossa luta contra a reforma do ensino médio e a PEC
241.
Por
fim, não podemos aceitar uma postura dessas por parte de um promotor
público. Diante disso nós do Coletivo José Porfírio que sempre
nos colocamos incondicionalmente ao lado daqueles que lutam contra
“qualquer injustiça cometida contra qualquer pessoa em qualquer
parte do mundo”. Exigimos imediatamente o afastamento desse
promotor que mostrou não ter nenhuma condição de garantir que os
direitos de crianças e adolescentes sejam respeitados. Ora um
promotor público deve ser o primeiro a prezar para que a lei seja
aplicada corretamente e não desrespeita-la ao seu bel prazer. Assim
esperamos que o Ministério Público não acoberte esse tipo de
prática tanto justificar o injustificável.
Atenciosamente,
Pedro
Ferreira Nunes
Pelo
Coletivo José Porfírio
Lajeado-TO.
Lua Minguante. Inverno de 2016.
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