“Não há motivos para festa: Ora esta! Eu não sei rir
a toa! Fique você com a mente positiva, Que eu quero é a voz ativa (ela é que é
uma boa!)...”
Belchior
Repensar a filosofia no Brasil e reconstruir o
movimento estudantil dos estudantes de filosofia a nível nacional. É. Não se
tratava de uma tarefa fácil, ou melhor, não se trata de uma tarefa fácil. Já
que essa questão não se finda com o encerramento da 33º edição do ENEFIL. No
entanto foi isso que nos propôs os organizadores dessa edição. E o convite foi
aceito por estudantes de todas as cinco regiões do país, que mesmo diante da
conjuntura caótica que vivemos, conseguiram se articular, se mobilizar e se
organizar para se deslocar até Fortaleza – capital cearense – que sediou o
encontro.
O 33º ENEFIL de fato foi um evento histórico. Já
esperávamos que assim fosse, tanto que era o principal argumento que
utilizávamos na nossa batalha para garantir que a UFT liberasse um ônibus para
garantir uma delegação tocantinense no evento. No entanto nossas expectativas
foram superadas. Pois nos sete dias de evento– as mesas, comunicações,
minicursos, oficinas e vivências nos propiciarama refletir sobre a tarefa tão
necessária de repensar a filosofia no Brasil bem como da necessidade de
reconstrução do movimento nacional dos estudantes de filosofia. De modo que ouso
afirmar – a organização a nível nacional dos estudantes de filosofia esta em
outro patamar. E tal afirmação se dá, sobretudo após a criação ou recriação da
Executiva Nacional dos Estudantes de Filosofia – ENEF, que contou com o apoio do
CAFIL/UFT e demais 15 entidades estudantis das cinco regiões do país.
ENEF
– Uma entidade nacional de luta dos estudantes de Filosofia.
Nos últimos anos os estudantes de filosofia estavam
sem uma entidade representativa a nível nacional. O que é extremamente nocivo,
sobretudo diante de uma conjuntura de ataques aos nossos direitos pelo
famigerado (des)governo Temer. A ENEF que é composta por estudantes de
universidades das cinco regiões do país tem um papel fundamental nesse próximo
período – Organizar a resistência a nível nacional dos estudantes de filosofia
contra projetos como o “escola sem partido”, o “novo ensino médio”, e o
sucateamento e privatização das universidades públicas. Além da tão necessária
solidariedade de classe aos trabalhadores que estão tendo seus direitos
pulverizados pelo governo ilegítimo de Michel Temer. Nós dos Centros Acadêmicos e
Diretórios Acadêmicos continuaremos o tão fundamental trabalho de base e a
resistência na base.
Com isso não estou afirmando que ENEF, Centros
Acadêmicos e Diretórios Acadêmicos devem atuar de forma separada. Pelo
contrário, respeitando a especificidade de cada um, todos devem manter diálogo
permanente bem como construir uma relação horizontal, tanto para que C.A´s e
D.A´s fortaleçam a ENEF, bem como a ENEF deve fortalecer os C.A´s e D.A´s.
Estudantes
de Filosofia do Brasil Contra os Ataques a Educação!
Seguindo a linha de que não basta compreender é
também preciso transformar a sociedade que vivemos é que tomamos as ruas da
capital cearense coroando assim uma semana de grandes discursões e ótimos
debates. E a denuncia do ataque a educação pelo governo ilegítimo de Michel
Temer deu o tom da manifestação. Tratou-se de um momento importante do 33º
ENEFIL que ficará para história juntamente com a criação da ENEF. O ato mostrou
para sociedade em geral a nossa disposição de resistir aos ataques do (des)
governo Temer. E mostrou a nós mesmos que não há outro caminho se não o da
luta. Com isso voltamos para nossas universidades com mais força e energia para
enfrentarmos os desafios que virão pela frente.
Delegação
da UFT no 33º ENEFIL
A delegação da UFT Foi uma das maiores delegações do
33º ENEFIL, o que foi possível por que após muita luta garantimos que a UFT
liberasse um ônibus. No entanto não foi uma tarefa fácil – da Proest até a
reitoria a nossa solicitação fora negada num primeiro e num segundo momento.
Mas pela compreensão da importância histórica do evento, da necessidade de
estarmos nesse espaço do qual estávamos ausente a alguns anos, da importância
da experiência para nossa vida acadêmica, para o fortalecimento do movimento
estudantil de filosofia na UFT e do próprio curso, não deixamos de lutar em
nenhum momento. E sem fazer nenhuma concessão, sem abrir mão dos nossos
princípios e de nossa autonomia conseguimos êxito na nossa demanda.
A maioria da nossa delegação estava participando
pela primeira vez do ENEFIL, tal fato talvez se deu por que não participamos
das ultimas edições do evento. Era, portanto uma delegação inexperiente, mas
que, no entanto teve uma participação significativa, inclusive apresentando
trabalhos. Problemas ocorreram e que devem ser corrigidos nos próximos eventos,
mas nada que tenha prejudicado a participação da delegação como um todo.
A
tarefa histórica de derrubar muros e construir pontes
Eis o desafio histórico que se coloca diante de nós
e que devemos esta à altura do mesmo. E o sentimento que trouxemos conosco do 33º
ENEFIL é que sim, que temos condições e disposição para assumir essa tarefa
histórica. Temos sido protagonistas nos espaços que atuamos, estamos na linha
de frente das lutas populares, temos diariamente derrubado muros e construídos
pontes, e seguiremos assim, “hasta lavictoriasiempre”.
Pedro
Ferreira Nunes – Faz parte da Coordenação Geral do Centro Acadêmico de
Filosofia da UFT.
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