quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Breve Balanço do 33º Encontro Nacional dos Estudantes de Filosofia – ENEFIL.

“Não há motivos para festa: Ora esta! Eu não sei rir a toa! Fique você com a mente positiva, Que eu quero é a voz ativa (ela é que é uma boa!)...”
Belchior

Repensar a filosofia no Brasil e reconstruir o movimento estudantil dos estudantes de filosofia a nível nacional. É. Não se tratava de uma tarefa fácil, ou melhor, não se trata de uma tarefa fácil. Já que essa questão não se finda com o encerramento da 33º edição do ENEFIL. No entanto foi isso que nos propôs os organizadores dessa edição. E o convite foi aceito por estudantes de todas as cinco regiões do país, que mesmo diante da conjuntura caótica que vivemos, conseguiram se articular, se mobilizar e se organizar para se deslocar até Fortaleza – capital cearense – que sediou o encontro.

O 33º ENEFIL de fato foi um evento histórico. Já esperávamos que assim fosse, tanto que era o principal argumento que utilizávamos na nossa batalha para garantir que a UFT liberasse um ônibus para garantir uma delegação tocantinense no evento. No entanto nossas expectativas foram superadas. Pois nos sete dias de evento– as mesas, comunicações, minicursos, oficinas e vivências nos propiciarama refletir sobre a tarefa tão necessária de repensar a filosofia no Brasil bem como da necessidade de reconstrução do movimento nacional dos estudantes de filosofia. De modo que ouso afirmar – a organização a nível nacional dos estudantes de filosofia esta em outro patamar. E tal afirmação se dá, sobretudo após a criação ou recriação da Executiva Nacional dos Estudantes de Filosofia – ENEF, que contou com o apoio do CAFIL/UFT e demais 15 entidades estudantis das cinco regiões do país.

ENEF – Uma entidade nacional de luta dos estudantes de Filosofia.

Nos últimos anos os estudantes de filosofia estavam sem uma entidade representativa a nível nacional. O que é extremamente nocivo, sobretudo diante de uma conjuntura de ataques aos nossos direitos pelo famigerado (des)governo Temer. A ENEF que é composta por estudantes de universidades das cinco regiões do país tem um papel fundamental nesse próximo período – Organizar a resistência a nível nacional dos estudantes de filosofia contra projetos como o “escola sem partido”, o “novo ensino médio”, e o sucateamento e privatização das universidades públicas. Além da tão necessária solidariedade de classe aos trabalhadores que estão tendo seus direitos pulverizados pelo governo ilegítimo de Michel Temer. Nós dos Centros Acadêmicos e Diretórios Acadêmicos continuaremos o tão fundamental trabalho de base e a resistência na base.

Com isso não estou afirmando que ENEF, Centros Acadêmicos e Diretórios Acadêmicos devem atuar de forma separada. Pelo contrário, respeitando a especificidade de cada um, todos devem manter diálogo permanente bem como construir uma relação horizontal, tanto para que C.A´s e D.A´s fortaleçam a ENEF, bem como a ENEF deve fortalecer os C.A´s e D.A´s.

Estudantes de Filosofia do Brasil Contra os Ataques a Educação!

Seguindo a linha de que não basta compreender é também preciso transformar a sociedade que vivemos é que tomamos as ruas da capital cearense coroando assim uma semana de grandes discursões e ótimos debates. E a denuncia do ataque a educação pelo governo ilegítimo de Michel Temer deu o tom da manifestação. Tratou-se de um momento importante do 33º ENEFIL que ficará para história juntamente com a criação da ENEF. O ato mostrou para sociedade em geral a nossa disposição de resistir aos ataques do (des) governo Temer. E mostrou a nós mesmos que não há outro caminho se não o da luta. Com isso voltamos para nossas universidades com mais força e energia para enfrentarmos os desafios que virão pela frente.

Delegação da UFT no 33º ENEFIL

A delegação da UFT Foi uma das maiores delegações do 33º ENEFIL, o que foi possível por que após muita luta garantimos que a UFT liberasse um ônibus. No entanto não foi uma tarefa fácil – da Proest até a reitoria a nossa solicitação fora negada num primeiro e num segundo momento. Mas pela compreensão da importância histórica do evento, da necessidade de estarmos nesse espaço do qual estávamos ausente a alguns anos, da importância da experiência para nossa vida acadêmica, para o fortalecimento do movimento estudantil de filosofia na UFT e do próprio curso, não deixamos de lutar em nenhum momento. E sem fazer nenhuma concessão, sem abrir mão dos nossos princípios e de nossa autonomia conseguimos êxito na nossa demanda.

A maioria da nossa delegação estava participando pela primeira vez do ENEFIL, tal fato talvez se deu por que não participamos das ultimas edições do evento. Era, portanto uma delegação inexperiente, mas que, no entanto teve uma participação significativa, inclusive apresentando trabalhos. Problemas ocorreram e que devem ser corrigidos nos próximos eventos, mas nada que tenha prejudicado a participação da delegação como um todo.

A tarefa histórica de derrubar muros e construir pontes

Eis o desafio histórico que se coloca diante de nós e que devemos esta à altura do mesmo. E o sentimento que trouxemos conosco do 33º ENEFIL é que sim, que temos condições e disposição para assumir essa tarefa histórica. Temos sido protagonistas nos espaços que atuamos, estamos na linha de frente das lutas populares, temos diariamente derrubado muros e construídos pontes, e seguiremos assim, “hasta lavictoriasiempre”.

Pedro Ferreira Nunes – Faz parte da Coordenação Geral do Centro Acadêmico de Filosofia da UFT.

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