quarta-feira, 30 de março de 2022

Aleatórios

Diariamente navego pelos portais de notícias para me atualizar acerca dos acontecimentos locais. “Não vejo nada, o que vejo não me agrada. Não ouço nada, o que ouço não diz nada”. É nessa vibe da canção da banda gaúcha Engenheiros do Havaí que escrevo esses breves comentários. 

Renúncia do Carlesse 

Carlesse renunciou ao Governo do Tocantins, diante da eminência de sofrer um impeachment na Assembléia Legislativa. Seu discurso não poderia ser outro se não de vitimização. O fato é que todo político acusado de corrupção sempre tem a mesma postura. Negar mesmo diante das evidências, e afirmar que tudo não passou de manobra dos seus adversários. Diante do inevitável Carlesse fez a escolha mais prudente. Agora é contar com a amnésia da população para no futuro se apresentar como candidato a algum cargo eletivo.


O mundo gira

Ao se defender da decisão judicial que determinou a Operação Lavandeira, que investiga esquema de desvio de dinheiro por empresários tocantinenses, o Deputado Estadual Eduardo Siqueira Campos acusou o Juiz João Paulo Abe de imparcialidade ao se referir a ele de Sérgio Moro do Cerrado. Isso me fez lembrar que na passagem pelo Senado, o pai do Eduardo, Siqueira Campos. Indicou o então Ministro da Justiça do Governo Bolsonaro, Sérgio Moro, para integrar o livro do mérito daquela casa pelos “relevantes serviços prestados a Nação”. O mundo gira, não é mesmo?!


Sobre privilégios 

A reação contra o discurso do Deputado Estadual Zé Roberto (PT) que falou da necessidade de responsabilizar os produtores de Soja na manutenção das rodovias, que em grande medida são danificadas pelo transporte de grãos (Em especial a Soja). Fala muito de privilégios – privilégios de uma burguesia agrária que exige carta branca para explorar e enriquecer deixando o ônus para o conjunto da Sociedade. Óbvio, para eles isso não é privilégio, mas um direito. Para eles não se deve questionar, mais agradece-los por gerar riquezas. Riquezas para quem? E a que custos socioambientais? 


A água que consumimos

Falando em custos socioambientais. Um levantamento, feito pelo Repórter Brasil, divulgado na Semana do Dia Mundial da Água mostra a presença de produtos nocivos a nossa saúde na água que consumimos. Entre esses produtos estão os agrotóxicos utilizados nas grande lavouras. Falando especificamente do Tocantins, são 21 o número de municípios onde foram encontrados uma quantidade excessiva desses produtos. Entre estes estão Araguaína, Colinas, Natividade e Palmas. Considerando o fato de que nem todos os Municípios encaminharam amostra ou que as amostras que encaminharam não eram adequadas, esse número seria maior. 


Fechado com Bolsonaro

Paulo Carneiro, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária (Faet), tem razão ao conclamar os “produtores rurais” a apoiar a reeleição de Bolsonaro. Se há um setor que foi privilegiado nesse Governo, esse setor é o agropecuário. Flexibilização das leis ambientais, o aumento do preço dos alimentos, política de antireforma agrária e anti-índigena. São alguns exemplos. De modo que nada mais natural do que esse apoio por parte dos ruralistas. Estranho seria o contrário. Ainda que nos Governos anteriores, inclusive nos liderados pelo PT, não foi muito diferente. 


Dia da hipocrisia

É como devemos encarar a proposta do Vereador (e Pastor Evangélico) Daniel Nascimento (Republicanos), que cria o dia do Conservadorismo no Município de Palmas. O Conservador é antes de tudo um hipócrita, isto é, um dissimulado. Seu discurso é bem distante da prática. Busca impor uma moralidade que não vive. Só para lembrarmos de um exemplo mais recente, esquecido pela Guerra na Ucrânia, o episódio envolvendo o Primeiro Ministro Inglês Boris Johnson e as festas na pandemia na residência oficial do Governo. Desse modo, se a Câmara de Vereadores da Capital Tocantinense aprovar o projeto do Pastor/Vereador, os palmenses poderão celebrar o dia da hipocrisia.


Não banalizar o discurso de ódio 

A falta de punição a quem reproduz discursos de ódio leva a banalização do mesmo. Ainda mais quando esse discurso parte de figuras públicas. Nesse sentido esperamos que a ação do Ministério Público contra o Vereador  (e militar) de Araguaina Jorge Carneiro (PROS) por discursos homofóbico tenha de fato uma punição. A sociedade não pode aceitar que indivíduos se ache na condição de diminuir alguém por sua identidade sexual. Esse tipo de discurso contribuiu para o número alarmanete de violência contra essa população. Ao utilizar esse tipo de discurso o nobre parlamentar só mostra a sua falta de capacidade.


Homicídio Privilegiado 

Me chamou atenção a tese vencedora no julgamento do Assassino confesso da jovem Patrícia Aline. A partir da tese do homicídio privilegiado “o crime é praticado por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima”. Traduzindo. A culpa é da vítima. Com isso o criminoso teve sua pena atenuada. Trata-se de mais um episódio que mostra de maneira contundente o machismo reinante e a violência estrutural contra as Mulheres.


As máscaras estão caindo

Não poderíamos deixar de comemorar. Sejamos honestos camaradas, usar máscaras não é algo muito agradável. Portanto esse item tão presente no nosso cotidiano nesses últimos dois anos não fará falta. Não deixemos de ressaltar a sua importância, sobretudo se você estiver com sintomas gripais. Creio, no entanto, que o foco do poder público, sobretudo no Tocantins onde mais de 40% da população não tomou a segunda dose dos imunizantes contra a COVID-19, deve ser na vacinação. 

Por Pedro Ferreira Nunes – Apenas um rapaz latino americano que gosta de ler, escrever, correr e ouvir Rock in roll. 

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