segunda-feira, 15 de agosto de 2022

Eleições no Tocantins 2022: Definição das candidaturas majoritárias e estratégias políticas

Com a homologação oficial das candidaturas temos um quadro definido de como serão as eleições 2022 no Tocantins. Até então houve muita especulação nos portais de noticia locais. Mas a priori não houve uma grande mudança em relação ao cenário que desenhamos na pré-campanha, sobretudo no que diz respeito a principal disputa que é pelo cargo de Governador.

Confirmou-se a candidatura do atual Governador Wanderlei Barbosa pelo Republicanos, tendo Laurez Moreira (PDT) na vice e a deputada federal Dorinha (União Brasil) na vaga de candidata ao senado. Despontando como seu principal adversário temos Ronaldo Dilmas do Partido Liberal (PL), com Freire Júnior (MDB) na vice. E a princípio, sem candidato oficial ao senado. Paulo Mourão do Partido dos Trabalhadores (PT) também conseguiu oficializar sua candidatura com a Germana (PC do B) de vice e o João Hélder Vilela (PT) para o senado.

Além dessas três candidaturas que vinham sendo construídas há algum tempo, tivemos a homologação de outras. Na nossa análise isso era previsível e apontamos os nomes de Osires Damaso e Laurez Moreira como possíveis candidatos que poderiam crescer incorporando os descontentes com a falta de espaço nas coligações principais. Ao final nenhum e nem outro. Esse nome será do Senador Irajá Abreu (PSD). Resta saber se depois da sua postura bastante questionável na pré-campanha, ainda terá alguém minimamente inteligente politicamente que o queira como aliado.

Outros nomes na disputa são: Karol (PSOL/REDE), Luciano de Castro (DC), Coronel Ricardo (PMB) e Carmen Hannud Carballeda Adsuara (PCO). O objetivo dessas candidaturas são distintas. Seus proponentes sabe que dificilmente conseguiram alcançar 1% do eleitorado. De modo que aproveitam a oportunidade para se promoverem, como é o caso do Luciano e do Coronel Ricardo. Ou fortalecer o partido como é o caso da Carmen. E no caso da Karol, a federação PSOL/REDE.

A disputa ao Senado

Se a disputa pelo Governo, parece bastante previsível, ficando entre Wanderlei e Dimas – uma disputa que não se resolverá no primeiro turno. A competição para vaga no senado promete ser mais acirrada. São pelo menos quatro nomes competitivos que estão na disputa: Dorinha (União Brasil), Kátia Abreu (PP), Amastha (PSB) e Carlesse (AGIR). Desses nomes, três apostam em candidaturas independentes, isto é,  não alinhadas a um candidato a Governador – pelo menos não nesse primeiro momento. 

A priori parece estranho que nomes de peso como esses não tenham encontrado espaço numa chapa majoritária que lhes agregaria força e que eles por sua vez retribuiram. O problema são os ônus para quem se alinhar com um desses nomes. No caso do Carlesse as denúncias de corrupção que lhe tirou do Governo. E do Amastha e Kátia as polêmicas que hora e outra estão protagonizando. 

Do ponto de vista eleitoral, a candidatura independente dará maior mobilidade a esses candidatos que não ficaram preso a um palanque. Por outro lado, mostra que o interesse pessoal se sobrepõe ao coletivo. Não é uma novidade na política tocantinense. Em 2018, por exemplo, nos municípios o prefeito apoiava um candidato a deputado estadual de um grupo, um deputado federal de outro e um senador de outro. Dessa vez esse tipo de campanha será ainda mais forte. Um exemplo que corrobora com essa tese é a da Prefeita de Gurupi (Josi Nunes) que declarou apoio a Dimas ao Governo e a Carlesse para o senado. Ora, mas eles não fazem parte do mesmo projeto. É uma incoerência portanto. No entanto, a coerência não é muito o forte dos políticos tocantinenses, que o diga Irajá e Amastha. 

Irajá e Amastha conseguiram fazer com que a pré-campanha para eleição de 2022 fique marcada por dois episódios: A postura do Senador Irajá Abreu  (PSD) que culminou com a desistência do deputado Osires Damaso de disputar o Governo do Tocantins, depois de toda uma articulação que contou com importantes apoios e o colocava como uma terceira força na disputa. E a rasteira (para não dizer golpe) do Amastha no Vanderlei Luxemburgo  lhe tirando a vaga de candidato ao senado. Logo ele que se dizia contra a velha política, mostrou-se adepto de suas piores práticas. 

Agora começamos uma nova fase. A da campanha propriamente. O desafio dos candidatos agora é fazer suas campanhas ganhar as ruas, pois a maioria da população está alheia ao processo até então – a não ser a disputa nacional que vem mobilizando paixões. É preciso salientar no entanto que em que pese estarem definidas as candidaturas, em se tratando de política tocantinense o imprevisível pode entrar em campo a qualquer momento e mudar o jogo. Fiquemos de olho.

Por Pedro Ferreira Nunes – Educador Popular e Especialista em Filosofia e Direitos Humanos. 


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