terça-feira, 30 de agosto de 2022

BRASIL200: Projeto do CENSP-LAJEADO celebra o bicentenário da independência do Brasil

Estamos nos aproximando do 7 de Setembro – data onde é celebrado a independência do Brasil. No âmbito educacional a data começa a ser trabalhada, a partir de uma perspectiva multidisciplinar, uma semana antes, no período definido como Semana da Pátria – organizando os estudantes para os desfiles e momentos cívicos-militares que ocorrerão no dia 07 propriamente. No entanto, em 2022 a data ganhou um peso maior, pois completa-se 200 anos do gesto de Dom Pedro I as margens do Rio Ipiranga, proclamando a independência do Brasil do Reino de Portugal.

É nesse contexto que, organizado conjuntamente pelas Áreas de Ciências da Natureza e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, o Colégio Estadual Nossa Senhora da Providência  (CENSP-LAJEADO) está promovendo junto às turmas do Ensino Fundamental,  Médio e EJA, o Projeto Brasil200. Tendo como tema: o Bicentenário da Independência do Brasil. E como lema: Nossas riquezas, nossas raízes. O objetivo dos organizadores é, além de refletir criticamente sobre a independência do Brasil, analisar a sua construção enquanto um Estado-Nação, a partir das suas riquezas e raízes. Para tanto estão sendo realizadas diversas ações, iniciadas no dia 16 de agosto, e que serão culminadas no dia 06 de Setembro de 2022.

Entre essas ações estão aulas expositivas, pesquisas e confecção de produtos educacionais envolvendo temáticas que perpassam: Artes e Humanidades; Ciências, tecnologia e Inovação; Educação, Esportes e Cidadania; Territorialidades e Costumes; Literatura e Cinema; e Brasil Rural – esta última na extensão Pedreira. 

A partir das temáticas podemos perceber a intenção da equipe organizadora de transcender o grito de independência de Dom Pedro I, as margens do Rio Ipiranga, no dia 07 de Setembro de 1822. Por exemplo, no campo da literatura, estão sendo trabalhadas o estudo e análise de obras que nos ajudam a compreender a formação do Brasil – uma dessas obras é “o cortiço” do Aluísio Azevedo. No campo da cidadania, uma das ações é a leitura, apresentação e discussão do texto “Sobre o óbvio” do Darcy Ribeiro,  que nos ajuda a compreender a educação brasileira. Também no campo da cidadania, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) é objeto de estudo e discussão. No campo das Ciências, Tecnologia e inovação uma das ações é a confecção de arte utilizando aparelhos celulares.

Em relação a parte histórica especificamente, o Professor Carlos Ribeiro produziu com os estudantes um curta metragem, relatando de forma cômica, os acontecimentos históricos que levaram a independência do Brasil do Reino de Portugal. O mesmo já está disponível no seu canal do YouTube (Estudantes: Ação! https://youtu.be/08mwMXJlrxs. E também será exibido na culminância do Projeto Brasil200.

Como dissemos. Ainda que o 7 de Setembro é celebrado como o dia da independência do Brasil, o Projeto busca ir além dessa data ao propor um olhar crítico para nação que nasceu desse processo. Até por que como ressalta Sérgio Guerra filho (2022), não podemos reduzir a independência a essa data sob o risco de se perder “muito da complexidade que o caracterizou”. Como por exemplo, “as múltiplas experiências vivenciadas nas diversas províncias, antes e depois do grito do Ipiranga, e o protagonismo de setores sociais não proprietários, as classes populares”. 

Nessa perspectiva vale a pena ler o livro “Vozes do Brasil – A linguagem politica na independência” (2021), publicado pelo Senado Federal – Que mostra essa multiplicidade destacada por Sérgio Guerra Filho, no livro “Independência do Brasil – a história que não terminou”, organizado por António Carlos Mazzeu e Luiz Bernado Pericás, que acabou de sair do forno pela editora Boitempo. E que também vale a pena a leitura.

Enfim, o Projeto Brasil200, não é só mais um projeto desenvolvido no âmbito escolar. Trata-se de um evento importante, onde a partir de um determinado marco histórico, os estudantes e a comunidade em geral serão levados a conhecer mais a fundo o país e refletir sobre suas raízes e riquezas.

Não que isso não seja feito ao longo do ano letivo. No entanto, as celebrações do bicentenário proporciona um ambiente favorável para que se dê uma ênfase maior a essa temática – que certamente terá continuidade nas aulas regulares. Pois como já pontuado, conhecer mais a fundo esse país-continente, exige da nossa parte um estudo contínuo.

Por Pedro Ferreira Nunes – Educador Popular e Especialista em Filosofia e Direitos Humanos. Atualmente é Professor da Educação Básica do CENSP-LAJEADO.

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