quinta-feira, 6 de junho de 2013

Moção de repudio as declarações do deputado estadual José Bonifácio que chamou os trabalhadores e trabalhadoras tocantinenses de babacas e bandidos.

Deputado Estadual José Bonifácio (PR/TO)
Viemos por meio desta repudiar com veemência as declarações feita pelo deputado estadual José Bonifácio (PR) feitas em decorrência da ação dos movimentos sociais do Tocantins, sobretudo os sem teto e sem terra na assembleia legislativa no dia 30 de abril.
O nobre deputado não ofendeu apenas as centenas de famílias que participaram da manifestação por reforma urbana, agrária, políticas públicas que atendem a necessidade da população e contra o auxilio moradia para os deputados e outras autoridades tocantinenses. Quando chamou os mesmos de babacas e bandidos, ofendeu a toda a classe trabalhadora, que não estava presente na mobilização, mas com certeza estão indignadas com a desordem politica estabelecida no Tocantins.
Se os deputados tocantinenses, governo estadual e demais autoridades públicas estivessem fazendo sua obrigação que é de atender as necessidades básicas da população. Essas famílias não estariam protestando. Pois ninguém vive de baixo de barraca de lona em condições precárias, fazendo marchas, ocupando órgãos públicos, em suma, lutando pelos seus direitos, se esses fossem atendidos.
Se o nobre deputado que foi eleito graças ao voto de centenas de trabalhadores não ganhasse um salario de mais de 20 mil mensais, auxilio moradia entre outros privilégios, com certeza não teria essa opinião. O povo tocantinense deputado Jose Bonifácio não é babaca, nem mesmo aqueles que votaram em ti, e as vaias que escutaste pode ter certeza que vem de todos os lares das trabalhadoras e trabalhadores tocantinenses. Vaias que haverão de ecoar por todos os cantos do nosso estado e que culminarão com a exclusão desses falsos representantes do povo dos espaços públicos do nosso estado.
O povo tocantinense que se organiza e luta pelos seus direitos também não são bandidos deputados tocantinenses e demais autoridades. Bandidos são aqueles que se apoderam dos espaços públicos para interesses privados. Desviando recursos que deveriam ser destinada para educação, saúde, habitação, geração de trabalho entre outros para seus bolsos.
Por fim declaramos nosso apoio incondicional à luta da classe trabalhadora tocantinense em marcha pelos seus direitos e contra a política hegemônica no estado de favorecimento aos grandes proprietários de terra, empresários e especuladores. Bem como repudiamos as declarações e práticas desses falsos representantes do povo, que deverão ser extirpados dos espaços públicos do Tocantins.



“Se o presente é de luta, o futuro nos pertence.”

Ernesto Che Guevara

 

Palmas, 28 de Maio de 2013.

MTST – TOCANTINS

BLOCO DE RESISTÊNCIA SOCIALISTA

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Manifesto a classe trabalhadora Tocantinense

Povo do Tocantins - levante, resista, lute!

Povo do Tocantins é hora de acordar,
De não aceitar o “possível”,


Essa realidade deve mudar.

Chega de ficar acomodado,

Pois ficar de braços cruzados,

É aceitar ser explorado.

Não nos iludamos

Com Siqueiras, Abreus e Mirandas,

O poder estas com vós,

Acredite, é o povo que manda.

Levantai meu camarada tocantinense,

Resista, vamos lutar,

Com a unidade da classe trabalhadora,

Nossa luta revolucionaria triunfará.
 
*Pedro Ferreira - Milítante Socialista Revolucionário.

quinta-feira, 2 de maio de 2013

A marcha unificada foi um marco histórico para a classe trabalhadora tocantinense

*Por Pedro Ferreira
 
A marcha unificada dos trabalhadores tocantinenses que foi realizada na ultima terça-feira (29/04) contou com a presença de cerca de 350 manifestantes. Os mesmos saíram em marcha pela Av. JK  e seguiram rumo a assembleia legislativa -TO. Durante o percurso os manifestantes denunciaram as promessas do governador Siqueira Campos (PSDB) de construir 70 mil casas e até o momento nenhuma foi entregue. Também foi lembrado a criação da secretaria de desenvolvimento agrário e regularização fundiária e a nomeação do deputado Irajá Abreu (PSD) para gerir a pasta, o que representa um ataque aos movimentos campesinos de luta pela terra e políticas públicas para agricultura familiar e camponesa.
 
As organizações presentes também denunciaram a aprovação do auxilio moradia para deputados estaduais, Conselheiros do TCE e do MPE como uma imoralidade em um estado onde há um grande déficit habitacional não enfrentando pelo poder público, bem como as articulações para aprovação do auxilio saúde para os deputados estaduais. Os manifestantes também lembraram a luta das mulheres, da juventude e dos servidores públicos, em especial os professores.
 
A marcha foi encerrada na assembleia legislativa onde os manifestantes reivindicaram uma reunião com os deputados estaduais para apresentarem suas pautas de reivindicações. Após uma tentativa de barrar a entrada do povo na assembleia legislativa os deputados recuaram e permitiram que todos entrassem e assistisse a sessão, bem como também aceitou receber uma comissão das organizações presentes para negociar. No entanto o povo teve que assistir a sessão de um local onde os deputados ficam protegidos por um vidro, uma espécie de proteção dos deputados do povo que o elege, um espetáculo curioso e revoltante ao mesmo tempo.
 
Poucas vezes a casa do povo (Assembleia Legislativa) pelo menos na teoria. Por algumas horas, teve em seu seio o povo. Crianças, jovens, mulheres e homens que na sua maioria nunca tinham pisado naquele local estavam ali pela primeira vez mostrando ao parlamento tocantinense bem como para o conjunto da sociedade que não aceitaremos passivamente o caos político estabelecido no nosso estado.
 
Após uma longa espera a comissão das organizações dos trabalhadores que estavam na marcha foram
recebidos pelos deputados, ao fim foi encaminhada uma audiência pública para o dia 16/05 na ALE-TO com a presença do governo estadual e municipal de Palmas, dos parlamentares e dos movimentos sociais para continuarem de forma profunda as reivindicações apresentadas na mobilização.
 
Ao final foi feito uma plenária onde foi dado informe sobre os encaminhamento da reunião com os deputados bem como uma avaliação positiva da marcha unificada. O objetivo da mobilização foi conseguido em partes, a marcha teve uma ampla cobertura na imprensa local e mesmo em alguns veículos nacionais. No entanto os movimentos deixaram claro que as mobilizações não deixaram de acontecer.
 
Na nossa intervenção colocamos a importância de fazermos em outro momento uma avaliação mais aprofundada dessa ação e planejarmos as futuras, bem como sendo fundamental atrairmos mais organizações dos trabalhadores para essa frente de luta. A marcha unificada dos trabalhadores foi um marco histórico para a classe trabalhadora tocantinense. Mas precisamos fortalecer e consolidar essa luta.
 
Participaram da marcha as seguintes organizações: MTST, MST, MAB, FETAET, MNLM, SINTET, CUT, ANDES, DCE/UFT, OPM, Casa 8 de Março e o Partido Socialismo e Liberdade - PSOL/TO.
 
*Pedro Ferreira - Educador e Assessor de Movimentos Populares, Militante do Bloco de Resistencia Socialista e do PSOL-TO.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

O eterno clássico do futebol miracemense

*Por Pedro Ferreira

O futebol no Tocantins ainda não é desenvolvido profissionalmente como nos grandes centros do país. Por isso o time do coração dos tocantinenses geralmente são times do eixo Rio-São Paulo. No entanto na minha infância em Miracema, nas margens do rio Tocantins, o que nos encantava e nos movia não era time do Rio e muito menos de São Paulo. Era o clássico local. De um lado o TEC (Tocantins Esporte Clube) do outro o MEC (Miracema Esporte Clube).

Todos os domingos era sagrado irmos ao estádio Castanheirão vermos os times de Miracema duelar pelo campeonato tocantinense de futebol. O estádio estava sempre lotado com uma torcida animada. Alguns com o radinho de pilha ao pé do ouvido ligado na transmissão da rádio Miracema e as reportagem do Jair de Oliveira.

Alguns duelos eram inesquecíveis como contra o Caburé de Colinas que tinha o perigoso atacante Nego Bala. Ou mesmo contra o Intercap de Paraíso, o Araguaína e o Tocantinópolis. Eram jogos pegados que não muito raramente acabava com briga levando à torcida a loucura. A torcida por sua vez jogava com o time, um dos setores mais conhecido era do grupo que ficava próximo ao gramado xingando o juiz e os jogadores do time adversário, claro sempre com muito humor.

No entanto nada se comparava quando o jogo era entre os dois times da cidade, durante a semana os boleiros da cidade não falavam de outra coisa. Uma coisa era certa. Seguindo a tradição de todo clássico do futebol mundial, independente da fase que qualquer time estava o jogo seria pegado, decidido nos detalhes e como era de praxe com certeza teria briga.

De um lado o Azul e Branco do Tecão de aço, do outro o tricolor do Mecão. Arquibancada lotada. No campo o desfile de atletas impagáveis. O goleiro Deinha, Codô e mangueira na zaga, Paulão na lateral, no meio de campo Rainel quebrando tudo, walber na armação e o Nego Bil no ataque, sem esquecer também do talentosíssimo Belmiram.

Foram domingos inesquecíveis que mexiam com toda a cidade. O time vitorioso saia em carreata. Durante a semana a torcida perdedora tinha que aguentar a gozação. O futebol era diversão, alegria e não exploração e violência.

Hoje o MEC X TEC fazem parte do passado, foram abandonados assim como o estádio Castanheirão – Palco desse clássico impagável. Miracema que tem um povo tão apaixonado pelo futebol e que outrora tinha dois times na primeira divisão do campeonato tocantinense agora não tem nenhum.

Quem sabe um dia não veremos novamente desfilar sobre o gramado do saudoso Castanheirão o TEC X MEC – O lendário clássico do futebol miracemense, um lendário clássico do futebol tocantinense.

*Pedro Ferreira- Escritor, Poeta e Educador Popular

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Artigo sobre a conjuntura politica no Tocantins

“Nada deve ser natural, nada deve parecer impossível de mudar.” Bertold Brecht

  Introdução

O artigo a seguir tem como objetivo abordar a atual conjuntura política no Tocantins, sobretudo relativo aos últimos acontecimentos como os desvios de dinheiro público na secretaria de cultura do Tocantins para eventos privados, a baixa popularidade do governo Siqueira Campos e a crise no seu governo, as regalias e privilégios na assembleia legislativa do Tocantins e os 100 primeiros dias do governo Carlos Amastha a frente da prefeitura de Palmas.

Por fim falaremos das perspectivas e articulações para as eleições de 2014 no estado e encerraremos falando da perspectiva para a esquerda revolucionaria e do PSOL-TO.

1-    Secretaria de Cultura do Estado libera recurso público para evento privado em pousada da família do presidente do Tribunal de Conta do Estado (TCE) Wagner Praxedes

A prática não é nova, é uma das táticas tradicionais do Siqueirismo de beneficiar amigos e aliados. Só que ao contrário de períodos anteriores, sobretudo devido à fragilidade do atual governo do Siqueira Campos. O caso tem ganhado enorme repercussão e desgastado o governo que já esta por de mais desgastado.

Trata-se do pagamento de um show de uma dupla sertaneja na Pousada Encontro das
Kátia Rocha
Águas pertencente à família do presidente do TCE (Tribunal de Contas do Estado) na semana santa pela Secretaria de Cultura do Tocantins comandada por Kátia Rocha. O folder do evento era como se a atividade fosse realizada aberta ao publico, mas na verdade o evento foi particular.

O caso veio à tona e ganhou enorme repercussão na imprensa local obrigando o legislativo estadual e o governo a se posicionar sobre a questão. A tática tanto do governo como do legislativo foi jogar toda a responsabilidade da ação sobre a secretaria de cultura Kátia Rocha. Ameaças de exoneração da secretaria e CPI na assembleia foram veiculadas, no entanto, nada foi feito.

No primeiro momento o governador Siqueira Campos até tentou manter Kátia Rocha na secretaria de cultura, no entanto com a divulgação pela imprensa de mais dois shows com recursos públicos realizado na pousada da família do presidente do TCE e a crescente indignação da opinião pública, Kátia Rocha pediu sua exoneração do cargo.

Sob o comando de Kátia Rocha a secretaria de cultura do Tocantins tornou se um espaço de desvio de recurso para favorecer amigos e aliados do governo Siqueira Campos. Prova disso foi o material publicitário divulgado pela própria secretaria em que mostra que dinheiro da secretaria foi destinado para emendas solicitadas por 14 dos 24 deputados da assembleia legislativa, tanto da situação como da oposição.

Se o objetivo da Ex-secretaria Kátia Rocha e do governador Siqueira Campos era intimidar os deputados, conseguiram apenas tornar mais evidente que a secretaria de cultura do governo atual não tem servido para incentivar e apoiar a cultura no estado, mas sim patrocinar atividades dos amigos e aliados do Siqueirismo.

Também esperar que a assembleia legislativa aprove uma CPI da Cultura ou do TCE como tem vociferado alguns deputados é a mesma coisa que acreditar em papai Noel, sobretudo por que a maioria deles estão com o rabo preso nesse processo.

2-    A baixa popularidade e a crise do governo Siqueira Campos

Em uma enquete de avaliação em um dos sites de noticia mais populares do estado, 88,34% dos participantes avaliam o governo Siqueira Campos do PSDB como péssimo ou ruim (Veja link: http://conexaoto.com.br). Claro que não podemos afirmar essa baixa popularidade através de uma enquete que tem varias limitações. Mas é uma tendência que pode se ver e sentir no cotidiano através da manifestação da maioria da população.

O próprio Siqueira Campos declarou que esse tem sido o governo com maior dificuldade que ele já assumiu, sendo esta a quarta vez que o mesmo assumi a gestão do estado. Mesmo os aliados mais próximos não ousam a defender com veemência o atual governo.

Nesse sentido esta cada vez mais clara a impossibilidade de uma candidatura à reeleição do velho Siqueira. Por isso a tática atual do Siqueirimo tem sido de buscar sua sobrevivência através do secretario de relações institucionais e herdeiro político de Siqueira o seu filho Eduardo. O velho Siqueira não arriscará mais ser traído como foi por Marcelo Miranda.

Tanto que ultimamente nas ações do governo no interior, quem tem representado o governador é o Eduardo Siqueira Campos, o mesmo já está em campanha aberta. Vamos ver a sua capacidade de agregar aliados, já que o mesmo herdou a arrogância do pai. Mas com a estrutura do estado na mão essa tarefa pode ser facilitada.

Estrutura essa que já esta sendo bem usada para cooptar e comprar aliados, a crise na secretaria de cultura mostra isso, também o aumento da contratação de comissionados, isso que no ano passado foi realizado um concurso para o quadro geral.

Os aprovados no concurso fizeram recentemente uma manifestação em frente ao palácio Araguaia exigindo a nomeação dos aprovados, até o momento apenas 38% dos aprovados foram nomeados. Contrariando o numero divulgado pelo governo do estado que foi de 52%.

Siqueira também irá criar e nomear o deputado federal Irajá Abreu (PSD) como secretario de regularização fundiária do estado. Filho de Kátia Abreu, Irajá também atua no parlamento defendendo os interesses do agronegócio no Tocantins. A família Abreu também é acusada de grilagem de terras no estado e trabalho escravo. Como se vê o governo Siqueira põe a raposa para cuidar do galinheiro.

Kátia Abreu é uma figura forte na política estadual e nacional, o seu PSD foi o partido que mais cresceu no ultimo período no Tocantins, tem sido o partido com grande influencia no atual governo sempre buscando fortalecer o agronegócio. E será um aliado importante na perspectiva de uma candidatura forte para o governo do estado em 2014. Assim Siqueira já tenta garantir o seu apoio. Quem paga a conta é o povo.

3-    Legislativo Tocantinense – Regalias e privilégios

A assembleia do Tocantins ao lado da de Pernambuco, Roraima e Rondônia continuam pagando 14º e 15º salario aos seus deputados. Contrariando o movimento nacional que extinguiu o fim desse privilegio na câmara dos deputados e na maioria das assembleias legislativa dos estados.

 Inicialmente até pautou se o fim do privilegio na assembleia legislativa do Tocantins, mas logo o projeto foi colocado de molho. Sem pressão popular a regalia dificilmente vai ser retirada. Ao contrario o que aconteceu foi o aumento da verba indenizatória em cerca de 90,25% acompanhando a câmara dos deputados. Quando é para aumentar as regalias, a assembleia legislativa do Tocantins segue a câmara dos deputados como é o caso dos salario e da verba indenizatória, já quando é para retirar a conversa é outra.

Alheio a crise politica e social no estado as regalias e privilégios no legislativo têm aumentado. Nesse sentido os deputados estaduais acabam de aprovar por unanimidade o auxilio moradia para eles próprios. Boa parte dos mesmos tem casa na capital, mesmo assim receberam o privilegio. Já não bastasse o salário de mais de 20 mil mensais e verbas de gabinete.

Com a repercussão da criação do auxilio moradia, vários deputados declararam que irão
doar o recurso, basta saber para quem. Os deputados tocantinenses não tem o mesmo entusiasmo em lutar contra o déficit habitacional no estado que atinge boa parte dos trabalhadores tocantinense.

Nenhuma declaração de apoio foi feita por parte do legislativo mesmo de parlamentares do PT a ocupação de mais de 900 famílias sem teto a mais de um mês em Palmas.

Alheio as manifestações contrarias ao auxilio moradia o deputado José Bonifácio (PR) disse que irá lutar para que a assembleia também crie o auxilio saúde para pagar os gastos dos deputados com tratamento de saúde. Por que os nobres deputados não utilizam o SUS? O deputado José Bonifácio justificou que se os deputados federais têm direito eles também devem ter. No entanto no caso do 14º e 15º salario não vemos a mesma posição por parte do deputado. (Veja no link as declaraçõeshttps://snt124.mail.live.com/default.aspx?id=64855#n=1695894923&fid=1&mid=dc3b334c-a63e-11e2-9442-00237de417b8).

Outro fato que tem chamado atenção na assembleia legislativa do Tocantins é os pronunciamentos dos deputados Marcelo Lelis (PV) e Luana Ribeiro (PR) contra a administração do prefeito de Palmas Carlos Amastha (PP). Os dois disputaram a ultima eleição para a prefeitura da capital.

Marcelo Lelis e Luana Ribeiro não tem o mesmo empenho em fiscalizar e criticar o governo Siqueira Campos. Pois como deputados estaduais, é isso que deveriam fazer. As criticas ao governo Amastha devem ser feita. Mas a logica de Marcelo e Luana é criticar os adversário e passar a mão na cabeça dos aliados.

4-    100 dias do governo Carlos Amastha

A imagem de empresário competente e de sucesso levou o colombiano Carlos Amastha, desconhecido no cenário político tocantinense a chegar à prefeitura de Palmas. Essa logica tem levado empresários a comandar a gestão das principais cidades tocantinense, podemos ressaltar também o exemplo da maior cidade do estado Araguaína que é comandada pelo empresário Ronaldo Dimas.

O eleitor ingenuamente acredita que o sucesso no mundo empresarial será transferido para a gestão municipal, no entanto se esquecem de que a logica empresarial é de enriquecimento de uma minoria explorando a grande maioria.

E essa tem sido a marca do governo Amastha nesses seus 100 primeiros dias de mandato, privilégios para os empresários e ataque aos trabalhadores. Amastha por tanto é um governo de empresários para os empresários, a classe trabalhadora continuar tendo mais do mesmo.

Uma das marcas de Amastha nesses 100 dias tem sido o processo de retirada de Quiosques e de vendedores ambulantes dos principais pontos comercial da capital. O discurso é o de combater o comercio ilegal, mas na verdade esta por trás a logica de entregar esses pontos que foram concedidos nas gestões anteriores ao grande capital. Não há nenhum planejamento para legalizar ou inserir no mercado de trabalho muitos trabalhadores que sobrevivem na ilegalidade por falta de condição para se legalizar.

Outra ação do governo Amastha foi de criar um decreto subordinando à procuradoria municipal a prefeitura. Agora o responsável por fiscalizar os desvios da gestão municipal é indicado pelo próprio prefeito. Mesmo com protesto da associação de procuradores e da OAB.

Outra medida interessante é a transferência da sede da prefeitura e secretarias para a Avenida JK no centro da capital. Pagando um aluguel mensal de 80 mil sem nenhuma necessidade.

Por outro lado varias escolas da rede municipal tiveram que iniciar as aulas mais tarde devido à falta de estrutura. Os postos de saúde da maioria dos bairros da capital continuam abandonados. Ruas esburacadas, mato alto, epidemia de dengue, transporte público caótico e caro. Isso mostra que a atual gestão ainda não encarou os principais problemas da cidade.

Por outro lado mais de 900 famílias ocupam terreno na luta por moradia na capital, explicitando o problema do déficit habitacional na capital e no estado, até o momento o prefeito nada tem feito.

Essa luta bem como outras que viram são apenas as primeiras do despertar de uma população que a cada dia esta vendo que Amastha não é diferente das gestões anteriores, ao contrario talvez seja pior. Pois é um governo a serviço dos empresários e não da população em geral. E só com luta o povo pode reverter esse quadro que tende a se agravar.

5-    Notas a cerca das perspectivas para 2014

 5.1- Siqueirismo

Por mais que os representantes da maioria dos partidos neguem é evidente que as discussões para a eleição de 2014 já estão em pauta. É só ver a nível nacional a redistribuição de cargo do governo Dilma e seus discursos panfletários, como também as articulações do PSDB e os discursos de Aécio Neves no senado e mesmo do governador de Pernambuco Eduardo Campos em campanha aberta no programa de TV do PSB.

No Tocantins não é diferente o processo de negociação e articulação já esta a todo vapor. O Siqueirismo pretende continuar no poder, no entanto dificilmente o velho Siqueira, sobretudo por condições de saúde será candidato, nesse sentido o seu filho Eduardo deverá ser candidato, o mesmo já está em campanha aberta no interior.

 
No entanto o Siqueirismo precisará do apoio do PR de João Ribeiro e do PSD de Kátia
Abreu, ambos têm pretensão de também de disputar o governo do estado. No entanto devem optar por continuar no senado, pois ambos ocupam a cadeira de senadores pelo estado. Sobretudo a senadora Kátia Abreu importante figura na defesa dos latifundiários e do agronegócio no congresso nacional.

Se por um lado o PSD foi o partido que mais cresceu no estado na ultima eleição, o grupo de João Ribeiro tem perdido influencia, dois partidos nanicos que eram comandados pelo filho e pela mulher de João Ribeiro tiveram intervenção nacional e saíram do arco de influencia do senador. Mas também é preciso ressaltar que o apoio ao Siqueirismo não esta garantido, já que ambos estiveram ao lado de Marcelo Miranda e contra o Siqueira em 2006. Claro em uma conjuntura bem diferente.

5.2- Crise no PMDB

O PMDB como sempre se encontra dividido e sob uma crise interna. Marcelo Miranda e Guaguim lutam contra processo de inelegibilidade. Por tanto correm o risco mesmo que remoto de não serem candidatos em 2014. O partido esta passando por processo de escolha da nova direção no estado para os próximos dois anos e a crise é tanta que já houve até solicitação para intervenção do diretório nacional.

Por ultimo Leomar Quintanilha lançou o nome de Moises Avelino atual prefeito de Paraíso como candidato ao governo. Na ultima eleição Avelino apoio Siqueira Campos, até então seu inimigo histórico.

5.3- O PT e a logica eleitoral

O Partido dos Trabalhadores (PT) realizou no ultimo dia 14/04 um encontro estadual em Palmas, onde participaram lideranças nacionais do partido. Ao final do encontro o partido divulgou resolução com a perspectiva de lançar candidatura própria para o governo do Tocantins em 2014 como também afirmando que é oposição ao governo Siqueira Campos.

Só agora passado mais de 2 anos do governo Siqueira Campos que o PT se declara oposição. Mesmo assim o deputado José Roberto (PT) declarou que não fará oposição ao Siqueira. José Roberto e Amália Santana deputados pelo PT desdo começo do mandato estão na base de apoio de Siqueira Campos.

Assim como no resto do Brasil o PT no Tocantins se move pela logica eleitoral, seu aliado principal tem sido o PP de Carlos Amastha que esteve presente no encontro. Vamos ver se o partido bancará uma candidatura própria ou se no ultimo momento será obrigado pela direção nacional a apoiar alguém do PMDB em nome das articulações nacionais.

O fato é que o PT no estado esta por de mais desmoralizado devido à administração corrupta do prefeito Raul Filho (PT) nos últimos 08 anos em Palmas e da atuação na assembleia legislativa dos seus parlamentares apoiando Siqueira Campos. Sua base no estado não é o movimento social, mas sim burocratas que ocupam cargos nos órgãos federais no estado e que ganham um bom salário para cooptar os movimentos populares e defender o governo neoliberal do PT.

6-    As perspectivas para esquerda revolucionaria nessa conjuntura

O descontentamento da população com a conjuntura política e social no Tocantins é evidente, no entanto a população não vê alternativas concretas, o povo até que tenta mudar, mas as mudanças são apenas de figuras e não de projetos.

Também há ausência de organizações politicas que tenham a capacidade de orientar e organizar o povo para que o descontentamento se torne em ações concretas de mobilizações, greves e ocupações questionando o atual modelo de desenvolvimento em curso no estado. E que construa e apresente juntamente com o povo um projeto da classe trabalhadora para o Tocantins.

Há no estado uma boa perspectiva para o crescimento da esquerda revolucionaria consequente e coerente, no entanto temos que está organizados e preparados para a tarefa de orientar e organizar juntamente com o movimento popular de luta no estado o conjunto da classe trabalhadora contra o atual modelo econômico, politico e social no Tocantins.

Nossos aliados fundamentais é o povo e suas organizações de luta tal como o MTST, CPT e MST, setores dos trabalhadores da educação, movimentos contra opressões entre outros. É com esses que devemos construir um projeto para e com o povo do Tocantins.

Não apenas com a perspectiva eleitoral, mas, sobretudo na luta cotidiana da classe trabalhadora. No entanto não podemos nos omitir desse processo, precisamos ocupar esse espaço para denunciar as mazelas da politica tocantinense e mostrar ao povo tocantinense que nada é impossível de mudar e que podemos ter um estado a serviço do povo e não apenas de empresários e latifundiários.

O Partido Socialismo e Liberdade no Tocantins (PSOL-TO) pode e deve ser esse instrumento de orientação e organização da classe trabalhadora tocantinense, que construa um projeto juntamente com o povo e suas organizações de luta, que atenda os seus anseios e angustia.

 O PSOL-TO é o único partido no estado que tem condições de apresentar e construir um projeto verdadeiramente para a classe trabalhadora, pois é a única organização partidária que não traiu os trabalhadores e nem se vendeu ou se corrompeu frente as benesse do capital.

*Pedro Ferreira é educador popular, bacharel em Serviço Social, militante do Bloco de Resistência Socialista e do PSOL – Tocantins.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Artigo sobre questão agrária

Questão agrária - Omissão do estado, avanço do agronegócio e violência no campo!

*Por Pedro Ferreira

Mais uma liderança camponesa da luta por reforma agrária foi assassinada, a vitima dessa vez foi um dos dirigentes do MST da Bahia Fábio dos Santos Silva, o mesmo foi executado com 15 tiros na frente de sua esposa e uma criança em Iguaí á 500 km de Salvador. O crime aconteceu na ultima terça-feira (02/04).

Nesta mesma semana a Comissão Pastoral da Terra – CPT divulgou nota sobre o assassinato do agricultor familiar Enival Soares da Silva no Pará na região onde atuava a missionaria americana Dorothy Stang. O agricultor atuava junto a CPT denunciando crimes de grilagem na região, e em 2011 já tivera sua casa queimada.

A CPT também divulgou dados parciais sobre o levantamento anual que realiza sobre conflitos no campo que aponta o aumento de assassinatos ligados a luta pela terra no ultimo período, sendo que o estado de Rondônia ultrapassou o Pará no numero de assassinato. Em quanto em 2011 foram 29 assassinatos, em 2012 o numero subiu para 36.

E pelos dois casos relatados acima a tendência continua, sobretudo por que a condenação dos responsáveis por esses crimes por parte da justiça é insignificante. Exemplo disso foi o que acabamos de ver no julgamento do acusado de ter mandado assassinar o casal de extrativista José Cláudio Ribeiro e Maria do Espírito Santo, em maio de 2011, em Nova Ipixuna, no sudeste paraense. Apenas os acusados de executar foram condenados, já o mandante foi absolvido. Há também suspeita que outros fazendeiro colaboraram com o crime financiando, esses no entanto não chegaram nem a serem presos.

São apenas alguns casos, sem falar do aumento da violência contra os indígenas a exemplo dos Guarani Kaiowa, dos Xavantes e agora a guerra eminente envolvendo os Munduruku. Ora ou outra chegam noticias de uma serie de violência cometida contra os povos indígenas, sendo que nem crianças e mulheres são poupadas.

Os quilombolas também têm sofrido ameaças e violências por parte de fazendeiros, sobretudo no Maranhão e em Minas Gerais. Recentemente acompanhamos a luta do quilombo brejo dos crioulos em Minas contra ordem de despejo por parte da justiça.

Por outro lado vemos o avanço do agronegócio, ora com o apoio ou com a omissão do estado brasileiro nas suas três esferas (executivo, legislativo e judiciário).

Recentemente vimos a CPI do trabalho escravo ser encerrada sem nenhum encaminhamento devido a tentativa de golpe da bancada ruralista que tenta flexibilizar as leis trabalhista no campo. Se a mesma fosse colocada em votação dada à força da bancada ruralista no congresso não teria muito problema para passar. Bem como a proposta apresentada pela senadora Kátia Abreu na comissão de constituição e justiça do senado que obriga os governadores a cumprir decisão judicial de reintegração de posse no máximo em 15 dias. Sem falar da reforma que será feita no código mineral proposta para esse ano, o qual o resultado não será muito diferente do código florestal aprovado em 2012.

Assim vemos uma serie de leis e ações favoráveis ao agronegócio brasileiro e de criminalização do movimento popular de luta pela terra. Essa ofensiva do agronegócio não seria possível sem o apoio na aprovação de leis e de ações de desocupação por parte do estado e de omissão nos casos de violência contra camponeses, quilombolas e indígenas.

Assim esta a situação da luta pela terra no Brasil – Omissão do estado, avanço do agronegócio e aumento da violência no campo. Situação que tende a continuar enquanto a questão agrária continuar sem uma solução.

Solução essa que não virá sem o fortalecimento e unidade dos movimentos camponeses, quilombolas e indígenas, mas também por parte de todas as organizações da classe trabalhadora. Já que a luta contra o latifúndio e o agronegócio deve ser de todos que lutam pela transformação dessa sociedade.

*Pedro Ferreira – Educador Popular e militante do Bloco de Resistência Socialista